17/02/11
É coisa muito mais simples, acreditem
por
Luis Rainha
A propósito da proibição, nas escolas públicas, de uma campanha contra o bullying dirigido a homossexuais, há quem lance explicações mirabolantes. Uns garantem-nos que os burocratas de serviço no ministério da Educação acalentam uma qualquer "doutrina oficial sobre modos lícitos de amar", com o santo espectro de Giordano Bruno à mistura. O alerta para a "demonização da homossexualidade" pouco menos fantasista é.
Desiludam-se os que encontram em mais esta cretinice oficial um qualquer sistema de pensamento, por sinistro ou tosco que seja. Não. Trata-se de algo mais chão, mais rasca, mais típico de Portugal: cobardia.
Só de imaginarem o que "os jornais", ou "a oposição", ou "a Igreja", ou uma qualquer associação de pais imbecis iria dizer, as alminhas do ministério devem ter ficado transidas de medo. E optaram pela saída comum dos cobardes: proibir e pronto.
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4 comentários:
o bullying homossexual não é permitido na nossa escola
têm de esperar até sairem dela
Olha, Luis, se queres saber, embora pensando que acertas no que dizes, podias ter ido mais longe, como já te aconteceu noutras ocasiões. Suponho que te estarás a guardar para a próxima iniciativa de caridade fracturante. Mas vou dar tempo ao tempo.
Dito isto, não vejo porque é que a escola terá de fazer campanhas com cartazes tipo anúncio dizendo que se pode ser homossexual sem mal-estar, heterossexual sem vergonha, ou que é bom ter amigos de cor, bom haver casais cujos membros têm diferentes convicções religiosas, bom haver gente que gosta de curtir com gente de outros partidos políticos, etc. etc. Claro que também não vejo que deve fazer campanhas de sinal contrário. Já seria razoável que nas aulas adequadas pusesse os alunos a discutir esses assuntos e a manter as questões em aberto. E que de caminho o ensino confessional não fosse permitido como tempo lectivo. Quem quisesse dar ensino religioso aos filhos que o fizesse em casa, nas igrejas, nas associações religiosas legais, mas não em estabelecimentos reconhecidos e autorizados de educação/instrução pública.
O cartaz é tão ridículo como o seria se dissesse: "Nós somos as três heterossexuais e gramamos", "Nós somos amigas independentemente da orientação sexual de cada uma", ou "Somos mulheres e achamos que não é pena não sermos homens, embora não tivesse mal nenhum que o fôssemos".
A superstição e a idealização do oprimido chateiam-me - e, por agora poupo os argumentos para melhor oportunidade, mas sei razoavelmente porquê.
Abraço grande, grande Luis
miguel (sp)
confesso que a obsessão público/estatal/partidária com o sexo já me dá sono...
Caríssimo MSP, sem mais!! Especialmente, "A superstição e a idealização do oprimido chateiam-me".
Rainha, não creio que as tais alminhas do ministério desdenhem, e muito menos por cobardia, uma peleja deste calibre. Muito pelo contrário, que habitualmente se encarniçam por tais demandas.
Talvez tenham sido acometidas pela transcendencia do senso comum, que prosaicamente denominamos por bom senso, quando substancialmente o é!!
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