O Joe é o único revolucionário que resta em Portugal. O único que ameaça implodir o sistema político nacional que ele conhece como ninguém. Conhece profundamente a intima relação entre o Estado e o Mercado. Conhece a forma como ao longo de décadas os empresários, ou empreendedores, "aquilo" que num momento de fino humor alguns apelidam de Mercado, viveram à grande e à francesa à custa da forma intensa/intima como controlaram o Estado, por via do controlo do sistema político-partidário.
Joe organizou um sistema de impunidade permanente porque conhece o sentimento de vingança que anima aqueles que durante décadas vivem das generosas esmolas dos que "triunfam". Aqueles que, como ele, apesar da ascensão meteórica - conhecida nas suas origens e no seu "modus operandi" por todos os agora "indignados"-, apesar do poder que acumulam, apesar das esmolas que espalham, estão sempre de alguma forma vulneráveis. Há que tomar medidas, usar da prudência.
Joe foi pelo lado da cultura. Uma cultura de Estado, que utilizou um dos símbolos da modernidade europeia do regime: o Centro Cultural de Belém. Foi aí que ele alojou a sua colecção, devidamente protegida dos desaires, dos descalabros, das mudanças nos humores dos protagonistas. Uma colecção generosamente disponibilizada para ser apreciada pelo povo. Berardo devolveu ao povo a colecção que adquiriu com o dinheiro que o povo lhe "emprestou/deu" através do sistema financeiro que tem estado a "resgatar".
O último acto da revolução que Berardo leva a cabo será concretizado no dia em que lhe retirarem a medalha. A carcomida medalha que simboliza o alto apreço em que o País tem aqueles que por actos valorosos se vão da lei da morte libertando.
16/05/19
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1 comentários:
Que viva o Joe!
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