Na pequena peça que aqui escrevi assinalei o facto de O PS ter no essencial aumentado os seus votos à custa do PCP e do BE, isto é dos seus colegas da defunta Geringonça.
No entanto o PCP perdeu 5 deputados e o BE manteve os que tinha, enquanto o PS aumentava 22 deputados aos que já somava.
Na origem desta desigual valorização dos votos de cada um dos portugueses está o desenho injusto dos círculos eleitorais e da sua representação parlamentar. O caso mais chocante será sem dúvida o Alentejo que representa cerca de um terço do território e elege apenas oito deputados, sendo que a sua parte mais populosa - o Alentejo Litoral - contribui para o Distrito de Setúbal.
Esta distribuição territorialmente desigual do poder político tem consequências ... políticas. Na distribuição dos recursos aumentam as desigualdades regionais e cria-se um fosso entre os que ganham e os que perdem. Sobra a retórica a favor das regiões mais desfavorecidas que, como sabemos, é como a sopa de alho: não faz bem nem mal, antes pelo contrário.
Por outro lado é expectável que a crescente abstenção tenda a aumentar. Nos distritos do Alentejo há uma enorme percentagem de votos que não servem rigorosamente para nada. No caso de Portalegre são 53% dos votos que não elegem nenhum deputado. No caso de Évora esta percentagem baixa para 41% enquanto em Beja ela se situa nos 34%. Não parece muito democrático, muito representativo, muito adequado.
(ver aqui e aqui uma reflexão sobre este problema que a classe política finge que não existe)
14/10/19
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