19/02/14

Marcos Antónios


Após uma juventude estroina, acumulando dívidas sem fim, Marco António fugiu aos credores em busca de um chefe que o levasse às alturas a que se via fadado. Aprendeu a arte da retórica; sem dominar a palavra, não se domina ninguém. Virou soldado, dando o litro para impressionar o líder com vigorosas espadeiradas nos inimigos de ocasião. Depois, a escalada não mais parou.
Pena foi que o denodo nas refregas não tivesse correspondência na administração da coisa pública; aí, as desgraças somaram-se sem glória nem feitos de jeito.
Há nomes proféticos. O Marco António acima não é o Costa mas sim o triúnviro romano. O Costa é peixe de águas mais pequeninas, mais poluídas e ainda menos transparentes. Já foi acólito de Santana, já largou o Parlamento pela  “necessidade imperiosa” de dedicar toda a sua energia ao município de Gaia (e a esse fenómeno político-freudiano que foi o Dr. Menezes).
Agora, ofende-se por o ligarem às dívidas colossais que lá deixou. Quem o ataca ignora que os grandes vogam bem acima de temas rasteiros como contas por pagar. Esta rapina não dorme, olhinhos semicerrados em mira sempre a tirar a medida a quem lhe passa pela frente. E lá vai cuidando da higiene do patrão, à laia de um daqueles peixes que limpam os dentes aos tubarões, sonhando vir um dia a ser tubarão.
300 milhões de dívida? Minudências, para o homem que terá forçado Passos Coelho a deixar cair Sócrates. Nunca ninguém o obrigará a pagar. Nem a mostrar alguma vergonha.

Publicado no i.

1 comentários:

Unknown disse...

um post mais digno de um rei. No ponto e que leva a sugeriri ais nossos co eleitores quando pensam que está na hora de separar a gestão profissional da eleição politica . É que não basta ser eleito democarticamente para que um excelente orador e demagogo aprenda a geriri bem, como podemos constatar com numeros bem gordos desde a o jardinismo na Madeira até ao porco assado de Gaia. Falam muito bem mas se não queremos empenhar o futuro dos bisnetos temos que lhes retirar aquilo que eles já mostraram fazerem muito mal = gerir bem. E a receita nemé complicada = basta ver comoos nordicos gerem as suas camaras e escolher a que melhor nos sirva = apenas um aviso não inventem nada senão borram a pintura que os nossos genes não se dão bem com invenções.