Chinese labour protests that have forced shutdowns at foreign factories have spread beyond south China's industrial heartland, posing a dangerous new challenge for Beijing.
Workers at a Taiwanese machinery factory outside Shanghai clashed with police on Tuesday, leaving about 50 protesters injured. The confrontation represented an escalation of recent industrial action in the country, which until this week had been largely peaceful and concentrated in the southern province of Guangdong.
The violence at KOK International in Kunshan, a factory town in southern Jiangsu province, came just a day after Honda struggled to contain the fallout from its second strike in as many weeks. That strike, at Foshan Fengfu Autoparts, a joint venture majority held by a Honda subsidiary, forced the Japanese carmaker to suspend production at its car assembly plants in nearby Guangzhou, the capital of Guangdong province.
The workers at Foshan Fengfu, which employs 492 people, appeared to have been inspired by a successful strike last week at another Honda components supplier which ended only after the company agreed to a 24-33 per cent wage hike.
Honda said the strike was continuing on Wednesday morning, contradicting a report by the official Xinhua news agency that workers had "completely dispersed" after the supplier, which makes exhaust components for its parent, agreed to come back with an adjusted wage offer in ten days' time.
The unrest in Foshan suggests that strikes are proliferating faster than local governments and the official All China Federation of Trade Unions - which workers have largely circumvented in their recent protests - can resolve them.
While there is no evidence that workers at different factories are co-ordinating their activities, the success of the first Honda strike has emboldened workers by demonstrating that mass action can yield results.
In a typical example, on June 6 about 300 workers at a Taiwanese audio components factory in Shenzhen, the special economic zone bordering Hong Kong, blocked roads to protest against a change in their shift schedules. A spokesman for Merry Electronics said the situation was quickly defused.
10/06/10
Vaga grevista na China?
por
Miguel Madeira
Chinese labor unrest spreads (CNN):
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5 comentários:
A CNN a defender a luta de massas como meio de libertação da classe trabalhadora? Desconfio sempre deste tipo de notícias, mto honestamente. Não necessariamente por ser na China, mas vindo de onde vem. Ou melhor, foca a China apenas em virtude do seu antagonismo com os EUA. Se se procurar bem nesse mesmo orgão noticioso (ou, mais correctamente, de desinformação) não se encontra o mesmo tom magnânimo em relação, digamos, à luta de massas na Grécia. Critérios. E de classe.
P.S. não venham com respostas onde só digo o que disse somente porque estaria a defender a China. Poupem-me a esses comentários.
JVA
É verdade que as notícias da CNN e os seus critérios informativos são distorcidos por interesses "geoestratégicos" e de classe. Mas parece-me excessivo pôr em dúvida a existência de greves nas fábricas e regiões referidas.
Se convém à CNN sublinhar os problemas de uma potência rival, convém silenciá-las aos interesses também de classe que os dirigentes chineses promovem através das condições políticas e laborais que impõem ao seu povo, de resto cada vez mais frequente e expressamente referidas com inveja por responsáveis e porta-vozes autorizados da globalização capitalista.
Devemos pois, sem pôr de parte o espírito crítico perante as notícias da CNN e outros meios de comunicação de massa, saudar a luta dos trabalhadores chineses e manifestar-lhes a nossa solidariedade sem reservas, desejando a sua extensão e aprofundamento tanto contra a direcção chinesa como contra os interesses económicos globalmente dominantes que os exploram, beneficiando de uma ditadura classista brutal, nas fábricas que empregam os grevistas citados e nas suas congéneres que têm vindo a prosperar na RPC à custa dos direitos sociais e políticos do conjunto da sua população.
msp
P.S. não me respondam, por favor, que a ditadura chinesa é progressista pelo facto de ser o regime de uma potência rival do imperialismo norte-americano, ou fazendo valer o crescimento económico acelerado conseguido pela direcção "comunista".
Miguel Serras Pereira,
existem imensos problemas na China. É uma sociedade complexa e onde, do que tenho lido internacionalmente, mesmo de publicações marxistas, é que se trata de um contexto com múltiplas dinâmicas em confronto: greves operárias e com slogans socialistas; penetração relativamente galopante de sectores capitalistas no interior do Partido Comunista Chinês; ataques a direitos laborais, com mto particular incidência nas zonas económicas concessionadas a empresas estrangeiras (Cantão, redor de Xangai, etc.); gente dentro do Partido Comunista Chinês (mto possivelmente minoritária nas direcções nacionais e regionais daquele partido) que tem lutado contra dinâmicas de forte mercantilização do que vai restando do socialismo, etc., etc. Portanto, existem mtas questões em aberto na China e uma visão preto/branco sobre a mesma não me parece o mais viável. Até porque eu duvido que qualquer português tenha informação detalhada e rigorosa em quantidade suficiente para caracterizar cabalmente a complexa situação que ali está a ocorrer. Ou seja, o que eu posso constatar neste momento é que ali se está a desenrolar um processo multiforme e com mtas dinâmicas que, mais tarde ou mais cedo, irá clarificar-se. O maior pendor parece, repito parece, ser o da exponenciação de penetração e expansão de dinâmicas capitalistas, mas tb há o lado da resistência: nos trabalhadores (e camponeses) chineses e mesmo dentro do Partido Comunista Chinês.
