06/10/11

Os assassínios de portugueses da África do Sul

A propósito de mais três assassínios de portugueses na África do Sul, Eduardo Pitta escreve:
Isto não se deve dizer mas é assim: a partir de 1960, África tornou-se um lugar perigoso para os brancos. (...) África é hoje um continente para brancos de passagem: altos quadros das multinacionais (cada vez menos), espiões, turistas (Cape Town, compounds na Namíbia, resorts no norte de Moçambique e na Tanzânia, etc.), ponto. Os que lá ficaram porque já lá estavam há 60 anos ou mais estão na trajectória da próxima bala. As coisas são o que são.
A questão que isso levanta é se há uma vaga de assassínios de brancos na África do Sul, ou apenas uma vaga de assassínios, ponto final.

Vamos fazer alguns cálculos - haverá cerca de 200 mil portugueses na África do Sul; há vários números sobre os assassínios de portugueses na África do Sul, mas poderemos assumir um valor de 20 por ano, o que dará um rácio de 10 assassínios por cada 100.000 pessoas; ora, a taxa anual de assassínios na África do Sul é de mais de 30 por 100.000 [pdf], pelo que pelos vistos a comunidade portuguesa não é um alvo preferencial de assassínios (há muitos portugueses a serem assassinados no país pela simples razão de que há muita gente a ser assassinada lá).

É verdade que isto não refuta a afirmação de Eduardo Pitta, de que será perigoso ser branco em África, e na África do Sul em particular (já que o meu cálculo foi feito para os portugueses, não para os brancos em geral), mas pelo menos no caso dos portugueses parece-me que não correrão mais perigo do que qualquer outro sul-africano.

14 comentários:

xatoo disse...

o problema não é o de simples racismo (E.Pitta) embora o poder financeiro não tivesse mudado das mãos white-anglo-sax; tb não se trata de banditismo generalizado (M.Madeira), de facto os negros não ocupam nenhuns postos importantes na administração e o desemprego é superior a 50%

O problema reside em qualquer coisa intermédia:
os portugueses são mais atacados porque ocupam postos de estatuto mais elevado na hierarquia dos negócios que estão acessiveis ao homem de rua. Desesperado no meio das ruinas do antigo regime este não tem outra alternativa senão lutar pela sobrevivência. As autoridades são corruptas ao ponto de proteger os gangs a quem se pagam royalties nos negócios; quem se recusa a pagar depara-se com a lei da selva: se a propriedade social não vem até nós, vamos nós à propriedade privada.
Anda por aí um documentário do Paul Theroux que mostra mais ou menos isto
x

Marco disse...

Curto bué numeros...são um antídoto brutal para os lugares comuns.

Ricardo S. Coelho disse...

Penso que há um conteúdo classista em tudo isto, já que os brancos estão sobre-representados entre os ricos e até entre a classe média (como os comerciantes) na África do Sul. Também há imensos indianos a serem assassinados lá, porque estão sobre-representados entre os comerciantes, mas isso não tirará o sono a quem pretende tirar de umas notícias avulsas uma lição racista.
Curioso mesmo é alguém tirar conclusões para um continente gigantesco a partir de um único país. Só faltava mesmo a típica introdução "eu não sou racista mas...".

Retornado disse...

Para Africa só com três bons salários.
Um por ser estrangeiro(branco)
Outro para fazer alguma coisa
Mais um para produzir.

Caso contrário é melhor dormir debaixo da ponte em caso de desmprego.

Agora há muitas pontes bonitas e soalheiras.

qués tós tões? disse...

Pois só que em qualquer sociedade a taxa de homicídios é sempre maior em dados escalões sociais ditos de menor rendimento

o facto de 30 a 40 portugueses e descendentes serem assassinados por ano uns 200 feridos ao serem raptados e assaltados
deve-se a serem picolos comerciantes ou donos de pequenas firmas em contacto com as populações
de resto são assassinados mais de 300 moçambicanos e filhos de moçambicanos por ano por motivos mais xenófobos que materiais

e ninguém saqueixa
eles são tantos
mais do que os que Salazar alugava prás minas

curiosamente os hindus paquis e chinks são pouco afectados

em 10 mil e tantos homicídios
há apenas 18 destas origens

Epifânias fanadas disse...

Cumadóir cumasach de dhith ort a Dhé?
Ár gceoltóir aoibhinn féin
go h-óg le h-aois?
A chruthaigh
a theaspáin
a léirigh tabhacht do shaothar
le tuiscint nua, le brí?
Thóg tú uainn é a Dhé!

Tá muintir seo na Fodhla
anois go tréith-lag brónach.

Tagann an briseadh seo.
Ní thuigean muid atá
fós i ngéibhinn. Ach
anois tá saoirse aige
faoi dheire thiar i
gcuideachta na naoimh
i gcomhluadar an Tine Bheo.

