26/10/19

Algo que me lembrei acerca de "Pepe the Frog"

Que era uma mascote ainda mais apropriada para a alt-right portuguesa (nomeadamente o Chega) do que para a norte-americana.

[Não tem nada a ver diretamente, mas lembrei-me disto vendo esta tira]

25/10/19

Malta. Cuidado. Não exagerem, faz favor. Não podem adiar isto para 2030?

As organizações patronais foram tomadas pelo radicalismo. A CIP veio admitir como "perfeitamente razoável" o salário mínimo de 750 euros em 2023. Não querendo ficar atrás do destemor da CIP, a CAP veio proclamar que "é realista apontarmos para atingir o salário mínimo de 750 euros em 2023".

São uns mãos largas estes patrões. Não olham a meios para se assegurar que os seus trabalhadores se mantêm acima do limiar de sobrevivência. Deve ser mesmo bom ganhar tão pouco, pensarão os patrões. Muito mais se for possível diferir no tempo esses esquálidos aumentos. Como será boa a vida dos trabalhadores em 2023 com um salário mínimo de 750 euros.

Até lá  podemos considerar realista e perfeitamente razoável que as famílias prósperas continuem o velho processo de acumulação de capital e coloquem os capitais acumulados a salvo, nos locais do costume.

Isto será verdade?


24/10/19

50 mil milhões em 15 anos?

Grande desempenho da nossa economia. Grande vitalidade. Durante esse período os portugueses e as portuguesas - como diria o Paulo Portas - fizeram um esforço enorme para equilibrar as contas do País e melhorar a "credibilidade externa da nossa economia".

Há uns teóricos - do seu próprio interesse e bem-estar - que são céleres a recorrer à ausência de recursos para justificar todas as injustiças. Na verdade existem recursos. O que também existe são as condições para a sua apropriação privada e, sobretudo, para a sua cómoda "exportação" à margem de qualquer legalidade.

Aplauda-se a forma como a AT, no mesmo período, intensificou a acção sobre os trabalhadores por conta de outrém e os pequenos e médios empresários. Foi um grande esforço que muitas vezes ultrapassou o suportável pelas vitimas. Uma espécie de tortura fiscal.Se assim não tivesse sido onde andariam "as nossas" contas?

15/10/19

Ainda o PAN

Uma crítica que costuma ser feita ao PAN é de que não têm ideias fora dos assuntos da proteção dos animais e do ambiente; não sei se isso é verdade ou não (e aquela candidata que nem sabia o que o partido defendia para o salário mínimo não ajuda), mas, e se for?

Vamos lá ver - quase sempre que se discute uma "questão fraturante" no parlamento, o PSD dá liberdade de voto aos seus deputados (a maioria vota contra, mas a linha oficial do partido costuma ser... não ter linha oficial); também haverá outros assuntos em que os outros partidos não têm uma linha oficial. Portanto porque é que se há-de exigir que o PAN, como partido, tenha uma posição definida sobre todos os assuntos?

Na verdade, por detrás dessa conversa parece estar uma ideia de que questões importantes são a economia e afins (e por isso os partidos devem ter posição sobre elas), e que questões como ambiente ou touradas são fait-divers que no parlamento podem ser deixados à consciência individual de cada deputado - mas porque é que há de ser assim? Afinal, podíamos perfeitamente ter as coisas ao contrário - as grandes disputas políticas andarem à volta da proteção ambiental, com os principais partidos a posicionarem-se à volta disso (uns contra, outros a favor), e perante um pequeno partido cujo programa andava quase todo à volta de propostas para reforçar o "estado social", os outros partidos a acusá-lo de só falar nisso e não ter mais programa.

Afinal, tentem-se pôr nos pés de alguém que ache que a degradação do ambiente está a pôr em causa a vida na Terra tal como a conhecemos - para essa pessoa, isso será um assunto muito mais importante do que discussões sobre crescimento económico ou distribuição da riqueza (se nos extinguir-mos, para que serve o PNB?), logo é natural que ache que isso deva ser o ponto central de um programa política, e que as questões sócio-económicas (exceto nos pontos em que afetem o ambiente) são detalhes que podem ficar em segundo plano, com umas referências vagas aqui e ali (numa linha geral de que o que é importante é salvar o ambiente, e que, fora isso, podem coexistir no partido pessoas com diferentes opiniões sobre economia).

