06/12/10

Não existe nenhum governo da Frente de Libertação de Portugal, ok?

Nesta conversa do Vítor Dias, só falta mesmo o "deixem-nos trabalhar" cavaquista. É que o Vítor Dias limita-se a fazer aos "esquerdistas" aquilo que o PS e PSD fazem com o PCP e com o BE: recorrer à lenga-lenga do "falam, falam, falam, mas queria ver o que fariam se estivessem no nosso lugar". O problema deste "replicar" de arrazoado não é tanto a sua falta de originalidade, mas o facto do Vítor Dias não perceber que o debate entre os partidos políticos e o debate a nível dos movimentos sociais (e o PCP tem um pé de cada lado, o que é legítimo, diga-se) não são nem têm que ser debates idênticos. Nas diferentes posições em torno do movimento (operário, social, novo social, popular, tudo isto e o que mais queiram), não se trata tanto (ou apenas) de competir pela direcção de algo, mas, desde logo, de colocar em causa a própria lógica de conceber o movimento como algo que faz necessariamente parte da ordem das coisas que são simplesmente dirigíveis. Esquecê-lo é tanto mais pernicioso na medida em que a tradução prática de tal esquecimento é a hibridização ocasional (esperemos que não se repita) entre serviços de ordem do PCP e forças policiais do Estado (o que depois dá em que a notícia seja isso mesmo e não o mar de bandeiras PCP presentes na manif, de modo que é bom não repetirem a táctica se querem que as bandeiras sejam devidamente vistas na tv). Aliás, se fosse caso de instituir governos do Movimento de Libertação Nacional, do Movimento Social Português ou da Resistência Anti-Imperialista Secção Tuga, teríamos que ter eleições para o governo da Resistência e está por provar que a actual direcção do PCP saísse vitoriosa de tal concurso de vaidades. Se o PS e o PSD são o governo do Estado do país, é bom deixar claro que o PCP não é o governo daquilo que se lhe opõe. Se for, bom, então resta-nos esperar que ao Vítor Dias falte o talento para fazer as vezes de um Augusto Santos Silva - uma esperança bem fundada, creio.

21 comentários:

Anónimo disse...

Caro José Neves :

O recurso é conhecido e gasto estará mas não tenho outro remédio se não dizer que, face à minha «conversa» , o José Neves no essencial se limita a desconversar.

Não, eu não repeti o «deixem-nos trabalhar» cavaquista, bem pelo contrário aconselhei alguns catedráticos das lutas sociais a trabalharem muito em vez de esperarem que outros façam o que correspondem às concepções de terceiros.

Quanto ao mais, e para abreviar, mandarão o rigor e a responsabilidade intelectuais que conte aos seus leitores em que passagem do meu «post» é que eu discuti questões de «direcção» fosse do que fosse ou insinuei a reclamação para o PCP de um estatuto de «Governo da Resistência», seja lá o que isso fôr.

De seguida, volto a rejeitar indignadamente a sua repetida e ,a meu ver indigna e falsa, referência à «hibridização ocasional (...) entre serviços de ordem do PCP e forças policiais do Estado».
Por fim, quanto à sua esperada ideia de que os movimentos não precisam de direcção nenhuma, confio que a sua ainda jovem generosidade me poupe - velho e cansado que estou - ao repetir de discussões de há 40 anos.

Tirando isso, ainda assim aguardo com interesse uma experiência que seja diferente daquelas que já vi e que, em termos prosaicos, podem ser resumidas em frases como «abaixo as direcções ! Viva a nossa !».

Zé Neves disse...

Vítor Dias,

Com certeza que sim, que o movimento crítico do autoritarismo instituída é muitas vezes movimento que redunda em novo autoritarismo. Resta continuar a tentar que assim não seja. Não vamos simplesmente deixar de ser comunistas por causa da história do comunismo no século XX, não é? Ou vamos? Agora, Vítor, não se precipite no esquecimento. Não creio que o Vítor precise de aguardar por, como diz, "uma experiência que seja diferente daquelas que já vi e que, em termos prosaicos, podem ser resumidas em frases como 'abaixo as direcções! Viva a nosssa'". Essas experiências que sejam diferentes, de modo mais ou menos fracassado, mais ou menos sucedida, mais ou menos (im)perfeirto, estão aí, na história do movimento operário, na história dos comunismos - das tradições conselhistas à comuna de Paris, passando pelas comunas prisionais; e, veja bem, quero eu crer que uma tal sensibilidade atravessa ainda a história e a actualidade do PCP, o partido que sempre reclama ter sido o grande colectivo partiário e não a sua direcção ou o seu líder a decidir X, Y ou Z. Que o Vítor não conheça estas experiências, ou outras mais actuais, e que por elas tenha que "aguardar", não é, creio, sinal de ignorância, mas de esquecimento.

