Mal Pilar del Rio deu a entender que gostaria de ser portuguesa, logo se indignaram as criaturas rascas do costume. Afinal, inferem eles que tanto proclamam o seu amor pela Pátria, se ela quer esta nacionalidade, só pode mesmo ser por vis interesses materiais. De caminho, lá se propaga a história dos 700.000€ em dívida ao fisco espanhol (são 171.000, como reconhece o próprio artigo lincado), recusando-se o artista a evitar a propagação do exagero, mesmo depois de ser alertado para o lapso.
Note-se que o título deste pequeno vómito é “Agora sim, entramos em período de nojo”. O que causa tanto asco a esta malta? Simples. Pilar, «em conjunto com o seu marido, ou individualmente, demonstrou desilusão, mágoa e injustiça, mas nunca afinidade, admiração com o nosso País» – passando em claro o desconjuntado linguajar, reparemos que nem uma só prova desta acusação se apresenta. Talvez porque esta é daquelas verdades "que todos sabem". E pumba.
Estes patrioteiros só admiram uma espécie de portugueses: os que se vestem de branco e navegam para o pôr-do-sol a fim de morrerem em glória, arrastando os seus homens para o fundo do mar. Alguém como Saramago passa-lhes sempre ao lado. E que a sua mulher de décadas queira agora partilhar algo mais com ele, só lhes invoca o tal “nojo”. Valores como o génio ou o amor não entram nos seus compêndios do heroísmo luso, que só pode ser regado a sangue e tripas.
27/07/10
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