30/12/10

O caso Houtart e a "personificação da mediocridade"

A não perder, sobre o caso Houtart, o corajoso post da Joana Lopes, "O Drama de um Homem Bom", e a breve, mas soberba reflexão do João Bernardo na caixa de comentários do mesmo (é difícil dizer tão bem e tanto em tão poucas linhas):

Imaginei um romance, um livro cristão, seria assim. Um homem comete um pecado, arrepende-se e constrói toda a sua vida, de então em diante, em cima desse arrependimento. A sua vida passou a ser aquilo que um grande místico do final do século XVIII, Saint-Martin, Le Philosophe Inconnu, chamou «prece activa», uma prece em acção. E quarenta anos depois alguém lhe quer recusar o que foi o motor e a razão de ser dessa prece. Dostoievsky chegou ao fundo das coisas, num dos sonhos de Ivan Karamazov, ao retratar o Demónio como a personificação da mediocridade.

3 comentários:

Diogo disse...

«o drama que este homem bom, de 85 anos, estará certamente a viver. Vítima, antes de mais, de uma absurda lei de celibato, que o obrigou a viver como anjo que não era e o empurrou para algo que certamente não queria»


1 – Quanto à lei do celibato, este cónego podia ter abandonado a Igreja. Ninguém o obrigou a ficar.

2 – O celibato empurrou-o para algo que não queria?

3 – E resta saber se foi apenas um pecado. A pulsão sexual é muito forte.

maria disse...

disparate sair em defesa desse homem. confessou um caso. há mais?
é fantástico como a "esquerda" desculpabiliza actos ( e actos é aquilo de que é feita a vida) porque as ideias são xpto e muita "solidárias".
lembro-me sempre do pacifista Russel , um cromo violentissimo no lar. passo bem sem o seu exemplo micro. e o macro , quer queiram quer não , não passa da soma de comportamentos micro.

gosto de homens como o Padre Fontes ( tem mulheres..diz um velho da aldeia) que não deixam que hierarquias e mesrdas se interponham naquilo que desejou para a sua vida e dos outros. e luta pelo que quer: pelo fim do celibato .e não come meninos , que nem sabem ao certo o que sexo é , nem imaginam as relações de poder que de aí resultam. e logo , são comidos e não lucram nadinha com isso.
as senhoras da nacional 1 explicavam isto melhor que eu.

Miguel Serras Pereira disse...

Maria,
fica-se com a impressão de que você não leu o texto do post da Joana nem o comentário do João Bernardo. É pena - mas ainda vai a tempo.
Um excelente ano de 2011 para si.

msp