Escreve Raquel Varela na resposta a um comentário de um seu post sobre os massacres na Noruega:
O atentando não foi um alívio, foi uma barbárie, alívio foi saber que não foi feito pelos perseguidos do costume.
É pena que a autora não se digne explicar melhor o seu pensamento ou, melhor, da sua desistência de pensar (a coberto ou não de Lenine).
Com efeito, que quer dizer RV? Se o atentado tivesse sido feito pelos "perseguidos do costume", digamos pelos que fizeram o massacre de Madrid em 2004, passaria a ser aceitável, ou menos repugnante —digamos apenas que um "erro táctico" da "resistência islâmica" ao imperialismo? Ou o alívio resulta do facto, sublinhado não sem euforia por um camarada de RV, de haver sinais que cada vez mais organizações, activistas vários, correntes políticas brandindo bandeiras de cores diferentes, adoptarem os métodos de luta dos "perseguidos do costume"? Deverá o nosso juízo do que se passou ser um, se, como tudo indica, o massacre tiver sido perpetrado por um inimigo dos direitos dos palestinianos, ressalvando que seria outro, de sinal contrário, no caso de ter sido empreendido por "amigos de Kadhafi" ou do regime de Teerão, ou ainda por "combatentes independentistas" bascos?
E que quer dizer esta terminologia da "perseguição" e do "alívio"? Que devemos denunciar os massacres dos fundamentalistas cristãos e absolver os praticados em Atocha ou Nova York pelos "perseguidos do costume"? "Do costume" ou não, os "perseguidos" não serão, em todos os casos, as vítimas e a razão democrática, os chacinados e as sua humanidade e condições de cidadania? Não será uma elementar evidência de qualquer racionalidade democrática que, mais do que condenar a chacina por ter sido cometida por um fascista, o que se exige de nós é deixarmos claro ser a chacina que torna quem a pratica fascista, ou agente de uma peste gémea do fascismo — de uma ameaça de morte tão radical como o fascismo para a vontade de liberdade e de justiça em qualquer parte do mundo?
24/07/11
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
2 comentários:
um alienado social abandonado pelo pai aos 16 anos torna-se um servidor da vontade divina...
lá por ter menos dinheiro que bin laden e mais do que os que se mataram em Londres
não deixa de ser um caso similar aos restantes
resulta de uma sociedade que aspira a uma democracia do consumo e dos prazeres (mas em que nem todos se enquadram ou conseguem relacionar-se com estes valores
e a falta doutros
logo é um problema com as mesmas raízes
nem todas as massas de alienados económicos e sociais que esta sociedade produz
reagirão do mesmo modo
mas a violência e as respostas violentas à sociedade que tinham sofrido uma certa diminuição nos últimos 40 anos...nas sociedades ocidentais
parece ter voltado...Irlanda Grécia
Mundo "Islamita" o Amok está entre nós.(final)
numa festa de aniversário um dos organizadores mata 5 e suicida-se
a diferença está apenas no número
era um tipo normal pacato
como aquele avô engenheiro que pespegou há dias 6 balázios no genro advogado
agora pegam-se numa data de pessoas
que o conheceram quando andava no secundário
os vizinhos
e um pai que não vê o filho há 16 anos
e aparece um monstro cheio de cicatrizes mentais...pois
Enviar um comentário