10/04/12

Marine Le Pen, a amálgama fascista e a separação das águas

Salir de forma ordenada del euro y volver al franco “para no acabar como Grecia o España”; nacionalizar temporalmente la banca “para garantizar los ahorros de los franceses”; renegociar “todos los tratados europeos para recuperar la soberanía nacional”; prohibir la discriminación positiva que protege a las minorías; restablecer la pena de muerte abolida en 1981 y la cadena perpetua efectiva como símbolos de la tolerancia cero hacia la delincuencia. Estas son algunas de las medidas que propone Marine Le Pen a los electores franceses. La presidenta del Frente Nacional, que marcha tercera en los sondeos y continúa siendo la aspirante favorita entre los jóvenes de 18 a 24 años, se autoproclamó este martes la “candidata antisistema” durante una comparecencia ante la prensa internacional en la sede de su partido, en Nanterre, a las afueras de París.

O que dá — ou devia dar — que pensar nas medidas emblemáticas do programa presidencial de Marine Le Pen, bem resumidas na peça de El País cujo início acabo de transcrever e cuja leitura na íntegra não deixa de ser aconselhável, é o modo como amalgamam — à semelhança de movimentos e correntes políticas que se situam no extremo oposto do espectro partidário convencional — as reivindicações "sociais" e a crispação nacionalista e soberanista, de modo a fazer passar o conjunto por uma verdadeira alternativa de ruptura com o sistema. Com efeito, tanto os ataques desferidos contra o "federalismo" e a economia desnacionalizada, como a apologia de uma mão pesada na justiça penal a pretexto da repressão da corrupção e da delinquência, são traços que encontramos também numa corrente — ou confluência de correntes — de opinião autoritária e patriótica que se apresenta como voz da verdadeira esquerda, ou da "esquerda revolucionária". O que só demonstra, uma vez mais, que não basta acertar na denúncia dos males do sistema, e que a separação das águas passa também, para qualquer plataforma de acção democraticamente utilizável, pelas alternativas e os princípios que as informam. Tal é, de resto, a condição de necessária de não transformarmos numa mistificação, ou auto-mistificação, perigosa as denúncias rituais do (cada vez mais verosímil) renascimento da ameaça fascista, a celebração beata das virtudes do "povo unido", ou as palavras de ordem do tipo "Fascismo, nunca mais".

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