05/01/11
A votar em gajos assim, é que não me apanham a mim
por
Miguel Serras Pereira
Mas — a Joana, o João e o Zé, entre outros, que me perdoem — isto sou eu, que me estou nas tintas para os diversos "a bem da Nação" rivais, piedosas superstições patrióticas, cálculos do mal menor e outros opiáceos afins.
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26 comentários:
És coerente com o que sempre disseste, Miguel, nada a contrapor.
A votar em gajos assim,
é que não me apanham a mim
Não são grande coisa
Mas apesar de tudo
nenhum gajo(a) com mais de 35 anos
se propôs para o cargo
e havia aí uns 7 milhões à disposição
inclusive provavelmente um tal de Miguel Serras Pereira
resumindo quem deixa que grupelhos sem muito para dizer
concorra a um cargo desprestigiado
que emula os cortas fitas de outrora
almirante cabeça de abóbora e soares incluídos
presidentes que olharam mais para interesses de grupos do que para os da população em geral
Sim, sim, quem o ouça falar assim quase que se esquece que este grande libertário, quando chega às legislativas, apela ao voto na social-democracia (BE).
olá.
eu não tenho idade para concorrer, felizmente, e até não sei se não ponho em causa que precisemos de um presidente da república.
em todo o caso, vamos ter um, e como tal, nessa caricatura em tom sarcástico (não sou nada patrioteira e nação é-me uma palavra estranha na boca), sugiro que não fiquemos em casa.
é um apelo meio desesperado, talvez, mas estes parecem-me 'desperate times', e estou um bocado farta de ver as gentes esquecerem as prioridades e o essencial - e cruzarem os braços em protestos surdos de-bater-o-pé-baixinho-e-enfiar-a-cabeça-na-areia. nas últimas eleições europeias, a maioria foi da abstenção - e não tem resolvido nada. a europa virou à direita, com os resultados que se vêem.
o panorama é mauzinho, concordo, e dá que pensar que continuemos a discutir entre males menores e homens velhos (ou homens que já nasceram velhinhos, quanto ao governo) tão presos ao sistema-que-há, e que fazem qualquer um perder a vontade de votar, de acreditar, de querer escolher...
mas essencial, para mim, para já, é que tenhamos uma segunda volta. essencial é ir votar. e escolher programas - ou lados... e fazer figas que ainda exista a tal maioria social de esquerda - ou que já exista, e que a maioria das pessoas já tenha percebido o panorama geral, apesar de toda a poeira no ar.
escolher não escolher, (no caso de não ser acompanhado por uma disponibilidade imediata para a luta armada ;), parece-me de uma belissima irresponsabilidade nos dias que correm.
cumprimentos,
gui
Isso. E todos juntos não fazem um de jeito.
Obrigado pelo cumprimento, Joana. E reconheço que o mesmo vale para a posição oposta que, a este propósito, tomaste.
Mas, já que aquilo que "sempre disse" pode ser útil para esclarecer o que digo agora, aqui fica o link para um post que resume os considerandos desta minha tomada de posição: http://viasfacto.blogspot.com/2010/09/para-o-debate-sobre-o-que-significa.html
msp
Eu sei que és nhurro, Miguel, mas ainda tenho esperanças (poucas...) que reconsideres e tentes não ter aquele senhor mais 5 anos em Belém. Nem que seja por razões puramente estéticas!
Enquanto estava aqui a aviar uns fregueses ao balcão fui ouvindo Alegre na TSF. Acho que esteve muito bem sobre as conquistas de abril, sobre a falência do capitalismo, sobre o casamento e adopção por homosexuais.
A defesa da abstenção que faz o Miguel neste blog (ainda para mais nestes termos... "A votar em gajos assim, é que não me apanham a mim" :P ) é para mim incompreensível e acho que acaba por ser mais uma ajudazinha a que o candidato dos 50,6% ganhe novamente logo à primeira volta para grande satisfação de muitos
Joana, esse argumento da estética poderá ser que seja (os verbos portugueses são muito traiçoeiros...)o único a fazer-me reconsiderar. Mas cria-me um novo problema: dos outros, quem?!
Ana Cristina,
Não só mas também por razões estético-poéticas, eu não hesito. Mas repito por aí que ficar em casa é ajudar a garantir os tais 5 anos adicionais deste martírio!
li os textos, daqui e do 5dias.
preferível cair na batalha a perder por falta de comparência. para mim, pelo menos.
http://oblogouavida.blogspot.com/2009/06/votos.html
http://oblogouavida.blogspot.com/2009/05/o-cheque-em-branco.html
joana, com essa da poesia é que eu não vou lá mesmo!
Além de que me irrita supinamente a pose "desde pequenino que o meu sonho é ser presidente da república!"
E eu já o vi, com estes que a terra há-de comer, a dizer tantas, mas tantas banalidades, a ser tão, mas tão preguiçoso e fátuo (combinação explosiva) que a esse, que o leve o vento que passa!
