22/06/11

Um Abraço para o Jorge Palinhos

A propósito deste post que o Jorge Palinhos publicou anunciando a sua saída do 5dias, quero deixar-lhe aqui um abraço - que, de resto, tentei deixar na caixa de comentários da sua despedida, mas que continua à espera de moderação, depois de vários outros comentários posteriores terem sido já editados. Talvez, depois de o pôr aqui, sob a forma de post, o comentário acabe por ser aprovado à semelhança do que tem acontecido noutras ocasiões. É lamentável que uma minoria tenda a fazer com que a censura arbitrária se torne uma prática cada vez mais frequente na casa — e não, não sou só eu que o digo.

Mas adiante e aqui fica o abraço anunciado:

Caro Jorge,
não o conheço pessoalmente, mas não quero deixar de o cumprimentar vivamente pela sua atitude.
Deixando de parte o tipo de apoio ou intervenção que o RT, você, o Miguel Portas e a Marisa Matias, o Pedro Viana ou eu próprio, possamos ter considerado na altura, ou considerar agora, a melhor forma de solidariedade com os insurrectos líbios - e que, decerto, não era esta nem assim orientada -, a verdade é que chamar "carrasco do povo líbio" (e olhe que não foi a primeira vez) a quem tomou a atitude que o RT tomou, insinuar que a sua ruptura com o BE na sequência de uma insinuação difamatória pública por parte de FL é motivada pela vontade de ganhar dinheiro, etc., etc. são métodos que devemos repudiar absolutamente, pois pervertem, também absolutamente, a luta política.

Abraço solidário

msp

29 comentários:

o anarquista verde disse...

Liberdade para o Palinhos!
Palinhos no Vias já!

Liberdade para o Tavares!
Tavares no Vias já!

Anónimo disse...

Boa intervençao em favor de Jorge Palinhos. Mas existem outras a incentivar, infelizmente... Como o que está em cima da mesa é a Libia, hoje saiu no blogue de Timothy Engelhart- o Tom Dispatch. Com- um texto de um colega de Tim. da Yale University, Jonathan Schell- " " Atacando a Líbia- e o Dicionário ", que deve ser lido com toda a atençao.A longa derrapagem metafórica de Obama sobre a " intervençao " na Libia,escapelizada por Schell, revela os equívocos de toda uma operacao trabalhada, no essencial, pela contra-espionagem francesa, com intuitos de " intervençao " armada de tipo neo-colonial, a que Obama concorre e empresta o know-hom militar yankee com as " intervençoes cirúrgicas " dos bombardeiros e da sua arma prefe-rida, os drones.Claro, Khadafi nao pode nem vai escapar à morte, mais cedo ou mais tarde. Niet

LAM disse...

Tudo decorre do horror que por ali se vai instalando a quem tenha posições políticas que de alguma maneira possam influenciar na prática os rumos políticos, ao invés da demissão de intervenção remetida ao papel de gestão do descontentamento em nome do reforço da "vanguarda" e de carpir a crise. Jorge Palinhos foi mais um.

João Valente Aguiar disse...

MSP,
Eu nem sei quem é esse Palinhos nem para que é que serve. Não sei se é para aspirar a casa ou se é abrilhantador de jantes. Não sei nem quero saber.

Sobre o que realmente importa. Independentemente do posicionamento que se possa ter sobre a Líbia e afins (em que a posição do Palinhos é, do meu ponto de vista, alinhada - consciente ou inconscientemente - com os intentos do imperialismo), para que é que serve um post destes? Cada vez que houver um comentário ou post que eu concorde tenho de colocá-lo no meu blog para inglês ver? Acho um exercício absolutamente desnecessário e até anedótico.

A não ser que você tenha ido no passado fim-de-semana a Londres aprender com os dirigentes do Chelsea. E aí já percebo a sua motivação para posts destes. E fica explicado o seu lado de Abramovitch blogosférico. Libras blogosféricas para os Palinhos deste mundo.

Miguel Serras Pereira disse...

JVA,

1. não se tratava de um post qualquer - mas de um post que marca posição sobre certas práticas censórias que considero inaceitáveis e são usadas sistematicamente por alguns autores - minoritários - no vosso blogue. O que só pode desgostar quem aprecia outras leituras que por lá encontra.

2. É estranho que V. fique pelo acessório - a oportunidade ou não do meu post - e não diga uma palavra sobre os métodos que referi acima e que, quero crer, não poderão deixar de merecer o seu repúdio.