O Vítor Dias pode continuar a reclamar para si e para os "seus" (mesmo que eles não o considerem um "deles") o maior número de horas de trabalho em prol da revolução. Mas repare que não se trata de vencer a batalha da produtividade. Antes fosse. Além de que lhe fica mal falar do que não sabe; posso-lhe até dizer que, da minha impressão contabilística, o número de horas de militância per capita não é maior entre os militantes do PCP do que em outros meios militantes. Quanto aos catedtráticos das lutas sociais, tenha dó por tamanho anti-intelectualismo primário; e, já agora, tenha algum respeito pelo mandatário do seu candidato presidencial.

Em relação ao que considera ser uma referência indigna e falsa da minha parte, lamento, mas é o Vítor que diz que os serviços de ordem é que disseram o que fazia e o que não fazia parte da manifestação; e não me queira fazer crer que ignora que esse gesto de inclusão foi também de exclusão (conhece do lado de fora da fronteira, não conhece?.

Por fim, não se canse de repetir o que julga serem discussões de há 40anos. Olhe que daqui uns anitos vem o centenário de Outubro e vamos ter que repetir discussões de há 100 anos...

Anónimo disse...

Pois é, todos nos esquecemos de alguma coisa.

O José Neves, por exemplo, esqueceu-se de contar aos nossos leitores em que passagem do meu «post» é que eu aludi a questões de «direcção» seja do que for ou reclamei para o PCP o estatuto de «governo da resistência» ou da «oposição».

E, assim tendo acontecido, aqui estamos nós nesta amena controvérsia a discutir coisas talvez relevantes mas que não tiveram nada que ver com o que eu inicialmente escrevi.

Dito isto, algumas precisões, infelizmente não tão breves como o interesse ou paciência dos leitores aconselharia:

- a primeira é para lhe dizer que, sem dúvida, assim como eu tenho o direito de aspirar a um socialismo diferente das anteriores experiências históricas também o José Neves tem o direito de alimentar o projecto de movimentos, processos ou sociedades sem «direcção»; agora o ponto está em que nem o José Neves tem de partilhar da minha aspiração nem eu tenho de partilhar do seu projecto;

- a segunda é que eu sempre falei, nesta fase da conversa, em «direcção» em sentido genérico, coisa que, tanto quanto julgo saber, até a Comuna de Paris teve, a não ser que o Comité de Salvação Pública tenha sido uma invenção de historiadores.

- a terceira é para me repetir ainda a respeito da manifestação contra a NATO. É que o José Neves só pode escrever o que escreve se persistir, como me parece, na tese absurda de que os organizadores de uma manifestação, por ela legal e politicamente responsáveis, não têm nenhuns direitos de inclusão ou exclusão de organizações ou grupo exteriores à sua convocatória. Ora eu insisto que obviamente que têm e que, se assim não fosse, até o Renato Teixeira com mais um sócio podia meter-se na manifestação com uma faixa de 10metros de largura manifestando «solidariedade com os bravos combatentes da resistência islâmica», em vez de serem delicadamente removidos pelos organizadores. O José Neves pode contestar ou não gostar dos critérios ou juízos usados pelos organizadores, não pode é negar-lhes o direito a ter critérios e formular juízos. E, pela enésima vez porque quase ninguém quis ouvir esta parte da história, volto a repetir: não tivessem os organizadores manifestado que não tinham objecção a que aquele grupo desfilasse depois da cauda da sua manifestação, e com grande probabilidade teríamos tido indesejavelmente um cenário muito mais violento se a polícia quisesse instrumentalizar o facto de aquele grupo não ter nenhuma base legal para se manifestar naquele local àquela hora;