(e nem sequer é giro)
-:)
Miguel, acredita no que, com amizade, te digo: vais morrer tarde mas virgem!
Já agora, Miguel, e aproveitando o mote do João: que tipo de gajo é que te tiraria a virgindade, se nenhum destes te serve?
(Não vale dizer que só se fosse uma gaja e que até votaste na Pintasilgo...)
Caro João, talvez fosse mais sensato, ainda que demasiado insípido, morrer na condição que um pouco temerariamente, como é teu timbre, me atribuis. Mas é tarde, camarada. Diz algures Tomás de Aquino que, se Deus pode restituir a virgindade a uma donzela que a tenha perdido, nem Deus pode, contudo, fazer não ser o acontecimento da perda (posteriormente resgatada). O que nos levaria a uma bela discussão sobre a necessidade de escolhermos entre Deus e o Tempo (a presença real de um ou de outro) - tema gostoso para antiteístas e ateus…
Aquele abraço
Joana,
não votei Pintasilgo, embora tenha visto com simpatia e participado num frente a frente com o Eduardo Prado Coelho organizado pela campanha. De resto, na altura, escrevi um artigo, no JL, explicando porquê.
Quanto às condições em que acho que valeria a pena participar nas presidenciais, creio que já as discutimos longamente há uns meses (tu, o Miguel Cardina, o Pedro Viana e eu, e já não sei se mais alguém), chegando a um impasse. No Brumas, de resto, ainda haverá vestígios de parte dessa discussão.
Seja como for, os pressupostos da atitude que tomo agora estão nos textos para que remeto na resposta a outro comentário na respectiva caixa deste mesmo post.
Abraço
miguel (sp)
Vou-me repetir: os melhores de entre nós estão recuados, auto-chutados para canto, a tratar da própria vidinha, sem paciência, por aí vai por aí fica.
O entreposto fica livre p'ra outras pessoas, pode-se aceitar ou refilar consoante o que lksd
Esta é uma forma criativa de dizer que vota em José Manuel Coelho?
é preferível cair na batalha do que perder por falta de comparência?! mas de que duelo é que acabou de sair este romântico?
e depois de "caíres na batalha", como é, nunca mais te levantas? se calhar mais valia...
porque é que a abstenção consciente é um tabu tão grande para certas pessoas?
será que votar é a única forma de participar activamente na vida política do país?
e será a melhor ou a mais eficaz nos tempos que correm?
ou acreditamos todos na história de que quando está mau tempo as pessoas não vão votar porque está a chover e quando faz sol é porque vão à praia?
...não, já sei! vivemos todos numa democracia, é isso! (é que eu às vezes esqueço-me)
Anónimo que assina Miguel,
como já alguém disse nesta caixa de comentários, há mais coisas no céu e na terra do que estas vãs presidenciais, nas quais, parece-me, NADA de democraticamente importante se joga - ou só pela negativa. "Nem césares nem tribunos", diz uma das versões da Internacional, que aqui poderia ajudar.
É contra a mobilização dependente - a dependência e a imposição da dependência e da hierarquia como condições da mobilização - que apelo ao voto em branco (ou nulo, para os mais exaltados). Pela república contra o profissionalismo político, pela democracia contra o mercado de trabalho. Etc. Também sei dizer isto em estilo de comício e sem trair a racionalidade própria da praça da palavra igualitariamente partilhada da cidadania governante. Está a ver, ó Anónimo que assina como eu? Já está. Não custa nada.
Bom dia a todos - e boa reflexão igualmente. Muito obrigado.
msp
Estou como o "Outro" vou votar mas não tenho vontade alguma para isso.
É como se fosse para a forca julgando que ainda há uma salvação.
Pois penso que nada vale votando ou não votando.
Bem, se calhar nem voto...O mar não está para peixe e como me vejo um Libertário de tendência Comunista...se calhar o melhor é apanhar a maré vazia...Não acham?
Um abraço de "O Catraio"
Queres é que o Cavaco vá para lá outra vez. Ai não que não queres! Mas com essa conversa não me apanhas tu. Vou mas é votar no Francisco Lopes.
Claro, Vasco. Sou pago pela comissão de honra para isso. Como foi que descobriu? A Ana Cristina também apanhou uns trocos. E o Luis Rainha negociou tudo. Enfim, é a crise.
msp
A Ana Cristina apanhou uns trocos?!!! Ora essa, mas o que é que tu e o Luís são mais do que eu?!!!
Ai o machismo!!!
-:)
Comentário precipitado e que compromete a discrição que pretendi guardar em teu benefício: toda a gente sabe que recebeste bastante mais do que o Luis e eu juntos - por causa do "fátuo" aplicado ao Manuel Alegre. Os trocos foram um eufemismo.
miguel (sp)
eh pá, miguel, se mete cacau, eu também não vou votar. agora mais a sério, talvez não vá votar mesmo. na verdade, esta é a primeira vez em que estou indeciso. se o defensor continuar a ter menos de 1% considero o meu voto um não-voto que ainda assim é contra o cavaco. mas sim, isto é o pino.
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