26/04/11

Os tanques do FMI e o "direito de pernada" dos partidos

Saberemos ser livres? Então o que significa este coro celebratório pela chegada do FMI, esta exultação própria de inseguros, fanáticos contentes pela chegada da tutela estrangeira? O que justifica uma confederação patronal pedindo ao FMI a alteração da Constituição para facilitar os despedimentos, fazendo figura de apparatchik de país satélite pedindo a intervenção dos tanques soviéticos?

Saberemos ser livres? Então que explicação haverá para um parlamento cheio de deputados que temem pela “carreira” e um sistema onde os partidos julgam ter um direito de pernada sobre as opiniões das pessoas?


É natural que, ao ritmo a que as escreve, o Rui Tavares não consiga estar em todas as crónicas à altura do seu melhor. Assim, a sua crónica de "balanço e perspectivas" sobre o 25 de Abril é menos lúcida talvez e decerto menos convincente do que algumas outras. É, todavia, nela que, entre outros parágrafos menos penetrantes,  irrompe esta "iluminação" que acerta em cheio — e como "é preciso, imperioso e urgente" não desistirmos de acertar — no alvo das forças antidemocráticas rivais que disputam o lugar de garantes e beneficiários da nossa comercialização.

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