09/05/17

Manuel Valls. A descarada atracção do poder.

Bastaram dois dias para que Manuel Valls viesse declarar que pretende fazer parte da nova maioria presidencial e integrar o partido de Emmanuel Macron, que sucederá ao movimento "En Marche".
O homem que queria mudar o nome do partido socialista, e a quem Hollande atribuíu o lugar de primeiro-ministro, mostra, mais uma vez, o que o move na politica.
Claro que se pode sempre analisar a debacle dos socialistas à luz da crise da social-democracia  - uma operação que agrada tanto à direita como a parte da esquerda - não cuidando de saber quais as responsabilidades da dita, face aos protagonistas que ascenderam nos partidos socialistas e que colocaram o socialismo num baú de coisas antigas. Os que aderiram entusiasticamente à terceira via e seus derivados e que assumem como inevitáveis a liderança do mercado e a economia da desigualdade.
Ficamos com uma dúvida: irá Hollande seguir o seu primeiro-ministro dilecto?

7 comentários:

Niet disse...

" Se révolter ou s´adapter, il n´y a guère d´autre choix dans la vie " . G .Le Bon

Valls tentou entrar à forca no " Repúblique en Marche " do novo PR. Ficou reprovado, pelo menos à primeira.O antigo PM rocardiano "passou-se" numa jogada cheia de subentendidos e altamente intratável, saindo vexado pela recusa dos macronistas. Até parece inverosimil. Agora arrisca-se a ser expulso do PS, onde militou mais de 30 anos...Mas estes golpes de azar reflectem o momento explosivo socio-politico que atravessa a Franca : hoje Mélenchon deu uma entrevista a BFMTV-RMC onde narra todos os diferendos tácticos com a direccäo do PCF, que geraram o fim do acordo para a elaboracäo de listas conjuntas para as Legislativas; também hoje Hamon diz que vai fundar um novo movimento politico com os s tropas minimas dos Verdes do excelente Jadot e as correntes minoritárias socialistas de Aubry; e, last but not the least,o lider da " France Insoumise " diz que fará um acordo eleitoral com Hámon, se este abandonar o Partido Socialista. Niet

Niet disse...

Entretanto, Martine Aubry, Anne Hidalgo e Catherine Taubira, as três excelentes antigas ministras socialistas, Hidalgo é a actual maire de Paris, decidiram hoje também lancar um movimento politico. Macron que foi" alvo" de uma manif em Paris.por parte da ultra-gauche 24 horas apòs a sua vitória eleitoral, vai ter, por conseguinte, muito que suar para atingir a maioria relativa na Assembleia, que surge cada vez mais longinqua e improvável.Niet

Niet disse...

Nota suplementar. Christianne Taubira apoiou Monteburg nas Primárias socialistas. Aubry, a filha de Delors,apoiou Hamon ao lado de Piketty e sua mulher.Hidalgo, nunca foi ministra, mas, sim, adjunta de Delanöel, maire de Paris durante 14 anos. O movimento que ontem lancaram tem assinaturas cruzadas e complementares com o grupo que Hamon vai lancar no interior do PS em Julho. N.

José Guinote disse...

Meu caro Niet estas informações são muito úteis para o nosso esclarecimento. Mas não encontro muita informação sobre as movimentações no PSF e em particular as de Hamon. Desde a primeira volta que o candidato do PSF está - pelos menos pelo que eu consigo encontrar daqui - remetidoao silêncio. Seá que nos pode disponibilizar um link para vermos essas movimentações algumas das quais são muito interessantes. Um abraço.

Niet disse...

Carissimo: Procure artigos de ontem e anteontem da jornalista Lilian Alemagne no Libé. E existem umas entrevistas de ontem do Onfray effrayantes na chaine LCI, onde ele atira a matar sobre toda a classe politica " oficial e integrada ". Sintonize a FranceInfo-Direct TV também. Depois há o Le Monde e o L´Opinion de Fortinoro.E urge ver os blogues de Mélenchon e Regards. fr. Niet

Niet disse...

NB.Eu tinha chegado a casa por volta das 20 horas. Por isso o atraso na resposta. N.

Niet disse...

Mais um pormenor importante da conjuntura politica francesa- Aubry, Hidalgo e Taubira uniram-se para construir uma Plataforma de Ideias, e näo um movimento politico, segundo ontem foi anunciado na Tv francesa, France 5. Entretanto, a campanha das Legislativas vai decorrer até 18 de Junho,com Mélenchon numa ofensiva de charme junto do eleitorado de Hamon, e mais cauteloso na sua polémica cm o PCF. N.