Alguns dias após o Alexandre Abreu concluir no último parágrafo destes três textos publicados no Ladrões de Bicicletas que
"(..)a crise financeira teve lugar em 2007-08 mas a crise económica está ainda em curso – e é uma crise estrutural, a crise terminal do actual regime de acumulação, que tenderá a tornar-se cada vez mais evidente por via da agudização dos conflitos entre as diferentes forças sociais. Conflitos esses cujo palco inicial consiste, como é já bem visível, nas questões em torno da dívida (da questão do (in)cumprimento à questão da migração da dívida do sector privado para o sector público), mas que, inevitavelmente e a prazo, se deslocará para o cerne do problema (a divisão do produto social e a democraticidade da super-estrutura). Para o bem ou para o mal, “mais do mesmo” não resultará. Aquando da crise análoga anterior, na década de ’70, o campo progressista foi derrotado, talvez vítima do seu próprio sucesso anterior. Desta vez, as condições são muito diferentes, mas o embate não será menos decisivo."
aparecem sinais evidentes (via Brumas), e bem próximos de nós, de que o novo regime de acumulação (de Poder, ainda e para já no âmbito do sistema Capitalista), será caracterizado pelo autoritarismo: terminada a ilusão do consumo alimentado a crédito e da "democracia" representativa, deixará de ser possível esconder o aumento da expoliação do produto do trabalho necessário para repôr as taxas de acumulação anteriores à crise e a impossibilidade de mudar o sistema económico-social dentro da "Lei", do que resultará um aumento da conflitualidade social, apenas passível de ser contido pela via do aumento da repressão judicial e policial. Do autoritarismo ao fascismo será apenas um passo, dado quando e onde quem detém o Poder achar necessário colocar uma parte mais significativa da população a vigiar e reprimir a maioria revoltada.
11/04/12
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1 comentários:
Caro Pedro,
deixa-me secundar o teu alerta. E, já agora, propor uma adenda de rodapé (ou caixa de comentários).
Parece-me, com efeito, que, ao mesmo tempo que o autoritarismo fascizante dos governantes, teremos de combater também, com a mesma vigilância embora por outros meios, como é evidente, o autoritarismo de "esquerda", que recrudesce à nossa volta, apregoando o seu desprezo pela democracia. Tanto mais que a experiência mostra que, quando se instala a pretexto da intransigência de "esquerda", este autoritarismo tende a transformar-se em fornecedor de militantes e quadros para o outro.
Abraço para ti
miguel(sp)
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