É possivel, mas pouco provável.
Usando uma linguagem fora de moda, não me parece fácil criar-se um ambiente na Argélia em que a contradição governo-povo emerja claramente como a contradição principal; há pelo menos duas outras contradições que rivalizam com essa:
a) a contradição seculares-islamitas - a Argélia teve uma sangrenta guerra civil, em que aliás o partido que mais se está a agitar agora (os liberais berberes da RCD-União para a Cultura e Democracia) até foi dos mais defensores da repressão dura contra os integristas; não me parece que isso facilite um ambiente de "sejam quais foram as nossas ideias, vamos todas para a rua contra o regime", à maneira egípcia (em que na Praça Tahir estavam desde sindicalistas a "Irmãos Muçulmanos" e a jovens universitários ocidentalizados)
a) a contradição árabes-berberes (provavelmente mais linguística do que "racial") - note-se que os principais partidos da "oposição democrática", o RCD, a Frente das Forças Socialistas e em parte os trotskistas (tendência Carmelinda Pereira) do Partido dos Trabalhadores são fortemente berberes, enquanto os partidos do regime (como a FLN) e os islamitas têm mais apoio entre os árabes.
14/02/11
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
0 comentários:
Enviar um comentário