Ou, talvez ainda mais relevante, imaginem-se no lugar de alguém que dá aos outros animais (ou pelo menos aos animais dotados de sistema nervoso) o mesmo estatuto que aos humanos (nota: eu quase só como carne, uma das minhas comidas favoritas são caracóis, e tenho uma gata e uma dioneia, que, claro está, são carnívoras - ou seja, é difícil para mim tentar entrar na mente de um animalista radical): do seu ponto de vista, vivemos num mundo em que milhões de seres são mantidos aprisionados sem julgamento, frequentemente em condições precárias; muitas vezes são sujeitos a trabalhos forçados, ou infetados deliberadamente com doenças; e, claro, muitos são devorados por humanos, e por vezes cozinhados vivos; desse ponto de vista, é claro que a "libertação animal", para acabar como essa atrocidade generalizada, é um assunto muito mais prioritário do que questões económicas (que, de qualquer maneira, só dizem respeito a uma percentagem ínfima da população, já que só os rendimentos dos indivíduos pertencentes à subespécie Homo sapiens sapiens são contabilizados no PIB).

Aliás, se irmos para outro lado do espectro político, em questões como o aborto podemos dizer o mesmo - do ponto de vista de alguém que acha que um óvulo fecundado já é uma pessoa de pleno direito, claro que o que para ele é o assassínio sistemático a sangue-frio de crianças indefesas é uma problema muito mais grave do que questões económicas; da mesma forma, para alguém que acha que um óvulo ou um embrião ainda não são pessoas, prender mulheres por abortarem, ou sujeitá-las ao aborto clandestino (com os riscos associados), também é uma violência inaceitável, que talvez seja mais importante do que questões como subir ou não o salário mínimo.

Ou seja, faz tão sentido partidos políticos organizarem-se à volta de questões como o ambiente, ou o bem-animal (ou das "causas fraturantes", como me parece ser largamente o caso do PPV-CDC) e terem posições vagas sobre questões económicas como o oposto (se calhar até faz mais sentido - pelo menos questões como os direitos dos animais ou o aborto parecem-me andar à volta de juízos fortemente normativos, em que é relativamente fácil achar-se que do outro lado estão monstros, enquanto que as questões económicas e sociais tendem a ser mais técnicas e utilitárias, sendo mais fácil aceitar-se compromissos e cedências nestas últimas).

PAN, o novo PCP

No sentido de ser um partido que começa a ter votações significativas, aparentemente uma massa de apoiantes dedicados, mas cuja comunicação social, ou ignora (ainda mais do que fazia com o PCP) ou hostiliza.

Veja-se que até às eleições europeias a comunicação social praticamente ignorava o PAN; depois de terem eleito um eurodeputado, os jornais encheram-se de artigos sobre o PAN, mas em tom hostil (e frequentemente com referências do tipo "o PAN não tem tido grande escrutínio até agora" - ou seja, mesmo o facto de até então os media terem ignorado o PAN era sujeito a um spin hostil ao PAN). E agora, apesar de ter sido claramente um dos vencedores das legislativas, o PAN voltou a ser largamento esquecido, sendo as coqueluches da comunicação social os recém-chegados Livre e Chega (este último em tom muitas vezes negativo, mas mesmo assim recebe mais atenção que o PAN; e, de qualquer maneira, a linha "não devemos hostilizar o Chega e/ou os seus votantes" já começa a ser o discurso dominante entre os opinion makers).

Isto é, neste momento o PAN voltou a ser uma espécie de classe média-baixa esquecida do sistema partidário: nem tem a atenção que os partidos grandes (PS e PSD) e médios (BE, PCP e CDS) têm por natureza, nem a atenção que os pequenos partidos unideputais (Chega, Livre e talvez a IL*) recém-entrados no parlamento têm, por efeito novidade.

