09/12/10
Liberdade para Liu Xiaobo!
por
João Tunes
Esta cadeira vazia, integrando um cartaz da Amnistia Internacional, simboliza o lugar que amanhã, às 12h00, estará vazio na sala de Oslo onde se cumprirá a cerimónia da “entrega” do Nobel da Paz 2010 a Liu Xiaobo, a que o laureado faltará por estar “retido” como prisioneiro político na China.
Que cada amante da liberdade, entre aqueles que não distinguem entre bons e maus carcereiros de delitos de opinião, mais os que não esmagam os seus critérios humanistas e solidários pelos interesses de negócios com a grande potência emergente e a ponta mais agressiva do capitalismo mundial, amanhã se sente simbolicamente no lugar de Liu Xiaobo.
(publicado também aqui)
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2 comentários:
Belíssimo post, caro e sempre ardoroso camarada João Tunes. Sublinho e subscrevo.
Abrç
miguel sp
A China é de facto um grande país, com uma economia de peso, mas o seu regime político transforma a nação num pequeno tigre de papel que não convive bem com a democracia. Com a atribuição do Nobel da Paz a Liu Xiaobo isso ainda foi mais evidente: a censura rançosa do moderno social-comunismo nos meios audiovisuais, na internet e a tentativa de intimidar os países que marcassem a sua presença em Oslo. O cúmulo do despeito aconteceu com a criação apressada do Prémio Confúcio da Paz que acabou por ser um contra-senso pois a doutrina filosófica do confucionismo baseia-se na consciência política e no respeito pelos valores morais e sociais. Nem a compra de parte da dívida pública portuguesa pela China poderá jamais branquear o desterro do Dalai Lama, o massacre de Tiananmen e as constantes violações dos direitos humanos de personagens como Liu Xiaobo.
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