15/10/19

PAN, o novo PCP

No sentido de ser um partido que começa a ter votações significativas, aparentemente uma massa de apoiantes dedicados, mas cuja comunicação social, ou ignora (ainda mais do que fazia com o PCP) ou hostiliza.

Veja-se que até às eleições europeias a comunicação social praticamente ignorava o PAN; depois de terem eleito um eurodeputado, os jornais encheram-se de artigos sobre o PAN, mas em tom hostil (e frequentemente com referências do tipo "o PAN não tem tido grande escrutínio até agora" - ou seja, mesmo o facto de até então os media terem ignorado o PAN era sujeito a um spin hostil ao PAN). E agora, apesar de ter sido claramente um dos vencedores das legislativas, o PAN voltou a ser largamento esquecido, sendo as coqueluches da comunicação social os recém-chegados Livre e Chega (este último em tom muitas vezes negativo, mas mesmo assim recebe mais atenção que o PAN; e, de qualquer maneira, a linha "não devemos hostilizar o Chega e/ou os seus votantes" já começa a ser o discurso dominante entre os opinion makers).

Isto é, neste momento o PAN voltou a ser uma espécie de classe média-baixa esquecida do sistema partidário: nem tem a atenção que os partidos grandes (PS e PSD) e médios (BE, PCP e CDS) têm por natureza, nem a atenção que os pequenos partidos unideputais (Chega, Livre e talvez a IL*) recém-entrados no parlamento têm, por efeito novidade.

*digo "talvez a IL" porque não estou certo que a IL esteja a ter a mesma atenção que o Chega e o Livre; eu ouço falar muito na IL, mas tenho muitos amigos-de-Facebook ligados ou próximos da IL, o que distorce a minha perceção.

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