09/12/10

Há masoquistas que andam a engordar o sapo da segunda volta

Do editorial do “Avante”:

As candidaturas de Cavaco Silva, Manuel Alegre, Fernando Nobre e Defensor de Moura são, cada uma à sua maneira, candidaturas da situação, candidaturas do Orçamento do Estado de desastre nacional.



(publicado também aqui)

5 comentários:

josé manuel faria disse...

(...) candidaturas do Orçamento do Estado de desastre nacional."

Quando o delírio toma conta de certas mentes: a de Casanova por exemplo.

Excelente título.

Bruno Simão disse...

João, eu tenho um voto e jamais o utilizarei para votar em Cavaco. Comsegue-me explicar em que medida é que o meu voto, se for para outro candidato de esquerda, que não o Manuel Alegre, contribuirá para o resultado de Cavaco Silva?
Nas actuais circunstancias pena tenho que nem Manuel Alegre, nem Fernando Nobre, nem Francisco Lopes, tenham uma dinâmica política que somada tire o sono a Cavaco.

João Tunes disse...

Não vejo onde está a dúvida, Bruno Simão. Vote em quem quiser, até no Defensor de Moura ou no Garcia Pereira, excepto Cavaco, na primeira volta. É igual para o objectivo principal: forçar segunda volta. Eu só referi o ridículo dos que andam a cuspir no prato da sopa que, caso haja segunda volta, terão de comer. E esses mesmos até partilham teoricamente o objectivo de se alcançar a segunda volta. Temos pois um acto de masoquismo.

Boots disse...

Então o Alegre e o Nobre não apoiaram este Orçamento de Estado? Votar neles é contribuir para o endurecer a vida da classe trabalhadora, só não vê quem está iludido (se isso ainda é possível)que algum deles se opusesse este orçamento sendo Presidente.
"Há oportunistas que andam a emagrecer a classe trabalhadora" poderia ser o título da candidatura de Alegre & Nobre

Bruno Simão disse...

João, esclarecido o ponto da consequencia do voto, sigo em frente. O problema da gordura do sapo só diz respeito a quem o vai engolir. Partilho as críticas a Alegre, em muito menor grau a Fernando Nobre.
Alegre por via do apoio do BE tem feito uma campanha bipolar, ora falando para a esquerda, ora apaziguando o PS. De toda a sua estratégia de campanha, esse é o seu pecado original que nos vai custar a Presidência durante mais 4 anos.
Na senda do desiderato da segunda volta, estaríamos provavelmente melhor posicionados se à esquerda, cada sensibilidade marcada estivesse em campo com o seu candidato. Alegre estaria como peixe na água a galvanizar o eleitorado socialista com a conversa da solidariedade e do socialismo democrático, BE e PCP, estariam a mobilizar as suas bases eleitorais e a prepará-las para uma segunda volta.
Neste momento só o PCP faz esse caminho, marcar a diferença em relação aos outros candidatos é nececessária.