Boa questão, mui certeiro camarada Zé Neves. Outra, que é quase a mesma e também viria a propósito, é a que poderia levantar-se, perguntando porque é que a via "nacional" ou "patriótica" da reactivação do Estado-nação seria mais eficaz e segura contra a hegemonia imperial do Estado alemão do que a via da integração política, orçamental, fiscal, etc. de Portugal, da Alemanha e tutti quanti, em pé de igualdade, numa UE recomposta como uma federação de regiões autónomas (implicando a eleição de uma assembleia constituinte, etc. etc.).
Dito isto, não é claro para mim que o Nuno Teles esteja definitivamente impedido, a partir dos pressupostos que lhe conhecemos, de fazer suas as nossas razões a este respeito. Eu diria até que a sua interpretação da crise das periferias põe em evidência a insuficiência da via nacional (senão nacionalista) e patriótica a que acima me referi. Mas ele dirá, se quiser ajudar-nos a compreender.
A «descolonização» era inevitável, porque imposta pelos interesses das grandes potências.
As metralhadoras, os morteiros, as granadas e o treino militar dos “terroristas” não crescem em embondeiros. São subsidiadas por Estados dominados por multinacionais.
Hoje, Angola é uma quinta de grandes multinacionais americanas cujo capataz é o (bem pago) José Eduardo dos Santos.
Ora, disse a Morsa ao Carpinteiro vamos ter muito que falar: de botas, e lacre, e veleiros, de reis, e couves da casa, de saber porque ferve o mar, ou se há porcos com asas.
Lewis Carroll
Alice do outro lado do espelho, cap. IV
2 comentários:
Boa questão, mui certeiro camarada Zé Neves. Outra, que é quase a mesma e também viria a propósito, é a que poderia levantar-se, perguntando porque é que a via "nacional" ou "patriótica" da reactivação do Estado-nação seria mais eficaz e segura contra a hegemonia imperial do Estado alemão do que a via da integração política, orçamental, fiscal, etc. de Portugal, da Alemanha e tutti quanti, em pé de igualdade, numa UE recomposta como uma federação de regiões autónomas (implicando a eleição de uma assembleia constituinte, etc. etc.).
Dito isto, não é claro para mim que o Nuno Teles esteja definitivamente impedido, a partir dos pressupostos que lhe conhecemos, de fazer suas as nossas razões a este respeito. Eu diria até que a sua interpretação da crise das periferias põe em evidência a insuficiência da via nacional (senão nacionalista) e patriótica a que acima me referi. Mas ele dirá, se quiser ajudar-nos a compreender.
Força, pá, e abraço
miguel(sp)
A «descolonização» era inevitável, porque imposta pelos interesses das grandes potências.
As metralhadoras, os morteiros, as granadas e o treino militar dos “terroristas” não crescem em embondeiros. São subsidiadas por Estados dominados por multinacionais.
Hoje, Angola é uma quinta de grandes multinacionais americanas cujo capataz é o (bem pago) José Eduardo dos Santos.
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