06/06/11

E chamam a isto Democracia...


Vamos ter um governo, apoiado nos deputados eleitos pelo PSD e CDS, provavelmente durante 4 anos, que representa menos de 30% dos eleitores portugueses. Previsivelmente, daqui a alguns meses representará ainda menos. E chamam a isto Democracia...

8 comentários:

Dédé disse...

EM ELEIÇÕES NÃO GANHA O MELHOR, GANHA O QUE TEM MAIS VOTOS.

Anónimo disse...

Quanto aos 40% dos ditos "sem representação" é melhor você refazer as contas. Conheço muita genta que já faleceu e que continua nos cadernos eleitorais a fazer número para os seus "sem representação".
Você pode estar aborrecido por o PSD + CDS/PP terem tido a maioria, agora não precisa é de ser intelectualmente desonesto.

Tiago Filipe

J Eduardo Brissos disse...

Então o Tiago "conhece muita genta que já faleceu e que continua nos cadernos eleitorais"?
E o que é que já fez sobre isso? Comunicou à CNE ou à Junta de Freguesia para se corrigir a situação?
E já agora para eu poder "refazer as contas": quantos são os falecidos que continuam "vivos" nos cadernos eleitorais? Um milhão? Dois milhões?
De facto não gosto do PSD e do CDS/PP (sozinhos ou em conjunto), mas gosto de factos, e o facto é que a abstenção, de que não gosto nem pratico, é cada vez maior (mais falecido, menos falecido).

Anónimo disse...

Há que ter duas coisas em linha de conta:
1) 10 637 713 habitantes e os cadernos eleitorais tem 9.321.986 eleitores

2)ainda que fosse o numero que sugere se não têm representação fizeram-no por decisão própria e não exerceram o seu direito nem cumpriram o seu dever.

Pedro Viana disse...

Anónimo, o número de eleitores inscritos em Portugal é de 9.429.024 segundo o website Legislativas 2011 do CNE/DGAI. O número de 10.637.713 habitantes é uma estimativa do INE referente a 2009, e inclui os estrangeiros residentes, que seriam 443.102 em 2009 ainda segundo o INE, e os menores de 18 anos, da ordem de 20% da população. Assim, em 2009, deveria haver por volta de 0.8*(10.637.713-443.102)=8.155.689 potenciais eleitores. Assumindo que a taxa de crescimento do população portuguesa é zero, e realmente anda muito próxima disso, haverá então 1.273.335 eleitores a mais nos cadernos eleitorais. Refazendo as contas apresentadas no post, assumindo que o número de eleitores vivos é então de 8.155.689, PSD e CDS terão angariado não 29.7% mas sim 34.3% dos votos. Esta altertação exige que mude alguma coisa de substancial no meu argumento? Por acaso PSD e CDS podem legitimamente afirmar que representam uma maioria de portugueses? Não, pois não?... Onde está então a desonestidade intelectual?

Democracia quer dizer governo segundo a vontade da maioria dos cidadãos, não segundo a vontade da maioria dos que votaram em eleições à X dias ou anos atrás. Ou seja, o sistema político actual não é uma Democracia, mas apenas um simulacro. E não é legítimo exigir a alguém que se faça representar numa farsa. Mas estes cidadãos continuam a ter o direito a que a sua opinião seja tida em conta no governo. É por isso da mais elementar justiça pelo menos relembrar a sua existência, em particular a quem se arroga em representante da vontade do povo só porque ganhou umas dadas eleições.

Abstencionista disse...

Ao contrário do Srº Tiago que conhece muitos mortos abstencionistas, eu conheço os ainda vivos, entre os quais me incluo, para já.
Quanto a mim continuo a «cumprir o meu dever» de não legitimar este regime onde os que decidem verdadeiramente não são sequer os que se apresentam nas eleições!
Mas afinal qual é mesmo a representação dos ditos partidos ganhadores? Dois por cento? Acho que deve ser exagerado esse número, eles representam-se realmente a si mesmos.
É a ficção democrática-representativa!

Anónimo disse...

Eduardo Brissos

Conheço sim muita gente que já faleceu e que continua nos cadernos eleitorais. Quanto a isso não fiz nada nem vou fazer seja o que for para corrigir a situação, porque não estou para isso. Se são dez, cem, um milhão ou dois também não sei porque não os fui contar. Lá está, não estou para isso. Mas se o Eduardo Brissos faz questão de “refazer as contas”, vá você contá-los. Não venha é dizer que a abstenção é cada vez maior sem antes contar os falecidos e “refazer as contas” e dizer que isso é um facto. Quanto aos seus gostos, o problema é só seu.


Pedro Viana

Foi excessivo da minha parte dizer que houve desonestidade intelectual. Quanto muito você teve preguiça de fazer contas de modo a apresentar um resultado mais sustentado. Porque 29,7% é significativamente diferente de 34,3%. Assim sendo e à luz destas novas contas, a abstenção é quanto?

“Democracia quer dizer governo segundo a vontade da maioria dos cidadãos, não segundo a vontade da maioria dos que votaram em eleições à X dias ou anos atrás …”

O que é que propõe? Que se chamem os abstencionistas para formar governo? É isso? Tem dados que o levam a pensar que os abstencionistas não votam porque “não querem participar numa farsa”? E aqueles que votam nulo ou em branco por não se reverem nos partidos que concorrem às eleições, estão a participar numa “farsa”?

Tanto quanto me lembro, quem se arroga em representante da vontade do povo e também dos trabalhadores, é o PCP que participa na “farsa” e nunca ganhou. Segundo as suas contas estes “representantes da vontade do povo” valem quanto?


Só por curiosidade você participou na “farsa” ou absteve-se? Eu participei.


Abstencionista
Você é um abstencionista vivo, segundo diz. Parabéns!


Tiago Filipe

Pedro Viana disse...

Caro Tiago Filipe,

Agora sou eu que afirmo que não está a ser muito honesto intelectualmente quando diz que "29,7% é significativamente diferente de 34,3%". Não é. Continua a ser uma clara minoria de eleitores.

"O que é que propõe? Que se chamem os abstencionistas para formar governo?"

Pode encontrar as minhas propostas para reforma do sistema político nesta recente sucessão de posts, dos quais deixo a referência do último, que contém links para os outros,

http://viasfacto.blogspot.com/2011/06/quatro-propostas-para-uma-democracia_2190.html

"Só por curiosidade você participou na “farsa” ou absteve-se? Eu participei."

Participei e votei. As consequências seriam piores se não tivesse, e outros como eu, participado na farsa. É que a quem detém o poder não interessa minimamente a questão da legitimidade política e social, mas apenas a legitimidade formal. A única razão porque se começariam a preocupar com abstenção, e provavelmente apenas quando a abstenção real chegasse aos 70%, seria porque tal indicaria haver mais gente propensa a apoiar o derrube do regime.