11/11/10

O mero poisio de uma pequena libelinha


A actual «Brigada do Reumático», embora não tenha qualquer similitude com a anterior, foi, pois, ao Palácio de Belém, carpir, entre outros choradinhos, a dívida externa, a dívida pública, o défice orçamental, os grandes investimentos, entre outros temas afins.

Tais personagens, uns da área do PS, outros da área do PSD, um outro na área do CDS-PP e uns outros ligados ideologicamente àqueles partidos, embora formalmente independentes, tais personagens, quer pelos seus argumentos relativamente ao seu contributo para a dimensão dos actuais défices, quer por aquilo que fizeram e por aquilo que deviam ter feito e não fizeram, fazem lembrar aquela anedota em que, numa zona rural, um indivíduo rouba um porco, transportando-o ao ombro, a caminho de casa.
Neste percurso encontra uma patrulha da GNR, cujo comandante indaga, assim, o ladrão: «O que é que você leva aí?» O ladrão, mostrando a maior surpresa, dirige o olhar displicente para ombro que suporta o porco e, com a maior naturalidade, dá-lhe uma ligeira sacudidela com as pontas dos dedos, afirmando. «Ai o bicho», como se, em vez do roubo de um anafado e pesado reco tivesse havido, no ombro do ladrão e à sua revelia, o mero poisio de uma pequena libelinha.
Anselmo Dias, Avante!

1 comentários:

Julio-Debate Popular disse...

Muito boa história. Seria algo como a impunidade de roubo.