18/09/10
Defensor de Moura é o único voto possível de uma esquerda verdadeiramente responsável
por
Zé Neves
Sou sensível ao argumento segundo o qual é importante para as gentes da esquerda (seja lá isto o que for) não reeleger Cavaco Silva. Mas a importância que reconheço em tal desígnio continua a ser idêntica à importância que dou à possibilidade de não premiar com o voto nem Nobre nem Alegre nem Lopes. A solução para o dilema chama-se Defensor de Moura. Impede-nos o risco de votar em Alegre, Nobre ou Lopes, o que poderia ajudar a minorar os efeitos de um mau resultado de qualquer um dos três (mau resultado que não posso deixar de não desejar) mas pelo caminho contribui de igual modo para que o Cavaco Silva veja dificultada a tarefa de ganhar à primeira volta. De modo que só votarei em Alegre, Nobre ou Lopes se for para derrotar Cavaco e esta questão coloca-se apenas e só se houver uma segunda volta. Graças a Defensor de Moura, não estamos, pois, entre a espada e a parede. Com efeito, qual o risco de votar em Defensor de Moura. O que poderá ele capitalizar com o nosso voto? Nada de mais, talvez uma subida na hierarquia do aparelho do PS, talvez uma estátua na localidade onde habita, mas nada de muito sério para o futuro da humanidade. (Sobretudo, é claro, se formos poucos a votar no tipo, sendo que eu, creio, sou o primeiro a chegar; a partir dos 1%, a quota de eleitores fecha!). Na segunda volta, então, votarei no que passar à final com Cavaco Silva.
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6 comentários:
mesmo em alegre, que subscreve como se sabe a política socrática? acho que é um mau princípio, meu caro, seria preferível que votasse em branco ou nulo, é um direito que nos assiste, agora no alegre... que desilusão, paciência, adiante ...
J. M.ª Abundância no Presépio
O José Neves vai subtraindo, e acaba a votar no candidato do qual menos conhece.
Lição: vale a pena ser desconhecido.
Com os mesmos argumentos, votarei Nobre.
Caro camarada e irredutível autonomista Zé Neves,
belo post, sem dúvida. Explicita uma terceira posição - nunca "terceira via" - entre os tripulantes do Vias frente às presidenciais: apoiantes de Alegre, adversários das candidaturas presentes ou anunciadas até ao momento, apoiantes do voto deliberadamente inútil e adeptos do "vale tudo" na segunda volta contra o candidato da direita (Cavaco, até mais ver).
A divisão nas nossas fileiras não poderia ser maior e até há para aí quem fale na "cisão das presidenciais iminente no Vias". Acresce que há camaradas que ainda não explicitaram a sua posição e cujo silêncio não pode deixar de causar apreensão, senão alarme. A única solução que entrevejo é, para a próxima, arranjarmos um candidato próprio e uma candidatura propriamente fulminante. Mas receio que não nos entendamos sobre se será uma candidatura mais só para a primeira volta e pronta a desistir na segunda, etc. - e que em torno da discussão dos cenários e alternativas possíveis as presentes divisões renasçam reforçadas. Como NÃO aconteceu, apesar das diferentes posições, por altura da manifestação da CGTP, há poucos meses ainda. NEM a propósito da necessidade de continuar a combater a política governamental.
Abrç para ti
miguel (sp)
Com todo o respeito pelo autor do «post», cada vez estou mais convencido que é preciso criar na Constituição uma espécie de Liga de Honra das presidenciais, a modos que uma eleição ao lado só para diletantes e angustiados.
O vencedor «presidiria» aos «vias de facto» durante cinco semanas.
jorge monteiro,
essa liga de honra até já existe. é para os que não podem ser candidatos. os que têm menos de 35 anos, os que aqui habitam mas não lhes é concedido direito de voto, etc. Olhe, de facto, não era má ideia isso que diz.
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