O PSD fez há pouco uma contratação no terreno do adversário: Nilza Moutinho de Sena é socióloga e vice-presidente dos laranjinhas. Mas não pensem que um pensamento estruturado sobre as ciências sociais vai de repente contaminar e fecundar o deserto de ideias costumeiro para aquelas bandas. O que se passa, aparentemente, é o exacto oposto.
Proclama a recruta: «a cultura não pode ser uma entidade abstracta de elites, pensada para um nicho populacional e desagregada do interesse transversal de toda a população.» isto, traduzido do sociologuês, é apenas mais uma tirada contra o elitsmo dos subsidiodependentes, que não cuidam de imitar o La Féria e continuam a produzir "cultura" para nichos, ignorando o tal sacrossanto anseio transversal.
Para esta malta, acabada de chegar ou sexagenária, a Cultura é assim como que um produto, pensado e produzido como se fosse um detergente ou uma gama de pensos higiénicos. Pior: esta diáfana ideia de cultura é importada do século XIX, ignorando todas as subsequentes reflexões sobre indústrias culturais, públicos, gatekeeping, etc., etc. Como é que uma professora pode produzir uma vacuidade do tamanho de «uma entidade abstracta de elites» sem prosseguir directamente para o obrigatório seppuku?
Não: há uma gente elitista que produz umas óperas, umas exposições e umas peças desprezadas pelas comichões transversais do bom povo. Seja elas o que forem.
29/07/10
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
0 comentários:
Enviar um comentário