12/07/10

As máquinas que nos informam (2)

Afinal, o que distingue o Google News de serviços similares como o Yahoo!News, o líder incontestado deste mercado, já activo desde Agosto de 96?
Em primeiro lugar, o facto de ser integralmente coligido por um programa informático, o algoritmo Hilltop. De forma automática, as notícias são recolhidas de mais de 5.000 fontes acessíveis através da Internet (só contando os media em língua inglesa; as fontes portuguesas são hoje cerca de 250), depois indexadas e organizadas. A intervenção humana limita-se à selecção das fontes a incluir, evitando, por exemplo, referências colhidas em sites extremistas (ficou célebre a exclusão, em 2005, da revista racista National Vanguard); sem esquecer a bem mais discutível interferência nas notícias fornecidas à China, com bloqueio constante de algumas fontes.
De acordo com o criador do serviço, o indiano Krishna Bharat, a proeminência dada a cada notícia é baseada em factores como o número de publicações que sobre ela escreveu, a data dos artigos, a frequência dos termos de busca relevantes nos textos e a concisão dos mesmos, sendo valorizados textos curtos. Este é o processo com que o algoritmo tenta “compreender quão ‘quente’ e importante cada história é”. De 15 em 15 minutos, é gerada uma nova página de notícias, mudando o ranking fornecido pelo algoritmo.

Em segundo lugar, a apresentação das notícias mantém-se muito próxima da filosofia da interface do Google-motor-de-busca. Cada notícia afixada é resumida em cerca de 200 caracteres e muitas vezes acompanhada por uma imagem. Seguem-se dois links com descrição (caso o utilizador não prescinda dela através das suas preferências personalizadas), quatro outros identificados apenas pelo nome e um link para uma listagem exaustiva e cumulativa das peças noticiosas sobre aquele tema. A notícia nunca é apresentada por inteiro numa página deste serviço: o leitor é sempre remetido para o site que elaborou o texto original.
O resultado é visivelmente diferente do layout do seu principal concorrente, o Yahoo!News. Este apresenta uma forma muito mais similar à de um jornal online.
Por fim, em terceiro lugar, a modalidade de internacionalização do Google News é bastante distinta das apresentadas pelos concorrentes: ao invés de criar portais estanques para cada país, as suas cerca de 70 encarnações locais (incluindo várias presenças multilingues, como na Índia, em Israel ou nos EUA) são facilmente acessíveis a partir de links na página principal. A personalização da página principal pode mesmo incluir secções respeitantes a vários países.
As possibilidade alternativas de acesso são bastantes: da versão WAP para leitura em telemóvel aos já banais feeds por RSS e Atom, sem esquecer a possibilidade de programar alertas via e-mail que avisem o utilizador da publicação de notícias que contenham um dado conjunto de palavras ou expressões-chave.

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