21/10/14

Encruzilhadas de PODEMOS (3)


El equipo de Pablo Iglesias ha optado por seguir la línea que han defendido este fin de semana, apostando por presentar una propuesta integral, que deberá ser votada en bloque. Dicho de otro modo, quien decida apoyar el proyecto del líder de Podemos tendrá que votar sus modelos político, ético y organizativo juntos; o los tres, o ninguno.
Esto implica también que quienes voten un documento ético, político u organizativo de cualquier equipo, no podrán apoyar el del grupo de Iglesias, Claro que Podemos.


Se não há maneira ou via de credibilizar e provar um processo de transformação radical, ou de democratização efectiva das relações de poder que reproduzem a economia política governante e o seu Estado, substituindo-as pelo autogoverno dos cidadãos organizados, que não passe, e não tenha de começar, por actualizar nas formas de luta, acção e organização a participação e a direcção igualitárias que se propõe como objectivo generalizar — então, as soluções organizativas e o regime interno (monolitismo, concentração das decisões, secundarização das assembleias nos intervalos entre congressos, exaltação da figura do secretário-geral, etc., etc.) que Pablo Iglesias, Monedero e outros estão a procurar impor ao PODEMOS são por si só um obstáculo mais do que suficiente, a não ser destruído, à participação governante dos cidadãos cuja defesa e desenvolvimento o PODEMOS afirma ser o seu propósito último. Vêem e fazem mal os que, dentro e fora do PODEMOS, por "eleitoralismo" ou outras ilusões tácticas, subestimam o alcance da "eficácia" antidemocrática do "pablismo" — e pior ainda vêem e fazem os que a toleram ou secundam como necessidade transitória de meios ao serviço de fins ou tarefas históricas superiores. Caminante, no hay camino, se hace camino al andar.


2 comentários:

João Valente Aguiar disse...

http://politica.elpais.com/politica/2014/10/19/actualidad/1413740588_057358.html

Das 15 propostas-chave do Podemos, nem uma sobre salários ou sobre relações de trabalho. E curiosamente avançam com quatro sobre corrupção e com forte recurso a entidades judiciais e policiais. Ou seja, de como um movimento de base (mesmo que com muitas ambiguidades) se chega a uma visão puramente estatista. O Estado continua a ser muito importante para a esquerda, precisamente porque ela é (parte d)o Estado. Mas como estava a dizer, o relevante é que nem com o fracasso soviético a esquerda aprende. Pelo contrário, é notável como uma formação política que aparentemente tem pouca ou nenhuma ligação directa ao universo leninista/estalinista acaba por repisar os mesmos termos estruturais do estatismo, da economia à acção penal. E andamos nisto.

Abraço

Miguel Serras Pereira disse...

Caro,
tens toda a razão. Eu, pelo meu lado, tenho procurado nestes pequenos apontamentos sobre o PODEMOS vincar as características antidemocráticas, vanguardistas e tecno-burocráticas do "pablismo", insistindo em que a divisão do trabalho político que as suas propostas organizativas adoptam mantêm todos os traços hierárquicos das relações de poder próprias do funcionamento e direcção da economia capitalista e dos aparelhos de Estado propriamente ditos. É verdade que tenho ao mesmo tempo chamado a atenção para o facto de, no interior do PODEMOS, começar a surgir uma contestação cada vez mais manifesta, ainda que insuficiente — quer na intensidade, quer nas perspectivas que formula — do grande líder e dos seus colaboradores mais próximos. Mas creio que não negarás que a constituição de uma oposição interna — por parte não só de Echenique, Teresa Rodríguez e L. Sanchez, mas também de círculos de trabalhadores organizados no interior do movimento (um grupo de enfermeiras, por exemplo) — merece atenção.

Abraço

miguel(sp)