3. É lamentável o tom da sua conclusão futebolística. Temos discutido civilizadamente e gostaria que isso continuasse a valer. Vale?

Saudações democráticas

msp

Anónimo disse...

o pseudo-tradutor (informa-nos lá como foi ao certo com o vigotsky pá) diz que o RT afirmou que o palitinhos ou lá o que é era um carrasco do povo líbio. eu digo que o pseudo-tradutor é um carrasco do povo líbio. desde o início apoiou os contra-revolucionários monárquicos utilizados pela NATO. como eles se auto-proclamavam rebeldes, o pesudo-tradutor (o fascista) ficou excitado e foi abraçar as bombas queridas do ocidente. o franco também foi rebelde e apoiado pelo ocidente. o pesudo-tradutor não passa de um fascista.

Carlos Vidal disse...

É preciso ver que este pseudo-tradutor já fez com que vários autores repensassem a continuidade das suas obras em Portugal, e continua a não dizer nada sobre o Vigotsky.
Entretanto.... oh, só agora reparei que embrulhei uns ossos de frango numa folha com as iniciais MSP: Portanto, o censor sou eu.

Embora, pá. Desaparece.

Anónimo disse...

Miguel Serras Pereira,
Como sabes, no 5 dias, são os autores dos posts que aprovam os comentários. Alguns não aprovam os teus. Estão no seu direito. Como tu estás no direito de escrever estes posts.
Agora, parece-me excessivo esta tua vigilância, quase policial, às divergências no 5 dias.
Arranja uma vida, sff.

NRA

samuel disse...

Pois... a cada qual a sua opinião, mas espero que a solidariedade não chegue ao ponto de o convidar para escrever aqui.
Só lhe conheci este post de despedida... mas é tão pobrezinho!...
Prefiro continuar a gostar do que leio aqui... mesmo quando não concordo. :-)

Rocha disse...

Oh Carlos oh Carlos ha ha ha ha... deste me um ataque de riso.

enfim disse...

não se tratem , não. e ...acho que prefiro as "classes" com base no capital económico , estas do capital cultural/intelectual ou lá o que é são muito amargas e aborrecidas. as vossas "festas" não têm glamour nenhum , só azedume.
e grande lata para esperarem que as pessoas sejam boazinhas e solidárias..

Miguel Serras Pereira disse...

Nuno

1. não insisti em divergências no 5dias - limitei-me a dizer em abono do blogue que a atitude censória absolutamente antidemocrática a que me refiro é apanágio de uma minoria;

2. não me vais dizer com certeza que o JP aprovou todos os outros comentários ao seu post, não aprovando o meu;

3. já que falas no assunto, gostaria de saber se achas que "estão no seu direito" os que escrevem e publicam posts em que me insultam, difamam, etc. com todas as letras e citando explicitamente o meu nome, mas censuram à partida, independentemente do seu teor, qualquer resposta que eu queira dar-lhes.

4. Retomando o título de um teu post de há meses a que dei aqui a merecida publicidade, dir-te-ia para acabar que tenhas cuidado com "os falsos amigos do 5dias" (Cf. http://viasfacto.blogspot.com/2010/06/sobre-israelitas-palestinianos-extrema.html)

Abraço

msp

Miguel Serras Pereira disse...

Nuno,

esqueci-me de te perguntar há pouco, só por curiosidade, se achas que foi o Jorge Palinhos quem censurou o meu comentário, ou se, desta feita, alguém se substituiu ao autor do post nessas funções. Saberás esclarecer-me, por favor?

msp

Miguel Serras Pereira disse...

Nota de Tradução:

o meu trabalho de tradutor profissional não é para aqui chamado. Não está por certo acima da crítica e eu próprio já dei muitas vezes exemplos de lapsos ou soluções menos correctas em que me terá acontecido incorrer. De qualquer modo, posso enviar o meu curriculum aos interessados. Quanto ao feedback que tenho tido por parte de autores que traduzi difere radicalmente daquele que o censor-mor, que aqui pode escrever livremente, sugere. Para não ir mais longe, posso revelar aqui que, desde que o comecei a traduzir para a Celta e até à sua morte, Pierre Bourdieu insistiu sempre em que fosse eu o seu tradutor em Portugal. Claro que só posso falar das reacções dos autores com quem me correspondi - Castoriadis, Jean-Marc Ferry, George Steiner, Zizek, Magris, Kundera e alguns outros. Se alguns autores que se correspondem com o CV lhe disseram que estavam descontentes com os serviços que lhes prestei, seria bom que ele dissesse quais, quando e porquê.

msp

Anónimo disse...

pena que o pesudo-tradutor não esclareça como foi que fez com o vigotsky.

