11/06/10

Protesto e descontentamento no sector público bancário


Os trabalhadores do Grupo Caixa Geral de Depósitos estão em greve, depois de terem recebido e-mails da administração e dos sindicatos da UGT a anunciar um acordo que lhes concede 1% de aumento salarial.
No site do Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas revela-se o regozijo pelo acordo alcançado. Ao fim e ao cabo, não é todos os dias que se consegue obter um acordo que implica uma perda salarial para os respectivos associados, em troca de absolutamente nada.  No ano passado a CGD obteve 278 milhões de euros em lucros. Parece que vai ser tudo gasto em bónus para os administradores e resgates de instituições de crédito falidas.
A frase com que a direcção do sindicato encerra o seu comunicado e desconvoca a greve que tinha agendada para hoje é todo um programa: "O acordo agora alcançado só foi possível devido ao forte empenhamento do Secretário-Geral da UGT, que foi incansável na transmissão das revindicações da FEBASE ao Ministério da Finanças, que acabou por concordar com o pedido de excepção por nós desde sempre reclamado e apresentado pela Administração da Caixa."
Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas
Sindicato de empresa criado em 2001 para proporcionar aos trabalhadores da CGD uma organização  sindical alternativa à da UGT, o STEC reivindica a representação de 65% da força de trabalho das empresas do grupo. Convocou esta greve num momento cirúrgico, quando vários trabalhadores estão de férias, impondo o encerramento potencial de 600 balcões em todo o país. Eis o respectivo comunicado sindical:
"Nesta reunião, entre a Administração e todos os Sindicatos, a Administração comunicou que subia o percentual de aumento proposto no dia anterior de 0,75% para 1%. Estas duas reuniões em dias consecutivos foram provocadas pela marcação de greve pelo STEC para o dia 11 de Junho, o que reflecte a pressão que esta ameaça de greve está a exercer. Os Sindicatos verticais, que não tinham desenvolvido qualquer acção de luta reivindicativa dentro do grupo CGD, apressaram-se a aceitar o percentual oferecido pela administração, que o STEC recusou mantendo a greve marcada para o próximo dia 11.
Por todos estes motivos, o STEC mantém inalterável a marcação da greve para o dia 11 de Junho e apela a todos os seus associados e aos trabalhadores em geral para se unirem nesta greve, que vai ser também uma manifestação pública de protesto e descontentamento. Vamos dar-lhes a resposta merecida. A Greve vai realizar-se, vai ser um êxito e vai mostrar a todos o descontentamento e o protesto dos trabalhadores. Não te deixes iludir. Não faças o jogo de quem sempre te prejudicou.  A Greve do dia 11 de Junho é, além do mais, a defesa da tua dignidade."

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