22/04/12

Sujo

O Luís Branco acha que o Rui Tavares troca de ideias de acordo com o que o põe mais a jeito para se abeirar do poder. Eu, que até estou mais próximo das ideias do Luís Branco do que das ideias do Rui, acho que a acusação de carácter que o Luís faz suja-o mais a ele, Luís, do que ao Rui.

9 comentários:

Miguel Serras Pereira disse...

Apoiado, Zé. E pensar que este e outros ataques do mesmo género vêm a propósito de um texto em que o Rui aponta o exemplo de Mélenchon - cuja candidatura não me entusiasma, a mim, particularmente, do ponto de vista programático, embora seja um fenómeno de mobilização notável, e… ambíguo…
É como se os autores desses ataques achassem que para se ser apoiante em voz alta - e não apenas na urna - da referida candidatura são precisos certificados de correcção ideológica e moral bolchevique passados pelo comité central ou seu equivalente da gloriosa organização em que os acusadores militam.
Confrangedor, camarada. Confrangedor. São coisas e comportamentos destes, com o que revelam de submissão à divisão hierárquica do trabalho político, que confortam a ideia oficial das actuais oligarquias governantes, quando proclamam que não há alternativas à sua supremacia.

Abraço para ti

miguel(sp)

tms disse...

Oh Zé, que ideia disparatada. Não se pode criticar politicamente o Rui Tavares sem que apareça alguém a dizer que é um ataque de carácter. Sinceramente parece-me que é preciso que os amigos do Rui escrevam um regulamento sobre o que se pode escrever sobre o político Rui Tavares.

tms disse...

Que disparate Zé! Não se pode escrever nada sobre o Rui sem que apareça alguém a dizer que é um ataque de carácter. Será melhor que o grupo de amigos do Rui elaborem um Regulamento de Costumes para se poder escrever sobre o Rui Tavares.

Zé Neves disse...

tiago, não é disparate nenhum. não só é possível criticar o rui, como eu próprio pratico essa modalidade com frequente regularidade. agora, não contem comigo para cenas do género "o rui muda de opinião de acordo com o que mais o abeira do poder". achas que não é esse o tom do artigo do luís branco? se não for, ainda bem, e só tenho que me arrepender deste meu post.

Luís Branco disse...

Ó Zé, lê lá o texto outra vez.
Ó Miguel, lê lá o texto.

Zé Neves disse...

luís, tens razão. peço-te desculpa pela precipitação. pensei, estupidamente, que vinha aí "mais do mesmo". tresli o último parágrafo.
abç

Miguel Serras Pereira disse...

Luís,
infelizmente, não posso pedir desculpas do que escrevi, embora compreenda a posição do Zé Neves. Com efeito, se o RT não é acusado por apoiar Mélenchon, uma vez que teria a obrigação de apoiar EJ, o que tu escreveste escapa à minha compreensão. Fundamentalmente, era esse o meu ponto. E, até ver, a sua peretinência mantém-se.
Lamento muito…

msp

Luís Branco disse...

Miguel, alguma coisa te escapou. Não me passaria pela cabeça obrigar o Rui a apoiar quem quer que fosse. Para mim, o ponto é outro: nunca o ouvi apresentar uma razão para ter trocado o GUE do Mélenchon pelos Verdes do Cohn Bendit. Todos sabem que não tinha de o fazer, mesmo deixando a delegação do Bloco pelas razões que invocou. Ao vê-lo defender agora que a grande esperança da esquerda europeia era o Mélenchon, fiquei realmente espantado com o silêncio sobre a sua colega de bancada que ia a votos na mesma eleição.
Perguntar a razão desse silêncio revelará submissão à divisão hierárquica do trabalho político, confortará a ideia oficial das actuais oligarquias governantes e proclamará que não há alternativas à sua supremacia? Se queres a minha opinião, isso tudo soa um bocado ridículo e não vejo como se aproveita aqui neste debate.

Miguel Serras Pereira disse...

Bom, Luís, vamos lá ver. De acordo, o teu texto em apreço não será sujo - nisso, acompanho o Zé Neves -, mas é sectário. O que escreves agora não impede que, no que escreveste, contestes a legitimidade da declaração de apoio ao Mélenchon do Rui. Basta reler a crónica. Mas, pronto, pá, ainda bem que agora já não pensas do mesmo modo, ainda que pareças não dar pelo progresso que levaste a cabo. Haverá aqui matéria para completar a fórmula do "atraso da consciência", dizendo que este se manifesta, em casos como este, revelando o atraso, mais dialéctico, da consciência sobre si própria? Não sei, nem me parece que seja urgente tratar da questão. Por mim, podemos mudar de assunto - por ti, não?

msp