21/07/11

Os transportes são apenas um exemplo

Estamos habituados a ver os porta-vozes oficiais e/ou oficiosos da oligarquia governante justificarem os aumentos dos "serviços públicos"  ou "de interesse público" com a necessidade de pagar melhores condições de funcionamento ou uma qualidade acrescida. No entanto, quando se sente à vontade, a oligarquia dispensa semelhantes justificações e limita-se a impor os seus interesses sob formas mais cruas. É o que acontece agora, na região portuguesa, quando, depois de o anterior governo prever a redução da rede ferroviária e a concessão ao "mercado" das suas fatias mais apetecíveis, o actual decide aumentar também os preços dos transportes públicos de cuja deterioração acelerada o seu programa fez um ponto de honra.

Teremos assim de pagar mais, depois de passarmos a "ganhar" menos — ou, para dizer a verdade, a perder mais —, por menos e pior. E, evidentemente, os transportes são apenas um exemplo, mostrando que o resultado de temermos governar-nos a nós próprios, de termos medo de sermos nós a governar e, por isso, de nos deixarmos governar sem o fazermos todos e cada um, é sermos governados assim.

4 comentários:

Anónimo disse...

a única forma de sermos "nós" a governar os transportes, será quando o estado estiver fora dos transportes. só aí uma politica eficiente, de reposta às necessidades da população pode emergir. Até lá vai ser um longo definhar da mobilidade e da circulação. e isso é verdade, em todos os países, onde o estado controla os transportes, através de um planeamento centralizado.

tiago

Jagganatha disse...

se eu fizer 20 kilometradas nos transportes privados da covilhã
ou do castelo white

pago mais guito

do que a ir de Sintra a Alverca com um L123

ou pondo a analogia em Fertagus TST's
paga mais quem vem de Coina ao Pragal

que quem vem do Estoril ao Pragal

ao dia, à semana ou com passe mensal

Jagganatha disse...

ou noutra analogia

paga menos quem anda no Metro Sul do Tejo

de Corroios à universidade Nova

que quem vem do Feijó para Corroios
na Fertagus ou na TST

logo com os 15% a mais ou a menos

para quem paga 150 por mês a andar nos privados...

ou pedem boleia ou andam de bicicleta ou arranjam um car pool

Jagganatha disse...

já agora puqué que Lisboa tem uma Carris e um Metro independentes?

ao menos juntavam e articulavam tudo

inclusive os carrinhos de luxo
e as butiques de venda de títulos

de resto as da carris já se foram todas para os kioskes

seu nã andasse a pé pagava mais a ir de camionete daqui até à baixa deste burgo

do que a ir do Martim Moniz até ao lumiar

ó alfacinhas sem estrume....