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César das Neves não encolhe na sua cruzada em prol da saudade da velha cultura, a que era vigiada e garantida pela guarda pretoriana salazarista fardada de sotainas desse clericalismo que foi sustentáculo da ditadura e do consequente respeitinho em molho de tradição. E o
prof-cura, misógino (odiando vaginas como qualquer crente empedernido em desvio paranóico por excesso de culto mariano, não se sabendo se, por isso mesmo, preferirá antes, como parte dos seus confessores e pregadores de homilias, um rabinho de menino) e apóstolo da auto-castração como imitação da castidade, vai inventando, em delírio demagógico, as dicotomias que lhe facilitem a pregação. Incapaz de aceitar e integrar os novos espaços de igualdade e cultura, César das Neves mete em
package etiquetado como demoníaco tudo o que permitiu a emancipação dos reprimidos, disfarçando a sua cruzada de cavaleiro das trevas como sendo um mero instinto de defesa perante o demónio da modernidade à solta, traçando, a despropósito, ridículas teorias de conspirações. Como o fez desta maneira:
Todas as civilizações e culturas sempre souberam que a família, onde as gerações se unem e sucedem, amando-se, educando-se, sustentando-se, perdoando-se, constitui a base da sociedade. Sempre houve alternativas, avaliadas de forma diferente nas várias culturas, mas nenhuma as viu como semelhantes à célula vital. A cultura ocidental contemporânea é a primeira que tenta negar a evidência.
Começa logo por não ser possível sequer falar de família. Agora é "família tradicional", porque alegadamente há várias. E aqui o adjectivo é pejorativo. Depois um portentoso aparato mediático, filmes, televisão, revistas, livros, jornais, lança-se numa campanha de propaganda massiva a favor das alternativas, adultério, divórcio, promiscuidade, concubinato, perversão, deboche, etc.(publicado
aqui também)
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