13/06/10
Panem, circensis (et sardinhi)
por
Miguel Cardina
Ontem foi dia de marchas populares. Mesmo quem não quisesse era obrigado a sabê-lo. A televisão pública substituiu as habituais telenovelas e concursos de dança por seis horas de transmissão em directo deste espectáculo deprimente, onde a desafinação impera, o aceno é confundido com uma dança e a marcação dos soldados aparece disfarçada de ritmo musical. Ninguém imaginaria a RTP1 a dedicar três pares de horas à Festa dos Tabuleiros, aos Cortejos estudantis das Queima das Fitas, ou à Romaria minhota a S. João de Arga (mas bem que podiam passar os 45 minutos de «Entraste no jogo tens de jogar», um belo documentário sobre esta festa). Mas Lisboa é outra coisa. Felizmente, nem tudo é mau: ontem foi o dia em que os lisboetas se apercebem que se chamarem «provincianos» aos outros é porque se estão a ver ao espelho.
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6 comentários:
Cuidado, Miguel, olha que quem desdenha quer comprar… Virás cá parar, mais cedo ou mais tarde… Vai uma aposta?
Entretanto, vou ver se meto uma cunha à RTP para te prestarem a devida homenagem.
:-)))
Um vira da nazaré dançado com trajes do minho. Vês o que eu digo? É quase tão mau como as marchas de ontem.
A programação de sábado à noite deste canal estatal não passa por telenovelas e concursos de dança. É a noite do "talk show" do Herman e qualquer outro programa a definir.
Foram só 3 horas? Não vale contar só o tempo das actuações das marchas. Há que contabilizar todo o tempo de enche-chouriço à volta das mesmas. Neste aspecto temos o melhor serviço público do mundo! Como aliás se comprovou recentemente com o Mundial e a visita do Papa.
Eu sei que o título é a gozar, mas a expressão é... 'panem et circenses'.
Muito obrigado, Albino. Já corrigido.
A Marisa Monte também não ajudou.
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