Creidim seo mar Chór Chúil Aodha -
"Ag Críost an síol
Ag Críost an fomhair,
I n-iothlann Dé
go dtugtar sinn,"
le chéile.
Amen

Miguel Madeira disse...

Você precisa de um talentoso compositor de Deus?

Nosso próprio músico maravilhoso
demasiado jovem para a sua idade

Um mostrador criou a sua
importância para o trabalho mostrando o novo entendimento, o significado?
O que tiraste de nós é um Deus!

Esta família é agora um estatuto caracteristico dos tristes fracos.

Essa ruptura vem.
Nós não somos thuigean
somos ainda ngéibhinn. Mas
Ele agora tem a liberdade
no Ocidente, na
companhia dos santos, na companhia do Fogo Vivo.

Eu acredito no coro de Chúil Aodha:
"Pra Cristo a semente
Para Cristo a colheita,
No celeiro de Cristo nos encontraremos"
Amén


Tenho alguma dificuldade em perceber o contexto

ok mim explica disse...

1º crença na virtude ocidental e nos valores ocidentais

é etnocêntrico

todas as culturas olham o próprio umbigo

veêm o outro como aspirando aos mesmos valores económicos culturais

as élites católicas ou protestantes negras ou brancas tanto faz gozam de protecções contra a excisão da propriedade e da vida

os grupos intermédios sofrem mais com a pressão dos grupos "desfavorecidos", tendencialmente
sentem-se como desprotegidos como um banhista no Leblon (só bi in telenobelas queu num sou biajante turistico)


axei outro birus muy interessante

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krippahlicus i s'pose...

ora como dezia

todas as culturas e sub-culturas dramatizam as suas perdas até ao exagero mais refinado

seja poeticamente seja em vulgata latina

a tradução tá péssima...é o probrema du googa's

Curtu bué de bués disse...

a visão da África como a áfrica colonial sub-sahariana

Retornado disse...

Para Africa só com três bons salários.
Um por ser estrangeiro(branco)
Outro para fazer alguma coisa
Mais um para produzir.

Caso contrário é melhor dormir debaixo da ponte em caso de desmprego.

fazer alguma coisa...produzir...

é uma mentalidade funcionária
estou aqui logo sou pago por existir

ao produzir mereço outro

é um raciocínio interessante
o europeu produz
podia-se alargar este conceito neocolonialista aos huguenotes nórdicos versus os católicos do doce far niente do sul europeu

houve um homicídio ou um rapto de um inglês ...é o massacre
os raptos dos comerciantes portugueses na Venezuela
ou a vaga de moldavos e romenos que andam ao saque na europa

são fenómenos culturais compreensíveis

Miguel Madeira disse...

Bem, em googles seria assim:

Você precisa de um talentoso compositor de Deus?
Nosso próprio músico maravilhoso
juvenil que h-h-velho?
Um criado
um theaspáin
importância para o trabalho mostrado
novo entendimento, o significado?
Você tirou de nós é um Deus!

Esta família é o bye-lei
caracteriza-se por muito fraco agora que triste.

Essa ruptura vem.
Nós não somos thuigean
ngéibhinn ainda. mas
Ele agora tem a liberdade
no west end
companhia dos santos
Fogo ao vivo na empresa.

Creio que essa Coolea Corps -
"Em Cristo a semente
Para Cristo de Outubro,
Em seu iothlann Deus
nos dado ",
juntos.
amém


Tive que complementar com isto e isto, e ainda inventei um bocado (os dicionários desconhecem "theaspáin", embora deva ter algo a ver com "mostrar")

óia há dicionários de gael disse...

Pronto Tradittore Traduttore

Se ofenda não

A falta de compreensão dos ilhéus
Que são povos cheios de endemismos gramaticais

Levam a que a repetitividade dos discursos não pegue com eles

Mesmo dizendo sempre a mesma coisa o bardo ilhéu varia o posicionamento das palavras

All berto Vence porque s'adapta
é o único caso de socialismo de sucesso do século XX
(infelizmente num chega ao quinto do XXIº)

Oh Deus vós necessitais de um compositor de talento

é uma elegia em forma de poemA a um morto

e não um poema A dEUs...

a tradução nunca pode ser literal

MIM FAzia a tradução du resto disse...

ma tou tentando entrar em carência internética

tou-a trocando por met-a-dona
la dona é mobile já lá dezia a Vodafone

Resumindo disse...

cada um vê na morte de um dos do seu clã ou fé

uma perda imensa que se destaca de todas as outras

é humanum
é como o pessoal d'Almada que tinha há 40 anos meia dúzia de lamparinas e num se queixava
e agora com luz suficiente para afogar dois estádios do euro 2004
queixa-se da insegura falta dela no lusco-fusco das matinas

estamos inseguros...bamos ser massacrados pela malandrage que volta do gamanço...é assi

Recuperei o Dôdô disse...

Alea jacta est