Anda por aí uma indignação patriótica (social-patriótica?) contra a Moody's por ter baixado a nota de Portugal de "Baa1" para "Baa2" - ou seja, a Moody's diz que o risco de Portugal não conseguir pagar plenamente a sua dívida está a aumentar.
Bem, e será que a Moody's disse alguma mentira? Eu, pelo menos, não tenho dúvidas que vamos ter que renogociar os termos de pagamento da dívida (e que, quanto mais tempo passa e o país se endivida mais, mais radical terá que ser essa renegociação).
08/07/11
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4 comentários:
Concordo, subscrevo, aplaudo !
Mais uma vez estamos a prestes a realizar a proeza circense de conseguirmos NAO falar do problema que esta na origem das noticias que nos afligem.
Se isto não é a demonstração acabada das invulgares capacidades do espirito luso para enterrar a cabeça debaixo da areia , não sei o que seja.
Palavrões e abraços !
Bom post.
Quando tomar partido se torna mais importante do que perceber a realidade, filtrar o mensageiro (tem uma agenda escondida, está do outro lado da barricada?) torna-se mais importante do que analisar a mensagem (o que ele diz tem sentido, posso aprender alguma coisa ao escutá-lo?).
As agências de notação são um mensageiro suspeito e não estamos sequer interessados em saber se falam verdade. Mais, são as pessoas que desejam mais a renegociação, ou mesmo o incumprimento, que se mostram mais indignadas com as notações que incorporam essas hipóteses.
Na verdade, não houve indignação nenhuma quando as agências nos atribuiam notações irrealistas pelo optimismo, se bem que elas tenham contribuído bem mais para a crise actual do que as notações negativas que agora nos atribuem. Não há como uma boa causa patriótica dirigida a um inimigo externo para nos unir, seja contra uma actriz brasileira que ousa bincar com os hábitos portugas, seja contra a agência que diz que estamos tesos.
Uma boa derivação desta discussão é, no entanto, perceber a hipocrisia ou tontice de quem, criticando as notações, ou por serem injustas, ou por serem perversas, as toma como boas para basear as suas decisões. Não é, Barroso e Lula?
Disse várias
Diz que o papel dos E.U.A é melhor do que o nosso quando cada americano deve 45.ooo dólares mais $ que cada grego
Disse que os seus fundos de investimento não tem interesse que o rating de empresas apetecíveis baixe concomitantemente com o do país
disse que prefere dar a notícia agora do que daqui a uns meses
porque faz barulho e afasta da questão principal e muito mais grave que é a questão da dívida americana
e da falta de confiança dos chinocas nela
e dos problemas no japão e no mundo árabe
e da crise que se arrasta em pequenas crises como a de 29
que só acabou com a 2ªguerra
e agora exterminar a competição
é mais difícil
Vamos lá a navegar, que é bem preciso. Tirado da exigentíssima revista " Der Spiegel ", o retrato dos accionistas da Moody´s. È de ficar agarrado ao " tapete" ao ler a lista: 12,5% pertencem à Berkshire Hathaway,sociedade anónima dirigida por Warren Buffett, um dos mais inovadores capitalistas de todos os tempos;12,4% pertencem à Capital World Investors, sociedade de investimento; 6% por cento à T. Rowe Price, outra sociedade de investimento; e finalmente, o restante capital social, da ordem dos 69,1 por cento,a privados diversificados. Niet
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