A campanha eleitoral foi um cansaço. Uma enorme vacuidade apenas pontualmente interrompida por um ou outro momento de interesse genuíno. A má qualidade da democracia alimenta-se muito deste linguarejar sem sentido e sem conteúdo.
A geringonça, ou melhor os partidos que a integram, apresentaram-se fiéis àquilo que sempre foram: membros de uma coligação de interesses e objectivos desiguais, muitas vezes, bastantes vezes, conflituantes. Os três partidos, no essencial, convergiram em torno de uma base política cujo principal fundamento era " uma vontade imensa e um programa mínimo" como escrevemos em novembro de 2015.
Depois foi aquilo que se sabe e que ficou à vista durante esta campanha.
Parece adquirido que o PS não irá conseguir governar sozinho. Precisará de apoios parlamentares, para o fazer. Mas, será adequado, ou não, questionar se o PS nestes quatro anos governou ou não sozinho?
Sozinho, no sentido em que conseguiu aplicar o seu programa, com destaque para a sobrevalorização das contas certas "à lá Centeno", ainda que reduzindo o investimento possível na recuperação salarial e na requalificação dos serviços públicos.
Vale a pena talvez recordar o que aqui escrevemos sobre a solução encontrada, a famosa geringonça, para governar o país. A realidade confirmou ou não aquilo que então projectámos?
Voltamos a falar no final do próximo domingo.
03/10/19
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