08/07/10
Alcoolémia vintage
por
Miguel Serras Pereira
Depois de - apesar de ocasionais reparos do Ricardo Alves aos seus excessos de zelo - denunciar severamente e em mais do que uma ocasião a "esquerda cervejista", eis o Filipe Moura surpreendido, sob os efeitos devastadores de um alto grau de alcoolémia induzido sem dúvida pela ingestão de um vintage centenário, a publicar este post. Uma pena, Filipe Moura, pois que, sóbrio, ou em não passando da cerveja, os seus textos nem sempre desmerecem a consulta.
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8 comentários:
Miguel Serras Pereira:
não há “reparos” absolutamente nenhuns do Ricardo Alves. E mesmo que houvesse não lhe diriam respeito. É notável a sua tendência para se intrometer em questões de blogues de esquerda alheios. É com o Renato Teixeira, é com o Vítor Dias e agora é comigo. Pois digo-lhe que prezo muito a companhia destes dois últimos ilustres blógueres. Nunca, em ocasião nenhuma, sugeri fosse o que fosse a propósito da sua alcoolémia (ou de fosse de quem fosse deste blogue) – “esquerda cervejista” é uma expressão que era usada pelo Odorico Paraguassu. Mas já que aborda esse tema, pelo monotematismo dos seus textos – lençóis de texto intermináveis sobre a “emancipação dos povos” e alcoviteirices a propósito de blogues de esquerda -, apesar de não o conhecer pessoalmente imagino-o um reformado de Cascais que passa o seu muito tempo livre de portátil e rede sem fios sentado numa mesa do João Padeiro onde, entre uns whiskies, vai blogando umas intrigas.
Engana-se redondamente a propósito da minha alcoolémia. Tal como dou mais importância à igualdade que à liberdade, também prefiro a quantidade à qualidade – é muito mais fácil de redistribuir. Alcoolémia com vinhos vintage é possível para reformados prolixos, mas não faz muito o meu estilo. Votos de boa alcoolémia e boas calhandrices, como diria o outro, se isso o realiza.
Filipe Moura,
1.o "reparo" do Ricardo Alves que tinha em mente aparece na caixa de comentários de um dos seus posts que "linko".
2. A sua imaginação engana-o redondamenmte (o que é o João Padeiro?): trabalho à peça (traduções) sem reforma à vista nem outras fontes de rendimento. Vivo no Pombalinho, antes na Barca da Amieira, antes em Constância, antes em Trancoso…, etc., e há anos que saí de Lisboa, que acho cada vez menos cosmopolita.
3. Não tenho escrito muito sobre "a emancipação dos povos" nem é essa a minha linguagem habitual.
4. Dar mais importância à igualdade do que à liberdade, é obra. Há-de explicar isso lá no seu blogue: como podem iguais não ser igualmente livres? Que outra garantia democrática da igualdade (se não for democrática. não é igualitária) pode haver que não a liberdade política dos iguais? Como conceber que liberdade e igualdade políticas (e sociais) não se impliquem circularmente?
A supressão ou restrição da liberdade, dizia Castoriadis, "realiza-se sempre em benefício de alguém, e de alguém que não poderá nunca reinar sozinho sobre uma sociedade: [A limitação da liberdade] é pois estabelecida sempre em benefício de uma fracção da sociedade; implica a desigualdade" . Ou ainda, em resposta aos que justificavam, em nome de uma igualdade maior, a supressão da liberdade nos países do tipo da ex-URSS: "Como se houvesse qualquer igualdade num regime como o da Rússia! Como se, nesse regime, nnão houvesse uma fracção da população sob todos os aspectos privilegiada, que gere a produção, que tem, sobretudo, nas suas mãos a direcção do Partido, do Estado(…), etc.! Que 'igualdade' existe quando alguém me pode meter na cadeia sem que eu lhe possa fazer a mesma coisa?"
5. A minha invocação da alcoolémia referia-se precisamente à sua invocação da "esquerda cervejista". Era uma metáfora da diferença de classe que opõe um republicano comum apostado na conquista da cidadania plena como eu a um oligarca ou notável patrício como você.
Um esforço mais, Filipe Moura, se quer ser republicano…
msp
Filipe,
Agora sou eu que me meto onde ninguém me chamou; mas esse enquistamento belicoso vejo-o mais em ti: o AF é "patusco", o MVdA sofre de "monotematismo"...
Não teremos outra malta a quem antagonizar?
Vocês precisam todos é de ir beber umas cervejas juntos. ;)
Filipe, registo com agrado o elogio. É sempre um prazer vindo de alguém com quem provavelmente discordo na maior parte dos assuntos, mas que sempre mostrou não só ter algo para dizer, como argumenta fundamentadamente e com elevação. É que mais vale um "soarista" com integridade do que um anarquista régio sem nada para dizer. Abraço fraterno.
Luís,
para começar, essa de atribuíres as iniciais de um deputado do PS ao teu companheiro de blogue (está certo que o MVdA também é algo monotemático, mas eu nunca me referi a ele) é um lapso freudiano interessante.
Quando me referi ao "patusco" que é o AF, dediquei um parágrafo a explicar porquê. E de resto o texto em questão tinha um assunto, e o seu objetivo não era unicamente o de chamar patusco ao AF.
No caso deste texto de MSP eu não vejo qual seja o seu assunto, nem nenhum outro objetivo que não seja o ataque pessoal. Convenhamos que há uma certa diferença, não? É que, como diz o Renato, não vejo mesmo o que MSP tem a dizer. Aqui e noutros textos.
MSP, você imagina muitas coisas, entre as quais um reparo do Ricardo. Mas que você tinha "imaginado" um reparo do Ricardo já eu sabia. Foi graças a esse putativo "reparo" que você escreveu este texto; nem o teria escrito se não tivesse visto o tal "reparo". Decidiu ir com a corrente que imaginou. Pessoas assim como você conheço eu e, como diz o Vítor Dias, prefiro ir dar de comer aos pássaros a discutir com elas.
Renato, meu companheiro de redação na Rua Viriato, um grande abraço para ti.
Filipe Moura,
excelente ideia a sua: ir dar de comer aos pombos seguindo o exemplo do Vítor Dias e, se possível, levando de caminho para o passeio também o menino Renatinho.
O que é que me moveu a escrever o post? É muito simples: o post que você escreveu e que linkei. Se esse seu "triunfo dos porcos" não é uma insanidade ao jeito da ala psiquiátrica do 5dias, diga-nos por favor qual a mensagem cifrada que lá introduziu. Ou já retirou o post?
msp
Vai chamar "menino" e "renatinho" ao tio do João Tunes.
Quanto ao sector psiquiátrico do 5dias, deveria agradecer. Ou não é esse sector aquele que mais ocupa os seus tempos livres.
Entre os seus lençóis cheios de nada e ir dar milho aos pombos com o Vítor Dias e o Filipe Moura, nem hesito. Já estou no Príncipe Real. Ah... e com o Correio da Manhã que sempre dá mais pistas sobre a realidade do que qualquer caracter obrado da sua cabeça.
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