"Quem é Daniel Oliveira?", pergunta Luís Fazenda, tendo obtido uma resposta civilizada do Daniel. Quanto a Luís Fazenda, a continuar a espingardar a este ritmo, a conclusão a que não tarda chegaremos todos, temo, é que não só sabemos quem seja, como também gostaríamos de não o saber.
Ler também este post da Andrea Peniche. E sobre o BE ler o texto do Miguel Madeira já aqui em baixo e que resume, creio, o que de mais importante se discute.
10/06/11
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12 comentários:
Eu sei quem é o Luís Fazenda: é um tipo que foi deputado do BE quando só havia dois (o outro era o Francisco Louçã), quando só eu e mais cinco gatos pingados é que votávamos no BE ; e também sei quem é o Daniel Oliveira: é aquele rapaz que faz parte de um grupo de humoristas da SIC, os "Gato Fedorento". Eh pá, esperem lá, não é os "Gato Fedorento", é o "Eixo do Mal", onde é que eu tenho a cabeça!
E, já agora, acho mal. Acho mal, pronto. Acho mal o Fazenda ter dito, do Daniel Oliveira, "Não reconheço que tenha qualquer sensibilidade organizativa dentro do BE". O Daniel Oliveira é, apesar de tudo, vejamos bem, o líder incontestado da ala dos bloquistas SIC/Expresso/Rádio Renascença!
Talvez a melhor resposta do Fazenda (ou de qq outro elemento da dir. do bloco) fosse o silêncio, e continuar a tratar dos problemas nos órgãos próprios, tratando de ampliar esse debate por meios e em locais que assegurassem a democracia e igualdade de intervenção de militantes, simpatizantes ou simples interessados em dar a sua contribuição.
Mas perante as réplicas na com. social que tiveram as críticas e exigências de Daniel Oliveira e, sem possibilidade de utilizar os mesmos meios e, principalmente, beneficiar do mesmo efeito de réplicas sucessivas em tudo que é canal de tv - que nunca como agora estiveram interessados e preocupados com a descida do BE, curioso - cos diabos, um homem não é de pau!
Alberto,
Nesse tempo em que só eram dois deputados o Daniel era um militante particularmente activo do BE. Na verdade, acho que foi um dos primeiros funcionários. Assessor de Imprensa ou coisa que o valha. O que no caso de um partido como o BE, tão dependentente da relação com os media, não é propriamente o menor dos cargos. De modo que não é por aí.
Lam,
Quanto o Daniel apoia a direcção do BE na comunicação social (por exemplo, as eleições do Alegre, em relação às quais militantes do BE estavam em desacordo), ninguém se queixou de beneficiar de tal posição.
bom algures nos anos 90 um militante do BE foi a uma reunião partidária comandada pelo pai do Filipe Rosas
(que estranhamente ou não é mais pró comunista ortodoxo)
provavelmente pra contrariar o patriarcado
adiante o gadjo saiu de lá tão afectado pela retórica partidária
similar à do PCP
que jurou nunca mai voltar
resumindo
o problema do bloco é ter herdado as estruturas da UDP já bastante envelhecidas e farfalhudas
e ter juntado outras que eram do mesmo jaez
e moldou os membros mai novos
na mesma envelhecida mistura
e os partidos ou blocos não são como o vinho
Zé Neves,
(falando a sério)
>Nesse tempo em que só eram dois deputados o Daniel era um militante particularmente activo do BE. Na verdade, acho que foi um dos primeiros funcionários. Assessor de Imprensa ou coisa que o valha.
Bem sei. Foi até, ao que me parece, um dos fundadores, pertencente à Política XII (posso estar enganado nisto). Mas se o Bloco deve bastante ao Daniel Oliveira, a personagem mediática "Daniel Oliveira" deve quase tudo ao Bloco. Alguém acredita que ele teria o espaço que tem na comunicação social se não fosse porque serve para preencher uma boa parte do tempo de antena que se tem, contrariadamente, que dar a vozes próximas do Bloco? E se ele se prestar a fazer as críticas que convêm, melhor ainda! Não é o único, aliás, nesta situação. Há uma certa nulidade, que todos bem conhecemos mas que não vou nomear porque é muito mais divertido assim, que, em resultado de uma jogada de absoluto oportunismo que lhe custou com certeza qualquer espécie de confiança que tivesse dentro do partido, se tornou subitamente, de figura absolutamente terciária no Bloco, no convidado mais apetecível de todo o talk-show e mais algum que existisse, e que tem agora, como o Daniel Oliveira, o seu lugarzinho cativo na televisão. Eu não junto, apesar de tudo, o Daniel Oliveira no mesmo saco que esta notável criatura (digo-o sinceramente); e aonde eu quero chegar é que o Daniel Oliveira não é, como ele diz, "só um militante". É este tipo de frases que me começa a levantar algumas dúvidas sobre a boa fé do Daniel Oliveira. Ele está a ter um tempo de antena que mais ninguém tem, nem mesmo os representantes eleitos do Bloco, e tem-o devido ao facto de supostamente representar o partido, ou talvez uma qualquer corrente crítica. Curioso, no entanto, é que ninguém saiba bem quem são os membros desta corrente, e também que ela não tenha apresentado nenhuma moção alternativa na última convenção, há pouco mais de um mês. O próprio Daniel optou por estar na convenção apenas como observador, não tendo feito nenhuma alocução. Bem sei que seria porque a convenção antecedia de perto as eleições, e não conviria evidenciar dissensões. Mas isso não o impedia de fazer todas as críticas que lhe passassem pela cabeça na comunicação social. Estranho, não? Acho mesmo, aliás, que o Daniel Oliveira participou, ou se deixou utilizar, na ofensiva propagandística de que o Bloco tem vindo a ser alvo, e que é um dos responsáveis (com certeza que não o mais importante) pelo mau resultado eleitoral. E não é evidentemente o seu apelo de última hora a um "voto crítico" no BE que o iliba de responsabilidades, nem o seu vídeo de apoio a José Manuel Pureza. Este vídeo parece mesmo, no que concerne ao Daniel Oliveira, uma retirada de apoio eleitoral às listas do Bloco em geral.
