Teresa Lewis aguarda a sua execução por injecção letal, algures no estado americano da Virginia.
Como Sakineh, também ela foi condenada por ter encomendado a morte do seu marido, após iniciar um caso amoroso com um dos assassinos.
Mas não me parece que Teresa tenha as qualidades necessárias ao florescimento da solidariedade mundial: tem má catadura, parece indubitavelmente culpada e não vai ser morta por um Estado com reputação de horda medieval. Mas o facto é que está mesmo prestes a ser executada. Quem trata de convocar a manif?
15/09/10
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11 comentários:
Onde está uma fernanda cancio quando precisamos dela?
O que abominável é a pena de morte. Os métodos são acessórios.
Se a Sakineh ir ser efectivamente morta por lapidação (ainda não percebi se ela vai ser lapidada ou enforcada) será outra diferença importante - uma injeção letal deve doer menos que a lapidação.
Ser contra a pena de morte para punir seja que crime for é uma questão. Assentemos que somos contra.
Agora pergunto, os casos concretos que apresenta são comparáveis? Estarei a ver mal a coisa, ou há uma diferença abissal entre cometer adultério e encomendar a morte do marido?
Só estou a perguntar.
:))
mdsol, a Sakineh também foi acusada de ter levado o amante a matar o marido - as acusações parecem-me comparáveis
Pois.
Espera sentado. Para esta, não deve haver ninguém para "pagar as contas" do protesto.
Renato T.
Nunca se sabe. Lembra-te do Mumia...
Rainha, olha que não faltam por lá manifs, diárias, e mesmo em frente ao estabelecimento onde jaz a tal desgraçada!!
Claro. Só falta a mundialização da coisa. Acontecerá?
Luis,
claro que o melhor seria a mundialização da coisa - mas entendendo por coisa a luta pela abolição da pena de morte.
Dito isto, não tomei conhecimento de notícias referindo irregularidades no processo da americana - ao passo que, no caso de Sakineh, esta poderia ser executada (lapidada ou enforcada) por adúltera, ainda que não tivesse sido incriminada depois por cumplicidade num homicídio - mediante "provas" (confissão) obtidas por meio de tortura.
Assim, fazer campanha em torno deste caso americano parece-me fazer sentido sobretudo no quadro de uma campanha geral contra a pena de morte.
Não te parece que há, apesar de tudo - e sem querer inocentar a infâmia e a barbárie legalizadas e em processo de expansão e reforço que são os corredores da morte e as execuções norte-americanas - uma certa diferença entre os dois casos?
Abrç grande
miguel sp
MSP, existem muitas dúvidas no caso da americana. Foi condenada à morte por ser a autora moral do crime. Os executantes tiveram prisão perpétua. Um deles confessou ser também o autor moral e de ter manipulado a Teresa, que tem um QI muito baixo (é quase atrasada mental), mas essa confissão não foi tida em conta, etc, etc.
Trata-se também da primeira mulher a ser executada no estado da Virgínia nos últimos 100 anos, por um crime que não cometeu (não foi ela quem matou) e que foi menos grave do que outros crimes cujos autores não foram condenados à morte. Isto seria por si só motivo suficiente para a mundialização.
A pergunta do LR é por isso muito pertinente, mas ele já respondeu. A Teresa não é bonita e não usa véu. Essa é que é a verdade.
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