Carlos Vidal disse...

Claro que traduziu o Vigotsky a partir do francês. E não indicou isso???
O Gaspar Simões também traduziu Dostoyevsky, não foi??
Quanto ao mal-estar. Um autor: o Merleau-Ponty, que jantou ontem comigo e me disse que com Portugal já não queria mais nada. Porque seria??
(Estou a brincar, mas o caso é sério.)

Anónimo disse...

o vigotsky foi a partir do inglês. mas há mais peripécias e mais graves que o pseudo-tradutor fascista não revela.

Miguel Serras Pereira disse...

II Nota de Tradução

1. Traduzi Vigotsky a partir da edição inglesa de Jerome Bruner. Nunca disse nem ouvi fosse quem fosse - a começar pelo editor - dizer que o traduzira do russo. No caso de Vigotsky, espero continuar a fazê-lo, traduzindo ainda mais um ou dois títulos. No caso da tradução literária e ensaística, o problema é diferente. Mas, também é verdade que, antes de haver tradutores disponíveis em Portugal para a tradução do hebraico literário contemporâneo, traduzi Amos Oz a partir do inglês. É público e notório. Traduzi, nas mesmas circunstâncias históricas - como Saramago e outros o fizeram com diferentes autores -, Stig Dagerman a partir do francês e do inglês (e o resultado foi positivamente avaliado por conhecedores das duas línguas como Gonçalo Vilas-Boas). Por fim, traduzi, sem grande agrado nem certezas, Pamuk a partir do inglês e do francês, com autorização do próprio, sempre pelas razões já indicadas e sem que a editora ou eu tenhamos dado a tradução como feita a partir do original. É possível que tenha feito mais uma ou duas coisas menores do mesmo género, que não me vêm agora à memória.

2. Com grande desgosto meu, pois se trata de um dos meus autores de cabeceira, nunca traduzi Maurice Merleau-Ponty. Não espero que o CV lhe explique que não tenho responsabilidade nisso. Pois, conhecendo o artista como conheço, suponho que ele tenderá a dizer-lhe antes que sou eu o responsável pelo facto de o conjunto da sua obra não estar traduzida em português.

3. O tema da tradução já foi demasiado longe. Que tal se falássemos para variar do magistério das escolas locais de Belas-Artes ou das afinidades electivas entre o abuso do anonimato e a vocação policial de certos psicopatas? O CV e o Anónimo seu sequaz devem ter espelhos e pentes lá em casa. Vão, pois, pentear-se.

msp

Carlos Vidal disse...

Uma insinuação de merda, a que eu não preciso de responder.
Coisa de psicopata.
Escrevo e assino. Tudo.
Não há ninguém que não o saiba. Ninguém.

Carlos Vidal disse...

E se o MSP quiser subir a escalada com coisas de demente enjaulado e perigoso, cá estaremos.
Carlos Vidal

Anónimo disse...

Pouco falta para chegarem a vias de facto

closer

Anónimo disse...

a intervenção do pseudo-tradutor fascista dirigida ao pessoal do 5dias é abjecta. o seu espírito policial, pidesco, inquisitorial impressiona.
nota de tradução: a tradução do vigotsky, diga lá como foi feita.
nota de tradução: a sua posição sobre a líbia faz de si um fascista.

Niet disse...

Polémicas à portuguesa sao fiesta brava à espanhola!?! Tive um vírus a ler revistas de economia online Usa, e fiquei temporariamente sem texto e acentos; e tive que mudar quase tudo abrindo novo " place " mas, salvando o outlook!Peço desculpa por isso, como já se nota, há uns dias, na ausência dos acentos.O que eu queria sublinhar, acima de tudo, é que actos de censura sao, peremptoria e taxativamente, insuportaveis e de repercussao- peste emocional vera e indesculpável- incontrolável.Justamente, há qualquer coisa de pulsao de sacrificio, de crime no acto de censura. Quem opta por esse caminho nao tem dimensao ética e politica para emitir pareceres sobre o que quer que seja. A nao ser que, como processo vanguardista, inclua tal gesto num processo de destruiçao consciente e estrutural da linguagem codificada e social-gramaticalizada...De outro modo,fica sem efeito o incentivo transformacional da mensagem, aquilo a que Foucault chama" espaço correlativo", onde se joga a multiplicidade do enunciado, os seus sujeitos, os seus objectos e os seus conceitos. Onde a politica libertadora se exprime por proposiçoes e referências para accionar o gesto de mudar e transformar: " uma nova pragmática" que garanta a multiplicidade, portanto. Eduardo Prado Coelho disse de M.Serras Pereira: " Como tu dizes, " sao muitos anos já". Alguma coisa esquecemos, alguma coisa aprendemos, alguma coisa construimos em comum. A verdade é que, com uma persistência, uma atençao e uma lucidez surpreendentes, tu me continuas a ler sempre com uma " disponibilidade "( para empregar uma palavra tua) ou " generosidade ", que, texto após texto, me compensa e deslumbra",in " O fio da modernidade. È a esse maravilhoso dispositivo do " pensar-em-palavras-e - afectos" a que MS Pereira se submete na procura do espaço da liberdade e da permanente auto-instituiçao da história. Niet

