O tipo de consideração pela candidatura de José Manuel Coelho é uma boa medida da interiorização formal do democratismo nos cidadãos comuns. Que não deve andar longe da dos jornalistas, os indivíduos que, por vontade colectiva não sujeita a votos, carregam as pautas e as cartilhas. Sobretudo quanto aos preconceitos e às segmentações.
Lendo este post do meu blogo-camarada Miguel Madeira, um post justo, lembrei-me de um outro, igualmente certeiro, de Pedro Correia (*) e que, a poucas horas de (finalmente) Cavaco prestar declarações à Judite, ganha actualidade. Se as diferenças se notarem teremos confirmado que a escala jornalística que “mede” os candidatos vai desde a medida abaixo de zero, para os do mundo da ambição negada, até à medida da pomada, a reservada aos candidatos majestáticos, ou vencedores antecipados e cujas campanhas se destinam a representar passeios de consagração.
(*) :
aguardo que pelo menos algumas das perguntas e considerações ontem endereçadas por Judite Sousa ao candidato madeirense sejam colocadas a Cavaco Silva, que a mesma jornalista entrevistará na próxima segunda-feira.
Recordo, a título de exemplo, algumas dessas perguntas e considerações:
- É uma brincadeira? É uma coisa séria? Qual é a sua atitude nesta campanha eleitoral?
- Como é que responde àqueles que dizem que a sua candidatura não pode ser levada a sério?
- O senhor andava à procura de um palco?
- Acha que é sério ter feito esta trajectória? Onde está a seriedade?
- Foi incumbido por quem para se dirigir a quem?
- Quem está a pagar a sua campanha?
- Quanto é que o senhor vai gastar? Não vem a nado da Madeira, com certeza...
- A sua actividade política é paga por uma das famílias mais ricas da Madeira. É verdade?
- O senhor diz mal de toda a gente, só não diz mal de si próprio. (...) Ataca o jardinismo, ataca o cavaquismo...
Veremos. Ou confirmemos. Ou seja, se Judite de Sousa vai tratar com estes modos o candidato Cavaco. Em quem, diga-se, assentariam com merecimentos muito maiores algumas das perguntas, dadas como sendo estalos de feitora em cara de moleque doutra época, ao candidato José Manuel Coelho.
(publicado também aqui)
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