26/10/11

O euro e a iminência de uma regressão catastrófica

JM Correia Pinto no Politeia:

E hoje já não há quem não perceba que o problema da dívida é um problema do euro. Mas é provável que muitos ainda não tenham percebido que a dívida tal como existe constitui um grave problema para o euro exactamente por o euro ser como é. Por ter as regras que tem. Ter outras regras não eliminava a dívida, mas eliminaria o problema da dívida e, eliminado este, o euro deixaria de constituir um problema, para ser uma solução.
(…)
Hoje não há qualquer dúvida que somente uma outra concepção do euro e uma outra actuação do BCE (ou do FEEF com o apoio daquele) pode salvar o euro. Persistir numa falsa solução como aquela que amanhã voltará a ser apresentada como uma “grande vitória” é continuar a caminhar para o abismo, principalmente para aqueles que estão hipotecando o seu futuro a desastrosos programas de austeridade.


Deixados aqui estes dois parágrafos, juntamente com a recomendação da leitura integral e atenta do texto, gostaria de acrescentar o seguinte sobre as razões que me levam a chamar aqui a atenção para a urgência de termos bem presente o quadro que os dois parágrafos supracitados resumem (independentemente das reservas ou dúvidas que alguns termos e/ou pressupostos da análise de JM Correia Pinto possam suscitar).

Nunca insistiremos bastante no peso esmagador da ameaça de um cenário de desagregação da UE via ruptura do euro, que talvez o governo alemão, com alguns apoios mais, já tenha programada como alternativa mais rentável para o caso de o não deixarem avançar em direcção à consolidação de um poder quase absoluto da zona euro. Essa desagregação a dar-se não será de maneira alguma uma espécie de regresso ao statu quo ante, mas tenderá a criar situações de confusão e pressões de emergência propícias a soluções autoritárias de todo o tipo, a conflitos violentos e distorcidos, à recrudescência de nacionalismo musculados e mais ou menos populistas, a uma “balcanização”, provavelmente regada de sangue, do espaço da actual UE e regiões adjacentes.

A gravidade da ameaça é reforçada pelo facto de haver muita gente bem intencionada, embora também animada por agentes que alimentam os piores desígnios políticos, que subestima a gravidade da situação. É, sem dúvida, evidente que a responsabilidade principal é da arrogância obtusa do (des)governo burocrático e discricionário dos eurocratas e dos governantes dos diferentes países, que juraram finalidade a uma constituição tácita assente na soberania absoluta de um modelo económico catastrófico. Mas tirar desta evidência a conclusão de que a desagregação possa configurar uma alternativa a saudar por quem não aposte, por estupidez ou interesses perversos, no “quanto pior, melhor” é pura e simplesmente capitular ou resignarmo-nos a uma regressão histórica que poderá ser longa. Isto é, em tempo útil, irreversível.

3 comentários:

Diogo disse...

«É, sem dúvida, evidente que a responsabilidade principal é da arrogância obtusa do (des)governo burocrático e discricionário dos eurocratas e dos governantes dos diferentes países, que juraram finalidade a uma constituição tácita assente na soberania absoluta de um modelo económico catastrófico.»


Não, não é! Tudo o que está a acontecer é fruto de uma bem pensada e deliberada política levada a cabo pela Grande Finança (tal como a Grande Depressão nos anos trinta). Revejam o vídeo:

Compreender a dívida pública

vejamos disse...

em 1991 e 92 a Grã-bretanha liquidou a sua indústria pesada e expandiu os serviços

o peso do estado chegou ao 53% na economia em 20 anos

na china e no leste europeu em 20 anos deu-se o inverso
o estado passou dos 90% para os 28%

a demografia afecta o leste europeu tal como o resto da europa
mas eles adaptaram-se

não é possível manter um modelo civilizacional onde um terço dos cidadãos
3 milhões e meio no caso português
é pensionista ou subsidiado

e 2 milhões têm menos de 21 e são subsidiados pelos familiares

e 900 mil trabalham no estado ou em empresas estatizadas

é que os serviços não são fáceis de exportar

restam 3,5 milhões para gerar receitas
para os que as consomem

quando eu tinha 18 ou 19 anos tentei explicar isso a um futuro funcionário que dizia que pagaria os subsídios com os seus impostos
(ora o estado não gera receitas...só consumos

é básico como dizia o agora presidente da câmara de Montmor o Novo ex-Pintinho economista

temos é falta de memória
e excesso de faustos das índias e brasucas

como dizia hoje um puto disse...

num honda de 2011

ou eles me dão o que eu preciso ou eu casco neles

desde bater nos velhos avós reformados do estado

que o pai foi-se com overdoses várias e a mamãe arranjou outros filhos

ou bater no estado tanto faz

é o ou dás-me ou...bou-te às fuças

de resto saber se o Mercedes é de funcionário camarário ou de puto quanda no gamanço ou a vender as manas

tá dificile carro importado aqui na curraleira da margem sul
é um vê setavias

ê compreendo a dívida pública
30% dela é levantar calçadas para as voltar a Pôr

30% é pagar favores a facções várias e a compadrios elitistas

os outros 40% são materiais de má qualidade e fotocopiadoras avariadas por se montarem em cima delas
o que dá cabo dos assoalhos
que são em pinho ordinário

felizmente o gajo que tava de baixa há 6 meses vai boltar

felizmente os 3 anos de relatórios que deixou em atraso tão já em dia

pode ficar na sorna até 2014
depois mete baixa
a 2840 por mês é baril meu....