Uma última nota. Quando você fala em ditadura classista brutal, não se esqueça que mta da repressão que vai ocorrendo a manifs de trabalhadores dá-se sobretudo em zonas que são mais controladas - por via da corrupção, compra de favores, clientelismos, etc. - pelas multinacionais capitalistas do que pelo próprio governo chinês. As zonas económicas concessionadas têm de obedecer, em termos da mobilidade do capital e da mão-de-obra, a requisitos estipulados pelo governo central de Pequim, mas mta dessa delegação passa pelas administrações regionais. Estas, por sua vez, têm maior facilidade de penetração de influências (e dinheiro, muito) aos ditames das multinacionais. Claro que podemos argumentar que Pequim deveria actuar mais fortemente a este respeito da exploração e repressão dos trabalhadores, isso é verdade. Mas não podemos esquecer o lado fundamental: o capitalismo internacional é mto mais poderoso que o Estado chinês, do qual, gostemos ou não, este é dependente. Os 20% das reservas mundiais de dólares são uma arma económica contra os EUA, é certo, mas tb são uma forma de os EUA irem financiando a sua enormíssima dívida externa, pois os chineses compram-lhes esses títulos de dívida pública e do Tesouro norte-americano.
Evidentemente que o anti-imperialismo dos EUA que o Estado chinês ainda vai tendo não justifica casos de repressão laboral (que, repito, ocorrem mto mais nas zonas concessionadas a empresas estrangeiras do que no restante território chinês), mas esse é um lado que, no âmbito da política externa não podemos esquecer. Como tb não podemos esquecer que:
(continua)
(continuação)
1) mto do investimento externo na China deriva da pressão neoliberal sobre a mesma e não apenas um desejo iniciado por Deng Xiaoping. O lado de "abertura" chinesa ao capital estrangeiro é inquestionável, mas não é absolutamente autónomo. Deriva igualmente da expansão do (mal)chamado mercado livre e, mais ainda, deriva de uma situação internacional onde todos os países não centrais do sistema internacional capitalista tiveram de abrir portas sob pena de serem trucidados. Neste ponto, digamos que a China atinge um grau de autonomia relativamente superior a outros dos seus congéneres como o Brasil ou a Índia, onde a esmagadora maioria das suas classes dominantes se tornaram súbditas do grande capital norte-americano e onde o imperialismo dos EUA fazem quase o querem naqueles países. Na China, apesar dos avanços fortes e indesejáveis nesse sentido, existe uma maior autonomia e um maior condicionamento a esse nível. O nível de pobreza na China em 1949 era mto idêntico ao da Índia e, hoje, é menos de metade desta última, bem como, no geral, oferece melhores condições de saúde, emprego e educação que outros grandes países, digamos, com um peso económico relativamente semelhante. O próprio Chomsky, que não é marxista, refere isso num livro de entrevistas, onde ele compara a Índia e a China e onde esta é mto mais favoravelmente considerada, sem esquecer, naturalmente, os problemas existentes nesse país.
2) ao contrário do mto que é veiculado pelas CNN's, ainda existem traços progressistas nas leis laborais chinesas. Mto provavelmente não aplicáveis a todos os trabalhadores das zonas concessionadas, mas no restante (largamente maioritário) do território chinês.
Portanto, mais do dizer que a China é isto e aquilo, digamos antes que na China se atravessam imensos processos sociais que, nos próximos anos, poderão decidir de uma caracterização mais afinada da mesma. Espero que do lado do socialismo, da ampliação e retorno de mais direitos laborais e sociais, e com um Partido Comunista mais próximo das suas origens populares, operárias e socialistas do que da influência e mesmo de controlo por parte de camadas da burguesia chinesa e internacional.
P.S.
Apoio a lutas operárias que procurem lutar pelo socialismo na China e recuperar o que a Revolução lhes trouxe de progresso social nas primeiras décadas de socialismo e não lutas ditas operárias que usam e manipulam justos sentimentos de melhoria das condições de vida dos trabalhadores como capa para instaurar um capitalismo selvático (travestido de democracia) como o que veio a existir a seguir à queda da União Soviética
JVA
Sem dúvida, a realidade chinesa - como a portuguesa ou qualquer outra - é complexa.
O que importa é discutir a natureza social do regime e da direcção do PCC.
Ora, dizer que os casos mais graves de exploração laboral ocorrem nas zonas especiais e nas empresas geridas pelas multinacionais é muitopouco. Ainda que admitindo que fosse sempre esse o caso (o que parece estar longe de ser verdade, pois a precarização de muitas zonas rurais e outros sectores ou excluídos da linha da frente da economia atinge também graus intoleráveis), seria necessário dizer que essas zonas especiais, etc. foram criadas e as suas condições de funcionamento são garantidas - política e policialmente - pelo governo da RPC. A abertura do país à colonização da vanguarda mais aguerrida do neoliberalismo global foi uma política deliberada, consciente e persistente do PCC, e só foi possível aplicá-la nos termos em que existe por meio da forma ditatorial do regime, consolidada muito antes deste segundo "grande salto em frente" de tipo novo.
Acresce que este "salto em frente" é parte activa e factor decisivo da ofensiva da economia globalmente governante contra os trabalhadores de outras partes do mundo, as suas conquistas históricas, os seus direitos sociais, etc.- ofensiva que assume diversas formas, entre as quais se destacam as deslocalizações sistemáticas, e o seu aproveitamento para a estratégia de precarização generalizada cujos efeitos cada vez mais se fazem sentir.
Apesar da falta de informação, esta não é absoluta. Um dos trabalhos recentes, contendo numerosas entrevistas e observações de terreno, combinada com uma leitura que inscreve bem as realidades chinesas no contexto global é a de CHARLES REEVE [que usa também o nome de Jorge Valadas], HSI HSUAN-WOU, CHINA BLUES. VOYAGE AU PAYS DE L’HARMONIE PRÉCAIRE, Paris, Gallimard, col. Verticales, 2007. Os autores mostram, entre outras coisas, como o regime chinês é um dos vectores da unificação mundial do capitalismo. A emigração chinesa, consequência da precarização dos trabalhadores chineses, é, por sua vez, uma componente da 'globalização' da mão-de-obra à escala mundial".
msp
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