*digo "talvez a IL" porque não estou certo que a IL esteja a ter a mesma atenção que o Chega e o Livre; eu ouço falar muito na IL, mas tenho muitos amigos-de-Facebook ligados ou próximos da IL, o que distorce a minha perceção.

Cristóvão Colombo, um homem sem qualidades

Há uns dias, foi "Dia de Colombo".

Eu diria que, daquelas figuras históricas "problemáticas", Cristóvão Colombo é provavelmente dos com menos qualidades redentoras - não só tem todos os defeitos mais que conhecidos (e não me venham com a conversa relativista de que "temos que ver as coisas pelos padrões da época" - essa conversa de "toda a gente estava fazendo as mesmas coisas más que ele" é como aqueles meninos da escola que quando fazem alguma asneira, desculpam-se que os outros também fizeram) como nem tem nenhuma característica redentora.

Alguns dirão que, bem ou mal, ele encontrou um continente que até então era desconhecido pelos europeus; mas ele apenas encontrou a América (e penso que ele nunca chegou a ter noção disso) porque, ao ler cartas marítimas (penso que do sogro), confundiu milhas árabes com milhas latinas, ou coisa assim, e por isso meteu na cabeça que a circunferência terrestre era muito menor do que efetivamente é (e as dimensões da Terra já tinham sido calculadas com grande precisão desde o tempo dos gregos, não era uma coisa em que, mesmo no século XV, houvesse grandes dúvidas) e que a Índia esta mesmo ali ao pé, levando umas centenas de marinheiros para o que só não foi uma morte certa porque apareceu um continente durante a viagem. Ou seja, Colombo foi o equivalente aos terraplanistas*, sos antivacinação ou aos defensores da "nova cronologia" de hoje em dia - alguém que conclui que o conhecimento científico da época está errado, não a partir de um estudo sólido e aprofundado, mas com base em evidência bastante escassa, e essencialmente falsa (e o ele ter encontrado a América será o equivalente a um pai antivacinação que descobre uma nova doença que os filhos só contraírem por não estarem vacinados - uma descoberta que é apenas um subproduto de um erro).

*O que torna ainda mais irónico o mito de que antes de Colombo julgava-se que a Terra era plana (praticamente todos os europeus instruídos da altura - ok, não seriam muitos - sabiam que a Terra era redonda e tinham uma ideias das suas dimensões

14/10/19

Quem falou em abstenção? O carácter cada vez menos representativo do sistema eleitoral.

Na pequena peça que aqui escrevi assinalei o facto de O PS ter no essencial aumentado os seus votos à custa do PCP e do BE, isto é dos seus colegas da defunta Geringonça.
No entanto o PCP perdeu 5 deputados e o BE manteve os que tinha, enquanto o PS aumentava 22 deputados aos que já somava.

Na origem desta desigual valorização dos votos de cada um dos portugueses está o desenho injusto dos círculos eleitorais e da sua representação parlamentar. O caso mais chocante será sem dúvida o Alentejo que representa cerca de um terço do território e elege apenas oito deputados, sendo que a sua parte mais populosa  - o Alentejo Litoral - contribui para o Distrito de Setúbal.

Esta distribuição territorialmente desigual do poder político tem consequências ... políticas. Na distribuição dos recursos aumentam as desigualdades regionais e cria-se um fosso entre os que ganham e os que perdem. Sobra a retórica a favor das regiões mais desfavorecidas que, como sabemos, é como a sopa de alho: não faz bem nem mal, antes pelo contrário.

Por outro lado é expectável que a crescente abstenção tenda a aumentar. Nos distritos do Alentejo há uma enorme percentagem de votos que não servem rigorosamente para nada. No caso de Portalegre são 53% dos votos que não elegem nenhum deputado. No caso de Évora esta percentagem baixa para 41% enquanto em Beja ela se situa nos 34%. Não parece muito democrático, muito representativo, muito adequado.