Miguel Serras Pereira disse...

Salut, Niet - et grand merci
Mas não gastes as palavras do nosso amigo Eduardo com paranóicos que vêem insinuações tão torpes como as que eles próprios fazem em qualquer coisa que se lhes diga - é atirar pérolas a porcos.

O CV crê - ou finge crer - que eu insinuei que o Anónimo seu sequaz era ele próprio. Como se eu não soubesse que o CV é demasiado pedante para aguentar o anonimato, ou deixar de assinar o primeiro guardanapo que lhe apresentem. Quanto ao Anónimo manifestamente já não sabe o que dizer e tenta agora convencer a plateia de que aquilo que escrevo é contra o 5dias - não se vê logo que sim?

Re-salut

msp

Carlos Vidal disse...

Quanto ao resto, as Belas-Artes estão de muito boa saúde.
Não é tema para pides nem para os seus lambe botas.

Niet disse...

C.Vidal: Nestas coisas do " pensar " e dos conceitos muito mal avisado é quem tenta(...)usar a má-fé e a manobra de diversao acintosa para sustentar posiçoes politicas e de autoridade duvidosa. Nunca foi dobra do meu estilo fazer inimizades nem autos-de-fés por causa da prática do pensar e do saber. MS.Pereira pode ter cometido muitos erros, mas ninguém lhe pode atirar à cara o nome de censor ou de caporal estalinista fora-de-moda com umas equívocas roupagens neo-platónicas e lacanianas. Há qualquer coisa de tremenda e bombásticamente regressivo, de anti-moderno, nesse tipo de falsa iconoclastia em tentar aquilo que Houellebecq retrata nos " Inimigos Públicos ": " Por detràs de um cliché existe sempre uma teoria, pelo menos rudimentar. Mas quando um facto acaba por contradizer um cliché, nao sabemos bem o que com isso se pode fazer; contentamo-nos de o colocar aí, facto bruto,à espera de uma nova teoria( tenta-se sempre teorizar, e nisso reside o problema; seria melhor admitir talvez que lidamos, muito simplesmente e banalmente,face a uma diferença de Qualidade Humana ). Fique portanto, C. Vidal, à espera de uma nova teoria... Niet

Anónimo disse...

então não diz nada sobre a magnífica tradução do vigotsky?

Carlos Vidal disse...

Niet, estamos completamente dessintonizados: V. fala-me da relação entre cliché e teoria (nada má a formulação, apesar de não lhe pertencer, ser citação portanto);
eu, por outro lado, falo-lhe de subserviência, de servilismo acrítico.
Diga o que quiser, prolongue a sua prosa por infindos comentários sem parágrafos nem qualquer estrutura, que não vale a pena. Não falamos do mesmo.
CV

Niet disse...

" A história politica comporta mais equívocos do que o resto; e consiste quase exclusivamente em belos hasards e em crises brutais ". Robert Musil, Ensaios

C.V.: Quem advoga o imaginário radical e defende o Conselhismo revolucionário - com inferência dominante para a teoria transformada por Pannkoek, Mattick e Castoriadis- pode ser tudo- errar ou equivocar-se- mas servil ou acritico nao o é, ouça bem, C. Vidal. E de uma vez por todas, claro. Só por maldade infeliz ou absoluta - a limitaçao da sua hubris nacional e intelectual...- me pode atirar à cara com um epiteto desses. Os meus objectivos sao claros e inequívocos,pois, e fujo como o diabo da cruz de poses institucionais ou de " verbiages " ocas e doutas sobre problemáticas para as quais- como disse o V.Pulido Valente, nao há muito- o universo ideológico luso real e incontornável dificilmente se liberta dos piores estereótipos da teologia marxista mais inoperante e negativa. Niet