17/09/10
É feio andar por aí a ameaçar
por
João Tunes
Os capítulos mais importantes da história do PCP estão ainda por escrever.
(Aurélio Santos, dirigente do PCP que estagiou largos anos como revolucionário profissional na Roménia dirigida por Ceaucescu)
(publicado também aqui)
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9 comentários:
Pode não ser ameaça, João. Se calhar é só a vontade de manter fechados os arquivos.
Sem dúvida, um «post» e um primeiro comentário extraordinários !
Pelo primeiro ficamos a saber que um dirigente comunista afirmar naturalmente a confiança no futuro do seu partido é uma «ameaça». É claro que os dirigentes dos outros partidos andam todos os dias a dizer que o futuro dos seus partidos só pode ser pior do que o seu passado !.
Pelo segundo volta a lenga-lenga dos arquivos do PCP com a deliberada omisão de que dezenas e dezenas de estudantes e investigadores encontraram no PCP apoio para os seus trabalhos, na medida das possibilidades do PCP e com limitações que não são muito diferentes das vigentes nos arquivos públicos, sendo que os arquivos do PCP nem sequer estão organizados como estes (ou seja com rasurras de nomes etc, etc.).
Remoques como o de Miguel Cardina o que voltam a evidenciar é que há historiadores que desejariam fazer no PCP aquilo que não podem fazer em parte nenhuma: bater à porta, dizerem ao que vêm e invadirem os arquivos à procura do que muito bem lhes apetecesse.
Pela segunda vez, proponho a todos esses que façam uma experiência: como a história do PS e do PSD de 74-75 também já é relevante história contemporânea, façam favor de ir às recepções do Largo do Rato e da S. Caetano e digam que querem consultar livremente toda a documentação desses partidos desses anos.
E depois venham contar aqui qual foi a resposta que lhes deram.
Caro Vítor Dias,
Nunca precisei de consultar os arquivos do PCP. Como nunca precisei de consultar arquivos do PS ou do PSD. Não sei qual seria o tratamento ou a resposta que me dariam. Mas não acha que com o mal dos outros podemos nós bem?
Outra coisa: nem todos os partidos entenderam como inevitável manter a opacidade. Há muita coisa já em arquivos (Fundação Mário Soares, Centro de Documentação 25 de Abril...).
E não se trata, como é óbvio, de invadir o que quer que seja (Já procurar "o que muito bem lhes apetecesse" parece-me justo...). Entre o fechamento e a invasão existe o acesso à documentação. Com regras claras e explicitadas, está claro. Agora só falta a vontade.
Caro Vítor, o acesso a algum material que possa estar depositado nos arquivos do PCP - relativamente à actividade partidária e sindical no sector bancário em 1974 e 1975 - ser-me-ia muito útil. Não preciso de o invadir. Bastaria poder aceder. Por acaso teria a bondade de me auxiliar?
Para Ricardo Noronha:
Faça o seu pedido ao PCP e logo saberá qual é a resposta.
Não estou a par desses detalhes mas admito que os trabalhos dessa área do PCP ainda estejam concentrados no ante-25 de Abril.
E, Miguel Cardina depois de eu lhe ter garantido (vi com estes que a terra há-de comer,)tanta gente a ir consultar documentação do PCP ( pergunte à Linda Raby),como é que consegue ainda falar em «fechamento» ?.
Quanto ao exemplo da Fundação Mário Soares, em afirmação que só a mim me responsabiliza, lamento desiludi-lo: informe-se de quais tem sido os avultadíssimos meios financeiros de que aquela Fundação tem disposto para essa parte da sua actividade e facilmente poderá compreender que eu não vislumbre no horizonte qualquer possibilidade de o PCP ter algo parecido.
Seria então possível enviar o pedido ao seu cuidado? Temo a hipótese de ele ficar a marinar nalguma gaveta burocrática. Para que fique claro que não se trata de má vontade, foi isso que aconteceu nas duas vezes em que fiz um pedido semelhante ao Banco de Portugal. As grandes instituições nacionais costumam ter pouco em consideração pedidos destes.
Não, não é possível, enviar esse pedido ao meu cuidado, pois não sou nem funcionário nem dirigente do PCP já há alguns anos. Mas suponho que no PCP a correspondência é encaminhada correctamente para os responsáveis das diversas áreas.
Mas relembro que lhe disse que suponho que os trabalhos daquele sector do PCP ainda estão concentrados no antes do 25 de Abril.
Caro Vítor Dias,
Se a disponibilidade possível do arquivo do PCP está concentrada no antes do 25 de Abril porque comparou a situação, no primeiro comentário, com o que eventualmente se passaria nos arquivos do PS e do PSD?
Quando falei de arquivos como o centro de documentação 25 de Abril ou o da Fundação Mário Soares não me referia aos meios nem aos fundos. Que, aliás, não são nada avultadíssimos do que conheço do CD 25 Abril, que funciona em espaço exíguo pela dedicação imensa dos seus funcionários / responsáveis. Refira-me a grupos que decidiram que o passado deles nem só a eles pertencem e doaram o material a instituições válidas onde ele pudesse estar mais acessível: e estou a falar de grupos desaparecidos (MES) como de grupos ainda existentes (PSR e, em certa medida, MRPP).
Bom, mas se não existe nenhum fechamento, óptimo. Vou divulgar a boa nova. Seria útil, desde logo, uma listagens do material em arquivo. Mesmo tosca e assim por alto. Só para não pensarmos que tudo se resumo a Avantes, Militantes e uns relatórios aprovados em CC.
Miguel Cardina:
Falei de documentação do PS e do PSD de 74-75 poque estava impossibilitado, por razões ponderosisimas, em falar dos anos 30,40,50 e 60 desses partidos, capisce ?
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