(ver aqui e aqui uma reflexão sobre este problema que a classe política finge que não existe)

13/10/19

Os EUA não estão a retirar do Médio Oriente

Apenas a abandonar os curdos para se concentrarem no apoio à Casa de Saud:
Roughly 1,800 U.S. service members, as well as several dozen fighter jets and other air defense implements, will be sent to Saudi Arabia to help protect the Kingdom amid heightened tensions with Iran, the Pentagon announced Friday. (Fox News)
Atenção que não se interprete este post como uma defesa de que os EUA deveriam manter as tropas no norte da Síria (é um assunto sobre o qual eu tenho muitos mixed feelings; de qualquer forma, diz respeito mais a norte-americanos, sírios e curdos do que a mim).

Mas um ponto aqui é que há uma tendência de alguns (sejam a favor ou contra) para considerar que Trump está a fazer uma política "isolacionista"; tem alguns laivos disso, mas não me parece a tendência dominante; a politica externa dominante do "trumpismo" parece-me mais a de "vamos defender o que consideramos os interesses estratégicos dos EUA, sem perder muito tempo com essas coisas de «direitos humanos»", ou seja, nem uma política não-intervencionista (à maneira dos críticos mais radicais da politca externa norte-americana, sejam da extrema-esquerda, "libertários" ou "paleoconservadores"), mas também não a política de "ingerência humanitária" ou de "promoção da democracia" dos "liberais" e neoconservadores.

11/10/19

Previsão para esta legislatura

Não chega ao fim.

IN MEMORIAM. A Geringonça não resistiu às eleições.

Foi declarada a morte política da Geringonça. Depois de se ter colocado a hipótese de uma Geringonça 2.0, ainda que numa versão reduzida, incluindo apenas o PS e o BE, os socialistas informaram o país que a dita cuja se tinha finado. Apesar dos 138 deputados eleitos à esquerda não existirá um Governo apoiado por essa maioria. Estava escrito nas estrelas.

A César o que é de César, dir-se-á. Se os eleitores não quiseram dar aos socialistas uma maioria absoluta, reforçaram significativamente a sua expressão eleitoral. Parece óbvio que estão reunidas todas as condições para que o PS continue a trilhar o essencial da política que os conduziu ao limiar da maioria absoluta. Não lhe faltarão apoios.




07/10/19

Uma boa notícia

A eleição de uma deputada pelo Livre é uma boa notícia. Talvez seja mesmo a melhor notícia destas eleições.
Trata-se de alguém que foi escolhida pelos seus camaradas - desse ponto de vista o Livre é o mais democrático de todos os partidos  - em vez de ter sido escolhida pela direcção partidária, ou até, como acontece muitas vezes, pelo secretário-geral do partido.

Além deste aspecto estamos perante uma mulher negra, que foi cabeça de lista no distrito de Lisboa, um distrito que é o reflexo claro das duas faces da mesma moeda.

 A moeda é a desigualdade territorial e a desigualdade entre os que estão a ganhar e aqueles que estão, cada vez mais, a perder, com a forma como a democracia se vai (des)construíndo.

As duas faces são as seguintes: por um lado a desigualdade entre a Área Metropolitana de Lisboa e o resto do País - com excepção da Área Metropolitana do Porto; do lado oposto a  desigualdade entre a inner city lisboeta e as periferias metropolitanas onde residem os trabalhadores, que são chamados diariamente a trabalhar na cidade,  mas não podem aí viver. Trabalhadores que há décadas se sentem marginalizados e cujo nível de rendimento apenas permite uma vida de trabalho intenso. mal pago,  uma vida de uma quase escravidão.

É desta face da moeda da desigualdade que se alimentam os fascistas, os xenófobos e os racistas, que estão sempre à espera que chegue a sua hora de espalhar o ódio que os domina.