Bem, isto já vai longo, e a minha vida não é isto, senão poderia tentar rebater algumas das críticas específicas que o Daniel Oliveira faz, que me parecem muito pouco válidas, mas vou chamar a atenção para uma delas: a de que o Bloco se teria portado mal com José Sá Fernandes ao lhe retirar a confiança política. Esta é, pura e simplesmente, para rir, e acho que quem a faz, ou revela pouco discernimento, ou está, mais uma vez, de má fé. Quem não concordar com isto que pergunte a si mesmo: Que é feito do Sá Fernandes, do infatigável e incorruptível combatente solitário por Lisboa, contra tudo e contra todos, que o Bloco julgou inicialmente estar a apoiar? Têm ouvido falar dele? Pois é.
A propósito, eu não sou militante do Bloco, não vão as minhas opiniões ser-lhe atribuídas. Presumo que faça parte da "base social de apoio" (nem todos estamos "pouco politizados") de que o Daniel Oliveira se arvora, ou é arvorado, o defensor.
alberto, assino por baixo a maior parte das críticas que faz ao Daniel. Tenho-o escrito por aqui. Isso não me impede de dizer que a resposta do Luís Fazenda é errada. Mais do que isso, vinda de um dirigente revela falta de sentido democrático no exercício do cargo.
Política XII ?
não era Política XXI?
o bloco é tão novinho
mas o pessoal já anda xéxé
a política tira anos de vida
Alberto:
"porque serve para preencher uma boa parte do tempo de antena que se tem, contrariadamente, que dar a vozes próximas do Bloco?"
Contrariadamente???!!! :-))) :-)))
Banda in Barbar:
XII foi uma gralha, obviamente.
Samuel:
Sim, contrariadamente. É bem sabido que o PCP e o BE têm uma cobertura (nas televisões, pelo menos) proporcionalmente inferior à sua representatividade parlamentar, e que o CDS é sempre anormalmente sobrerepresentado. Daí vem a expressão de que o CDS é "levado ao colo". No caso do CDS, então, a coisa salta tanto aos olhos que nem é preciso haver estudos detalhados para que o saibamos: qualquer um de nós pode reparar que não há quase um dia em que o Paulo Portas não apareça a falar no noticiário, por exemplo, da RTP. Passa-se o mesmo com o Jerónimo de Sousa ou o Francisco Louçã? Essas historinhas de "o Bloco só existe porque a comunicação social lhe dá atenção a mais" é uma absoluta TRETA, cujo objectivo é capitalizar a surpresa do espectador pela irrupção na sua realidade artificial "consensual" de uma mensagem improvável no seu contexto e em desacordo com a injecção ideológica diária e subconsciente (o que lhe aumenta a visibilidade subjectiva), no sentido de legitimar aquilo que efectivamente se passa, que é a exclusão. Esta estratégia tem aliás estado a dar os seus frutos nos últimos tempos, tanto na discussão da intervenção da "troika" como na campanha eleitoral, em que se conseguiu finalmente instituir um sistema de "filhos e enteados", se me faço compreender (basta-me referir a expressão em newspeak "arco da governação"), que foi outro dos responsáveis do mau resultado eleitoral do BE. Este tipo de ideias encontra por vezes eco, infelizmente, em certos sectores do PCP, que insistem em ver o Bloco como nada mais do que uma conspiração do poder instituido contra si, na fantasia, provavelmente, de que, a não existir o BE, a CDU teria agora, pelo menos, 13% dos votos (está-se mesmo a ver). É por essas e por outras que a esquerda se encontra na situação em que está agora, fragilizada e desunida quando enfrenta a maior ameaça à independência nacional desde, sei lá, a 2ª Guerra Mundial.
Uma mentira não se torna realidade por ser repetida muitas vezes...
O Luís Fazenda é também o tipo que na UDP fez um acordo com o PCP para eleger um deputado e o tipo, diz a história oficial do Bloco, que pariu a extravagante ideia de juntar maoístas, trotskistas e ex-pc's no mesmo partido. Como diria o outro, o Daniel tinha de nascer umas 9 vezes para fazer metade disto.
Alberto:
Pronto, pronto... não era preciso tanto...
Já me arrependi de ter escrito a piada. :-)))
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