Penso que importa fazer também uma ponte com o excelente post de hoje do Ricardo Noronha.
O referendo da Islândia não nasce de confrontos violentos, precisamente porque NÃO NECESSITOU DE CHEGAR A TAL PONTO. Na Grécia, na Irlanda e em Portugal a classe política não consultou nem consultará os eleitores que representa quando toma decisões tão importantes como recorrer ao fundo europeu. A violência que há nas ruas deve, portanto, mais do que demonstrar o descontentamento com a crise e o desemprego, ser canalizada para requerer abertamente mais democracia na hora das tomadas de decisão fundamentais, e ultrapassar o argumento caduco da democracia liberal em que a democracia representativa funciona assim mesmo.
É por isso que a criação da plataforma que se falou neste blog aquando da criação da aliança de esquerda irlandesa seria importante. Mesmo que se juntassem grupos com objectivos a longo prazo diferentes (o que é patente nas ruas gregas entre os comunistas ortodoxos e os anarquistas) algumas decisões de curto prazo podem coincidir e, acima de tudo, poderiam trazer gente para a rua que normalmente não viria, na altura de reivindicar um referendo à islandesa.
22/12/10
Comentário feito post
por
Miguel Madeira
Do leitor Fernando Ribeiro, acerca disto e disto:
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