Faz muita falta no Parlamento quem conheça a realidade daqueles que vivem nas diversas periferias da nossa democracia. Alguém que seja capaz de denunciar as políticas públicas que recorrem a paliativos mais ou menos retóricos para recusar a adopção de verdadeiras estratégias de combate à desigualdade e à sua chocante expressão territorial. Joacine Katar Moreira terá essa tarefa pela frente nos próximos anos.

A IL e o Chega

Acho que os meus amigos que parecem mais preocupados com a Iniciativa Liberal de que com o Chega estão muito enganados - a IL parece-me ser aquilo que a direita diz que o BE e o PAN são (e que o Livre provavelmente é mesmo): um partido para uma espécie de elite urbana; já o Chega parece-me ter potencial para crescer em vastas camadas sociais.

A nova relação de forças à esquerda

O Partido Socialista, como se sabia, ganhou as eleições sem maioria absoluta. Nem com o PAN e o Livre o conseguirá.[o PAN no entusiasmo da noite eleitoral, quando se falava da eleição de 8 deputados mostrou "disponibilidade" para integrar uma maioria].

O PS, cujo resultado em número de votos fica muito longe das eleições realizadas entre 1995 e 2009, período no qual o partido teve sempre mais do que 2 milhões de votos e conquistou uma maioria absoluta (2005, com José Sócrates), somou 139 mil votos aos que conquistara em 2015. Este pequeno acréscimo de votos rendeu-lhe mais 20 deputados. Coisas do método de Hondt.

A CDU perdeu 116863 votos. A debacle da CDU justifica, quase por si só, o resultado do PS. Menos 5 deputados e o pior resultado da CDU na história da democracia. O BE, não tem razões para festejar. Perdeu 58405 votos, mais de 10% da sua expressão eleitoral anterior, que poderá encontrar nos votos do Livre e no acréscimo do PS que não se deve à erosão da CDU. A desejada reconfiguração à esquerda ficou mais uma vez adiada. O PS consolida a sua posição. O BE e a CDU no seu conjunto recuam para a fasquia dos 16%.

A Geringonça sai de cena. O equívoco da não participação no anterior Governo - numa altura em que essa negociação/escolha era possível face à fragilidade da posição dos socialistas - levou à situação actual. O cenário de 2015 não se repetirá tão cedo. A CDU precisa de se renovar se é que isso é possível.

O PS irá assegurar a governação ao centro. A esquerda parlamentar irá apoiar caso a caso, orçamento a orçamento. No entanto, a direita também dirá presente para conferir às reformas estruturais o carácter centrista que lhe interessa. O PS não terá dificuldades de maior em assegurar a governação, tendo ficado de mãos praticamente livres para o fazer.

03/10/19

Por falar do "Day After": será que alguém vai fazer um balanço dos últimos 4 anos?

A campanha eleitoral foi um cansaço. Uma enorme vacuidade apenas pontualmente interrompida por um ou outro momento de interesse genuíno. A má qualidade da democracia alimenta-se muito deste linguarejar sem sentido e sem conteúdo.

A geringonça, ou melhor os partidos que a integram, apresentaram-se fiéis àquilo que sempre foram: membros de uma coligação de interesses e objectivos desiguais, muitas vezes, bastantes vezes, conflituantes. Os três partidos, no essencial,  convergiram em torno de uma base política cujo principal fundamento era " uma vontade imensa e um  programa mínimo"  como escrevemos em novembro de 2015.

Depois foi aquilo que se sabe e que ficou à vista durante esta campanha.

Parece adquirido que o PS não irá conseguir governar sozinho. Precisará de apoios parlamentares, para o fazer. Mas, será adequado, ou não, questionar se o PS nestes quatro anos governou ou não sozinho?
 Sozinho, no sentido em que conseguiu aplicar o seu programa, com destaque para a sobrevalorização das contas certas "à lá Centeno", ainda que reduzindo o investimento possível na recuperação salarial e na requalificação dos serviços públicos.

Vale a pena talvez recordar o que aqui escrevemos sobre a solução encontrada, a famosa geringonça, para governar o país. A  realidade confirmou ou não aquilo que então projectámos?

Voltamos a falar no final do próximo domingo.