- a quarta e última é para lhe sublinhar a manifesta infelicidade daquela sua referência aos meus para quem eu já não seria um «deles ». Eu não sei que poderes especiais o José Neves tem para perscrutar pensamentos reservados, que canais dispõe para desabafos de café ou que «mentideros» frequenta. É claro que, pertencendo a um colectivo partidário tão numeroso, não posso excluir que nele haja quem assim não me considere. Registo entretanto que nunca ouvi ninguém dizer isso publicamente e muito menos na minha cara. Se houver, é a vida e é o lado para que durmo melhor. Eu estou no pleníssimo gozo dos meus direitos e deveres como militante do PCP, os meus actos e palavras respondem com suficiente clareza pela minha actual contribuição, mesmo que modesta, para a luta do PCP e, sobretudo, eu sei onde pertenço desde 1973 e sei o que também é meu. Não haverá «serenatas» exteriores nem improváveis ou hipotéticas atitudes ou opiniões internas estranhas às regras de funcionamento do meu partido que modifiquem isso.

Anónimo disse...

É claro, alguma coisa me havia, ainda assim, de passar.

Então o José Neves desconhece o uso e significado corrente da expressão «catedráticos»(com inicial minúscula)e envereda pelo truque pequenino de querer transformar essa minha referência «primarismo anti-intelectual» (eu que no PCP,com as minhas reservas, sempre fui biograficamente definido como «intelectual» ) ou como ofensa aos Prof. Catedráticos ?

Tenha dó.

Ricardo Noronha disse...

"Organizações ou grupo exteriores à sua convocatória"? Mas a participação dependia de convite?
E se a Associação 25 de Abril decidir «excluir» o PCP da sua «convocatória»? E se as Associações de Estudantes decidirem que os militantes da JCP não podem entrar nas manifestações estudantis?
Tudo isso passa a ser legítimo e compreensível? Qual é o limite desse raciocínio? Manifestações permanentemente policiadas pelos seus promotores?

Anónimo disse...

Ricardo Noronha,não baralhe tudo e concentre-se um pouco mais.

Mas qual Associação 25 de Abril a excluir o PCP e a exclui-lo de quê ?

Não sabe que a Associação 25 de Abril é, TAL COMO O PCP !,«apenas» UMA das várias entidades promotoras da manifestaçãodo 25 de Abril, e isto para já não revelar o segredo de polichinelo sobre quem é, desde sempre, um dos principais sustentáculos organizativos dessa bela tradição?

Será que também não sabe que, ao contrário de outros, os militantes ou simpatizantes do PCP nunca desfilam em grupo ou em bloco em manifestações unitárias mesmo que o PCP seja um dos seus promotores ?.

Não, numa manifestação organizada por Associações de Estudantes estas não têm nenhum direito de impedir os militantes da JCP de individualmente nela participarem.

Mas têm todo o direito de objectar e impedir o seu desfile em bloco e com elementos de identificação partidária, se assim o entenderem.

Magnifico Noronha : de acordo com a sua angélica e liberal visão das coisas, tudo é possível numa manifestação como a contra a NATO: desde três manos com a tal faixa enorme a clamar pela solidariedade
com «os valentes combatentes da resistência islâmica» até outros três compinchas com uma enorme faixa a dizer « a seguir, todos a partir as montras do Chiado».

LAM disse...

Tenho seguido esta polémica (uff!) que, não sendo a primeira nem a segunda sobre, mais ou menos, as mesmas questões, continuam a não referir (e peço desculpa se me escapou algo), um pormenor que me parece importante em acções unitárias (porque convocadas nomeadamente por sindicatos), que é a situação de activismo poder ser, e creio que a maior parte das vezes o é, comum a mais do que uma organização. Exemplo: sou sindicalizado num sindicato filiado na CGTP, uma das entidades que convocou a manifestação e, suponhamos, sou também activista de uma organização que não subscreve a convocatória, das tais que foram para o fundo da manif. Quem me pode dizer que não posso participar no tronco maior da manif com os meus símbolos ou faichas? Quem, se aos outros é permitida o uso de bandeiras partidárias ou outro material identificador?

Zé Neves disse...

Vítor Dias,

Começa a ser difícil falar consigo.D

iz você "Será que também não sabe que, ao contrário de outros, os militantes ou simpatizantes do PCP nunca desfilam em grupo ou em bloco em manifestações unitárias mesmo que o PCP seja um dos seus promotores?".

Mas está a querer engarnar quem? Só se for a si próprio.

Desde a manifestação do primeiro fórum social que o pcp optou por desfilar enquanto pcp nas manifs unitárias. É um direito, por certo. E eu acho que é um erro. Mas que é, é.

Niet disse...

PARTICULAR PARTICULAR

PARTICULAR !

