O segundo texto de João Lopes sustenta-se em argumentos um pouco mais tortuosos.
Dizer que a Wikileaks se sustenta numa estratégia de replicação incessante - apontando como exemplo a criação dos espelhos - é no mínimo indecoroso, quando se sabe que o site está permanentemente sob ataques informáticos e se vê forçado a multiplicar as suas presenças na rede para servir o seu propósito.
Ou seja, a condição para que aquelas informações ficassem disponíveis, imposta pela censura levada a cabo pelo Estado mais poderoso do planeta, transforma-se aqui na "estratégia inerente ao wikileaks", uma "ilusão cognitiva" que menospreza "a irredutibilidade humana do sujeito".
É uma curiosa forma de inverter os dados da questão, sustentada numa profunda reflexão cunhada pela diplomacia portuguesa, segundo a qual “a transparência não é uma virtude, mas uma estratégia de comunicação". Tão inovador contributo para a teoria política permite desde logo afirmar que a ocultação e a mentira não são um defeito, mas formas alternativas de comunicar. Que prezam naturalmente a irredutibilidade humana do sujeito, mesmo quando o sujeito está aprisionado em Guantánamo sem acesso a um advogado nem conhecimento daquilo de que é acusado. E efectivamente, as motivações de José Cutileiro são absolutamente transparentes sem que nelas se descortine o menor indício de virtude.
1 comentários:
essa da irredunãoseiquê do sujeito é uma preciosidade. o sujeito não se pode reduzir a humano? o home anda a ver mutos 3 D , onde os cães falam e são sujeitos. ou então a gente é mais que humanos e somos deuses. ofereçam lá um dicionário ao Lopes.
não posso com parlapié que se orgasma com palavrié.
e sim , a transparência apazigua-me na medida em que posso questionar tudo.
é fantástico como acham normal que se os segredinhos correrem bem as mais valias vão direitas prós secretistas e se correrem mal as perdas somos nós , os sem capacidade para compreender os segredos , que as suportamos.
pqp !
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