Os estilhaços de réplicas imaginadas da Acrópole a arder e a rebentar, gratinando a agonia esperada do capitalismo, desviaram-se daqui e da Europa ao lado. Foram bater, mas mais realidade que símbolo, tendo em conta os mortos e feridos, imagine-se!, em Maputo – África, nos escombros de um marxismo de guerrilha, mas irmão do puro e justo, ali há muito morto por conversão mas mal enterrado pois a nomenklatura ficou com os privilégios de fora e bem à vista. Anda marado o leme do barco apocalíptico-redentor, orientando o barco da borrasca para o fim da escala das prioridades. Mas os sons de Maputo são familiares, oh se são: “queremos pão!”, gritam as mulheres moçambicanas; “bandidos!”, chama-lhes o senhor ministro do interior.
(publicado também aqui)
01/09/10
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4 comentários:
Já se Moçambique vivesse numa economia de mercado as coisas seriam radicalmente diferentes.
Sim, João.
Mas esqueceu-se de acrescentar que, embora as elites políticas sejam as mesmas há 35 anos, Moçambique se rege desde 1992 por políticas ultra-liberais sob direcção do FMI e BM, que a economia é de mercado, e que os mais ricos empresários estão simultaneamente no governo, ou na direcção partidária...
Não esqueci nada. Vc, Paulo, é que estava com muita pressa e pouca paciência e leu muito em diagonal.
Re-re-re-lido, admito que sim, e disso me penitencio.
Mas olhe que, sem que tal sirva de desculpa, a ambiguidade e polissemantismo da sua escrita deu uma boa ajuda.
Olhe... para ser perdoado, sugiro-lhe este clip, de que talvez vá gostar:
http://www.youtube.com/watch?v=hqkvNKh9Tmw&feature=player_embedded
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