Correspondência: Caro José Neves. Neste alfarrabista de Lisboa - www.1870livros.wordpress.com encontrei extensa e antiga bibliografia ( à venda ) sobre Futebol. Como é um estudioso, resolvi quebrar as paredes do Blogue. Salut! Niet


www.1870livros.wordpress.com

Zé Neves disse...

caro niet,
muito obrigado!
abç

Anónimo disse...

«O Vítor Dias pode continuar a reclamar para si e para os "seus" (mesmo que eles não o considerem um "deles")...»

Que vergonha. Que coisa rasteira e reles. Mas diz bem da cabecinha do autor da frase: nós devemos estar aonde nos considerem dos "seus". É por isso que ele é o que é - porque a burguesia o considera um dos "seus".

Ricardo Noronha disse...

Mas Vítor, aquelas pessoas desfilaram num bloco porque se viram rodeadas pela PSP, a pedido de dirigentes do seu partido. Não tinham qualquer identificação partidária.
Qual o ponto em que o serviço de ordem decide o que é e não é conveniente na manifestação? Esta faixa mas não aquela palavra de ordem? Este cartaz mas não aquela maneira de vestir?
Faço-lhe ver, magnifico Dias, que tanto a faixa da resistência islâmica como aquela outra de «bora partir tudo para a baixa» existem apenas na sua imaginação. E na do Paulo Moura, naturalmente.

Ricardo Noronha disse...

E já que estamos no domínio da pura fantasia, se a manifestação de 25 de Abril passasse a realizar-se sob o signo da «evolução», por decisão da maioria das organizações que compõe a sua comissão organizadora, passaria a ser ilegítimo descer a Av. da Liberdade a comemorar a Revolução? Tornar-se-ia imperativo organizar dois desfiles comemorativos, cada um deles estritamente alinhado pelas posições públicas da respectiva comissão organizadora e rigorosamente policiado no sentido de evitar «surpresas desagradáveis»?
Qual é o limite do seu raciocínio?

Anónimo disse...

Ricardo:

Volte a concentrar-se.
Eu quando dei o exemplo daquelas faixas não foi para dizer que isso ia acontecer. Foi para o confrontar com situações hipotéticas em que o Ricardo não poderia deixar de reconhecer aos organizadores um direito de exclusão.

Anónimo disse...

José Neves:

Se eufosse masuzinhio,começava asdesconfiar que há décadas que não vai a manifestações.

Eu falei em desfilar em GRUPO ou EM BLOCO (como faz o BE).Não confunda com o haver uma delegação restrita de partido nem com o facto de militantes dispersos ao longo das manifesraçãões levarem bandeiras partidárias.

Com esta caracterização, diga-me onde é que isso ac onteceu porque eu nunca vi.

Sabe, é que além do mais se os militantes do PCP desfilassem em bloco isso tinha alguns inconvenientes nas manifestações unitárias.

Zé Neves disse...

anónimo, não tem nada de rasteiro. é deselegante, por certo, mas não tem nada de rasteiro. rasteiro é a quantidade de calúnias que alguns membros do pcp dizem de outros membros do PCP e fora do espaço partidário - entre os caluniados, há vários, mas é coisa que vai do Vítor Dias ao Carvalho da Silva. É um filme que já vi, que continuo a ver, e é um profundíssimo desrespeito pelo que de bom pode ter o centralismo democrático; mas, e nisso tem toda a razão, é um filme em que não me devia meter.

Anónimo disse...

O que o Zé Neves bolçou não é só rasteiro, é reles mentira e uma grande parvoíce.

Se pretendeu dizer que, como em qualquer grupo humano alargado, no conjunto de inscritos do PCP há quem diga mal de outros e o faça inclusivamente de forma bastante "deselegante", muito obrigado, olha a grande novidade, que nos diga a organização com várias dezenas de milhares de participantes em que isso não sucede. Negar essa possibilidade, e essa realidade, seria quase negar a natureza humana (e especialmente a natureza humana degradada pelo regime social em que nos criámos e vivemos).

Mas o que o Zé Neves fez não foi nada disso. Foi sugerir - mais do que isso, afirmar - que os militantes do PCP não consideravam o Vítor Dias um dos seus. Que parvoíce! Mas que grande parvoíce!

Para quem conheça minimamente o PCP sabe que há em geral um grande respeito e apreço pela intervenção política (exemplar) do Vítor Dias, sem prejuízo, obviamente, de diferenças de opinião, que todos temos, nas discussões democráticas internas do Partido.

