Eu não anatematizaria o Homo Ludens, nem considero que a política deve ser cartesiana – muito pelo contrário –, mas, na esteira das dúvidas aqui expostas acerca do potencial emancipatório do futebol – instalo-me de imediato no plano imanente do jogo, da sua “metapolítica” –, i.e., de um desporto que não pode prescindir da dualidade entre vencedores e derrotados, cujo sentido é, inevitavelmente, o da lógica teleológica do golo e que sanciona o “fora-de-jogo” (essa quase sempre subtil transgressão de uma linha virtual, esse ser excessivo no ímpeto atacante ao ponto de se encontrar numa posição irregular) – não posso evitar interrogar-me – numa assumida e amigável provocação – se não veiculará o futebol, mantendo a analogia metapolítica com o pensamento de esquerda, uma concepção demasiado ortodoxa do “antagonismo”.
06/07/10
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