23/02/11

Sitiar e ocupar



Tal como o Jorge Valadas já tinha aqui mencionado, estão a ter lugar nos EUA desenvolvimentos muito importantes na luta contra a ofensiva oligárquica em curso. Podem seguir aqui os últimos desenvolvimentos. Não posso deixar de constatar que nos EUA, a população, apoiada pelos sindicatos, não tem qualquer pejo em sitiar assembleias legislativas (ainda para mais recentemente eleitas) quando estas pretendem implementar políticas de que discordam totalmente, e ocupar a sede do governo que as quer implementar. E os membros dessas assembleias legislativas que concordam com a população não hesitam em abandoná-las, efectivamente juntando-se à população na rua (na realidade, os senadores do partido Democrata no Wisconsin sairam do Estado para não serem obrigados a contribuir para o quorum necessário à passagem da legislação constestada). Agora contrastem com o que se passa em Portugal: o que fazem sindicatos, BE e PCP perante a apresentação de medidas apostas às defendidas em manifesto eleitoral pelo actual partido no governo?! Efectivamente nada. Nunca vi deputados tão agarrados às suas confortáveis cadeiras. Não gostam do ar que se respira cá fora?...



2 comentários:

joão viegas disse...

Boa reflexão.

Os poderes da plebe não caem do céu, nem os poderes instituidos, mesmo democraticamente instituidos, são isentos da obrigação de dar prova de vida, o que implica que devem responder quando interpelados acerca de saber se cumprem a sua função e em que medida.

Mas cuidado, porsque...

As revoluções também não caem do céu.

Nous sommes ici par la volonté du peuple...

Luis Ferreira disse...

Os senadores democratas apenas defendem os seus interesses e os do seu partido, e os deputados nacionais farão o mesmo e irão juntar-se à luta quando a situação se alterar e lhes trouxer dividendos políticos. Os rasgos de consciência são a excepção, não a regra, e embora ocasionais e com pouca relevância são uma parte importante do sistema pluralista liberal pelo folclore e simbolismo que têm.
Porquê então esperar honestidade e combatividade dos partidos de esquerda?