17/04/11
Zero ao Centro
por
Zé Neves
Sócrates é um homem que vai de Ferro Rodrigues a Basílio Horta. A Passos Coelho basta Fernando Nobre para cultivar semelhante pluralismo. Nobre funciona como uma síntese entre Ferro e Basílio. Ou estes como desdobramentos daquele. O resultado, porém, é o mesmo: um sinal de cada vez menos vontade política. Uma total falta de vontade de tomar partido, que se vê compensada por congressos vazios de tudo menos da rebarba gordurosa com que se cria a necessidade do próprio partido. Não foi suficientemente assinalado, creio, a vergonha que o último congresso do PS significou. O centro é este grau zero de sentido ideológico. Isto é, o culto de um pluralismo porque sim. A vitória de Sócrates e Passos Coelho será a vitória de um pluralismo pós-político que é o cúmulo do sectarismo nacionalista que nos espera. Porque é bom ter noção que cada vez que nos falam de convergência e unidade nacional é já a voz do sectarismo nacionalista que se levanta.
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7 comentários:
Nem mais, grande camarada Zé Neves. É preciso falar claro e por isso ler-te no que aqui dizes sempre anima.
Abraço para ti
miguel(sp)
FAço minhas as palavras do Miguel, Zé.
Excelente ponto de vista: Sócrates + Passos + Ferro + Basílio + Nobre é este o Imenso Centro.
Que pena não existir uma "frente eleitoral de esquerda" para governar Portugal!
Estimados amigos:
Reconheço humildemente que, ao fazer mentalmente a minha lista de «inimigos» na actualidade, não tinha descoberto esse perigo maior do «sectarismo nacionalista» (seja lçáo que isso fôrr e o que lá dentro couber).
Mas,como nos cromos,para a troca tenho o «internacionalismo» do FMI, também conhecido por Internationalist Monetarý Fund.
Vítor Dias,
Não enfie a carapuça, que não foi feita para si. Mas tenho pena em constatar que que para si entre nacionalismo e internacionalismo não há diferença de maior. é isso?
José Neves:
Atrevida e precipitada conclusão que o meu inocente comentário não consente.
Vítor Dias,
confesso que não percebo bem qual é a sua ideia. Não me parece que V. não concorde que a subordinação do "social" ao "nacional" é uma ameaça grave - sobretudo em condições propícias à peste antidemocrática como as que vivemos. Acresce que não vejo como possa, que mais não seja se se quiser eficaz e deixando de lado (momentaneamente) as questões de fundo, a resistência ao "internacionalismo do FMI" dispensar uma dimensão internacional, insistir nela, incorporá-la na acção que localmente - na região portuguesa, por exemplo - desenvolvamos.
Só isto, para já. Mas terei muito gosto em prolongar a discussão se V. achar que vale a pena.
Seu persistente leitor
msp
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