11/08/11

Condições necessárias

Não é preciso subscrever na íntegra tudo o que o Sérgio Lavos tem dito sobre os motins de Inglaterra, para se saudar a coragem com que ele tem, não só exposto a miséria crítica dos que embarcam nos arroubos apoteótico-publicitários sobre o assunto do vertiginoso Teixeira ou aplaudem o niilismo refascizante — afascistado (R) — do codicioso Vidal, mas, sobretudo, procurado mostrar que a racionalidade democrática é condição de qualquer transformação política por que valha a pena lutarmos. É por isso que chamo a atenção para a resposta a um bem intencionado, mas demasiado resignado, post do Tiago Mota Saraiva, que o Sérgio acaba de publicar, reformulando as suas reflexões anteriores, no Arrastão. É que, como eu próprio escrevi na caixa de comentários do post do TMS: A injustiça combate-se com a justiça, a negação da igualdade com a participação democrática na direcção da cidade e da sua economia, a selva da concorrência e da competição com a solidariedade e objectivos comuns partilháveis – e não com a exasperação da guerra de todos contra todos nas fileiras dos dominados. Não são esquisitices de quem quer uma revolução ideal – são condições necessárias e substantivas do combate pela liberdade igual para todos, pela conquista dessa liberdade comum que, só ela, poderá garantir a igualdade de todos.

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