Mas não há mistério. É o próprio Zé Neves que esclarece quais são as suas "fontes". São os tais "militantes" que lhe permitem concluir que da sua (ridícula) "impressão contabilística", "o número de horas de militância per capita não é maior entre os militantes do PCP do que em outros meios militantes".

Pois, pois, já percebemos quem são os tais militantes que vomitam as barbaridades que o Zé Neves gosta de engolir para regurgitar nestas ocasiões.

Anónimo disse...

Agora o Ricardo Noronha quer que lhe faça um catálogo de situações e das respectivas «atitudes» face a elas.

Não faço isso nem isso é passível de NEP's (Normas de Execução Permanente, à moda da tropa).

Bom senso, diálogo, flexibilidade, diferenciação de casos, enfim aquelas coisas que devem ter conduzido a que o BE, não sendo promotor da manifestação,tivesse desfilado, em bloco, dentro do corpo da manifestação.

Anónimo disse...

Ninguém lhe disse, José Neves, para se meter ou deixar de meter no que quer que seja. Faça o que quiser. É indiferente. A bem dizer, naquilo em que se mete prima a superficialidade, a incorrecção e o embuste.
Chamei apenas a atenção para a posição suja que manifestou. A isto, respondeu o José Neves com desconversa.
A burguesia portuguesa considera-o um dos "seus", como é consabido. Se seguirmos o seu raciocínio, gostaria de lhe deixar esta pergunta: é por isso que adere às suas posições, por se sentir um dos "deles"? Ou seja, não é um defensor do capitalismo por convicções próprias, é-o apenas porque a burguesia o toma nos braços?
Depois diz ainda o José Neves: "rasteiro é a quantidade de calúnias que alguns membros do pcp dizem de outros membros do PCP e fora do espaço partidário - entre os caluniados, há vários".
É enternecedor ver a preocupação de José Neves com os caluniados do PCP. Por certo, ele estará arrependido dos muitos que caluniou enquanto era membro do PCP. Com efeito, sabe bem do que fala, quando fala de calúnias.
Noutro qualquer partido, divergências é sinal de grandeza e de vigor. No PCP, basta o Vítor Dias apreciar desta ou daquela forma um conjunto de questões para não ser considerado, imagina-se que pelos mais "ortodoxos", um dos "seus". Já agora, as suas fontes sobre esse sentimento de falta de pertença não lhe trazem à memória, digamos, o "jornalista" Paulo Moura?

Anónimo das 13:49

Ricardo Noronha disse...

Estaremos então sempre dependentes da vossa boa vontade sempre que integrarmos uma manifestação unitária? É um aviso bastante útil.
"Bom senso, diálogo, flexibilidade, diferenciação de casos" fazem do serviço de ordem uma polícia de manifestações. Não me parece que venhamos a passar daqui. Nada disto existiu - a não ser a diferenciação de casos, naturalmente - no dia 20 de Dezembro. Nem parece que venha a existir tão cedo.

Zé Neves disse...

anónimo.

mas estamos a brincar ou quê? existem sectores no pcp para quem certos e determinados militantes do pcp são militantes em que não se pode confiar. era sim antes de 2000 e ainda é assim agora. esses sectores assumem posições revisionistas em relação aos estatutos e princípios do partido. por exemplo, fazem uma defesa do estalinismo. dizem mal de militanets como o vítor dias (menos) ou como o carvalho da silva (mais). se você e o vítor dias quiserem continuar a assobiar para o ar, façam favor, mas não me peçam a mim para ser respeitador do pacto de reserva a que vocês estão acometidos. que o respeite, sim, e é só nessa medida que, como já disse, entendo que a minha referência ao vítor dias foi deselegante.

quanto a eu ter caluniado algum camarada quando eu era membro do PCP, não digo que não o tenha feito (mas com os meus males deveria poder você bem), mas duvido muito que isso tenha sucedido. todas as posições políticas que tive no interior do pcp assumi em reuniões, com a imprudência ou sapiência que tive no momento. aliás, se quer que lhe diga, no "combate" entre ortodoxos e renovadores acabei por não tomar partido claro por qualquer um dos lados e a única vez que fui eleito delegado ao congresso fui numa lista alternativa às duas listas.

passar bem e vá mas é trabalhar para a revolução que é o que eu estava a fazer antes de ter que o vir aqui aturar.