05/02/14
Rui Tavares, Arménio Carlos e a Europa
por
Miguel Serras Pereira
Como — apesar das perigosas (e suicidas) fantasias sobre unitárias frentes com o PCP que por vezes publicita, ponde entre parênteses as suas concepções políticas distintivas — o Rui Tavares não é propriamente a que se entrega uma correia de transmissão de Arménio Carlos, resta conjecturar, perante esta notícia hoje vinda a lume, que Arménio Carlos anda a ler clandestinamente Rui Tavares e a colher nele, conscientemente ou não, inspirações claramente desviantes em relação ao primado da soberania nacional advogada pelo seu partido, chegando ao ponto de ameaçar o actual governo de recorrer a instâncias internacionais — invocando nomeadamente, ainda que sem a citar, a Carta Europeia dos Direitos Fundamentais —que o metam na ordem, e, interferindo legitimamente nos assuntos internos do país, ponham cobro à ilegalidade da troika. Enfim, muito será perdoado ao Rui Tavares se o seu "federalismo", tão vilipendiado por figuras de primeira linha do BE, servir afinal para, fazendo pelo BE o que dele alguns esperavam, promover na "esquerda" a ideia de que alguma coisa de útil se pode fazer com a Europa e por aí passa a defesa, não da "independência nacional" ou do "esplendor de Portugal", mas das liberdades e direitos fundamentais dos cidadãos comuns da região portuguesa.
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