Amizades internacionais

No Cachimbo de Magritte, Nuno Gouveia escreve:

O que têm em comum Ben Ali da Tunisia, Hosni Mubarak do Egipto e José Eduardo dos Santos, de Angola? (...) Em comum: são/eram ditadores e as suas organizações políticas pertencem/pertenciam à Internacional Socialista. Os dois primeiros já foram expulsos, mas apenas depois do povo se revoltar contra eles. E Eduardo dos Santos? Alguma vez o será? Certamente haverá mais companhias deste género nessa organização de partidos "democráticos" de que o PS faz parte.

Imagine-se, só por um momento, que o PSD fazia parte de uma organização internacional, onde, por ventura, também estava um partido de um ditador qualquer? Um Pinochet, por exemplo. O que diriam os socialistas dessa amizade?

Na verdade, a chamada União Democrática Internacional (a que pertencem o PSD e o CDS) deve ser das "internacionais" que mais partidos ex-ditatoriais tem (entre eles os partidos chilenos pró-Pinochet, UDI e RN); hoje em dia talvez não tenha muitos partidos que apoiem ditadores actuais, mas até um ano ou dois tinha o "Partido Nacional Democrático" nepalês (apoiantes do monarca absolutista que então governava o país); as credenciais democráticas do Movimento Nacional Unido georgiano também são discutíveis.